Análise

“Introdução ao Ensaio Sobre a Cegueira Humana” Tópico 2 – “O Poder da Eloquência”

O que é a eloquência? Até que ponto pode ela mudar a sociedade? A actual sociedade são-tomense precisa de pessoas eloquentes?

No passado, na Antiga Grécia, os criadores da retórica acreditavam que “o homem é a medida de todas as matérias” (Sofistas), pretendendo dizer com isto que um bom argumento lógico e válido é a base para todas as conquistas.

Num passado bem mais recente,vamos encontrar um dos maiores críticos da retórica argumentativa mas apologista da palavra,  Dale Carnegie, que nos tentou convencer de que “o homen que sabe falar em público geralmente consegue o que quer, eleva-se no meio dos outros homens e obtém estima superior ao que ele merece”.

Tudo isto monstra-nos que a arte discursiva é uma virtude de valor incalculável e inestimável para qualquer sociedade, transcendendo o estrato social, a cor, a religião e outras divisões sociais.

Ao longo da história vamos encontrar nomes sonantes como Protágoras, Sócrates, Demóstenes, Cícero, Confúcio, Lenine, Adolf Hitler, Martin Luther King – homens que conseguiam fazer da retórica (eloquência) não só um poder, um tesouro de valor incalculável, mas também uma espada para as suas conquistas.

A eloquência, na maioria das vezes, é utilizada no campo espiritual (religião). No entanto, mais frequentemente é utilizada na política, sendo a população levada pelas promessas eleitorais e um discurso ”convicente, de matriz ajuizada e realista”

Nos tempos modernos, a eloquência tem sido substituída por outras práticas menos morais, muitas das quais até chegam a  constituir crimes publicos.

Em São Tomé e Princípe ela e substituída pela “repartição de pequenas somas de dinheiro” algo que muitos chamam de “compra da consciência”, mas que tem um nome própio, um pouco irónico (banho). “Ninguém vota enquanto não tomar banho” – O banho é a debilidade, a fraqueza da população.

Com isto, a retórica ausenta-se da política e a arte discursiva é substituída pelo poder  económico – palavras pra quê, se podemos comprar o povo? – este pensamento tornou-se uma tendência em crescimento. A população deixou de se preocupar com o cumprimento dos seus direitos, tornando-se tão desnorteada que aceita qualquer um que queira ser “ dono dos seus destinos”

Qual é a intenção de um indivíduo em esbanjar quantias incalculáveis de dinheiro numa eleição ? – Não estará ele interessado em recuperá-lo a todo custo quando  chegar ao poder ?

Nestas circunstâncias, como é o país encarado no cenário internacional?

Já não basta o pais sobreviver da ajuda internacional e ainda ter de se apresentar com o nome sujo…

“Tirem-me tudo o que conquistei mas não me tirem o meu discurso de que dentro de tempo conquistarei tudo de volta”(Ernest  Disrealli)

A política demagógica e sem verdadeiros políticos é uma tendência visível nos países africanos, países que não têm qualquer esperança de desenvolvimento, o que já não acontece em São Tomé e Princípe. No caso do nosso país, precisamos de uma reforma de maneira a viabilizar a nossa política interna.

Há quem sustente a possibilidade de a Assembleia Nacional funcionar apenas com os partidos que constituíram o último governo, empossado há bem pouco tempo. Na minha opinião, penso que existe uma oportunidade para a criação de um projeto lei que vise a proibição catégorica de qualquer acto ilícito que implique a compra da conciência (banho) elevando-o à categoria de crime contra o Estado, punível com uma pena máxima de 7 anos de prisão.

Estou ciente de que o texto será analizado e uma breve acção será desencadeada no sentido de erradidar este mal público, para que o país comece finalmente a andar no “caminho da retidão”, porque o desenvolvimento começa nestas pequenas acções. Como se diz, mais vale tarde do que nunca.

Saulo Popolis Suprema Les Estos

“A salvaçao do povo é  a  suprema lei ”

Leonardo Mendes

Estudante da Faculdade de Sociologia

Moscovo, aos 17 de Janeiro 2013

2 Comments

2 Comments

  1. Barão de Água Ize

    17 de Janeiro de 2013 at 17:53

    Apoiado! Partido que apoie ou pratique a corrupão do eleitorado através do “banho”, deveria ser excluido de eleiçoes e o seu principal dirigente ser ciminalizado. Repetindo a prática, esse Partido deveria ser extinto. É só alterar a Constituição e o Código Penal.

  2. Vane

    18 de Janeiro de 2013 at 23:44

    STP precisa de mentes brilhantes e empreendedoras. Os estudantes que voltam a STP deveriam dispor energia para gerar emprego e renda tanto para si como outras pessoas da sociedade. Precisamos subir no palco da vida e atuar como atores principais, n ficar sentado na platéia esperando ou vendo as coisas passarem. Eu penso que quem tem formação acadêmica deve muito a sociedade. Sacudir, incomodar, liderar e agir são verbos q devemos carimbar em nossas mentes e coração. Sair da zona de conforto e não deixa-se contaminar com os maus costumes sociais e profissionais será muito mais útil p vc e para os demais indivíduos.

    Avante, não desista…!

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