Opinião

A Prenda antecipada do Trigésimo Oitavo Aniversário da Independência Nacional

A recente criação e sobretudo dinamismo do movimento cívico “Todos Unidos Contra a Desflorestação em S.Tomé e Príncipe”, localmente coordenado pala advogada Celiza de Deus Lima e por ex-Procurador da República, Adelino Pereira, é um exemplo daquilo que deve ser copiado por outras estruturas de intervenção social similares e, quiçá, transportado, com adaptações necessárias, para o interior dos partidos políticos e servir de guia de orientação estratégica, metodológica, organizacional e comunicacional dos mesmos, tendo em conta as realidades prevalecentes nestes âmbitos.


De facto, no contexto político-partidário nacional, não se constata ação política coerente, metodologicamente pensada e articulada, estável, eficaz e responsável, ao contrário daquilo que estes dois excelentes advogados fizeram, com grande inteligência, neste movimento cívico. Os nossos partidos políticos, volto a repetir, deveriam ir buscar esta energia que contagiou o povo de S.Tomé e Príncipe, decorrente da organização e dinamismo deste movimento de cidadãos, que nasceu recentemente, e aproveitarem a ocasião para se renovarem e apresentarem novas propostas políticas e um modus operandi inteligível para a realidade social em que estão inseridos.

Bem sei que um partido político e um movimento social não têm o mesmo alcance político e social e que as limitações deste último decorrem da sua especificidade temática. Portanto, querer transformar, de forma fiel e acrítica, os movimentos sociais na salvação do nosso sistema político, pode ser um exagero. Todavia, há muita energia, criatividade e organização que os partidos políticos nacionais podem ir buscar ao trabalho e experiência do recente movimento cívico, criado por estes dois ativistas, em prol da salvação da Floresta do Sul da ilha de S.Tomé.

Em pouco tempo, com escassez de meios e uma cultura politica e social desfavorável no contexto, estes dois ativistas, deste movimento cívico, conseguiram investigar a fundo todos os pecados da Agripalma, desde a sua génese constitutiva, que indiciam a existência de múltiplas falcatruas e atropelos, designadamente: a existência de uma sociedade que funcionou e assinou contratos, durante longo tempo, sem personalidade jurídica, ou seja, gozo de direitos para tal; o arranque da sua atividade concreta, no terreno, foi feito sem estarem reunidas todas as condições de natureza contratual requerida pelo Estado de S.Tomé e Príncipe para um contrato com aquelas características e violou, sistematicamente, todas regras ambientais decorrentes da implementação do referido projeto com consequências desastrosas para o nosso país.

Tudo isto foi feito com beneplácito, para ser brando, dos governos do senhor Rafael Branco e, posteriormente, do senhor Patrice Trovoada, que nalgumas vezes mais agiam como se fossem advogados ou defensores da referida empresa em detrimento de outros interesses empresariais, para o país, mais favoráveis. Eu nunca compreendi esta atitude. O resultado está ai e pode ser sinónimo da consumação do sacrifício do nosso futuro no altar das exigências sociais do presente. Toda a defesa ou argumentário, do projeto Agripalma, uns mais estapafúrdios do que outros, é feito em função dos efeitos sociais decorrentes da implementação do projeto em causa, na zona Sul do nosso país, socialmente deprimida. Perguntar-se-á, todavia: será justo e racionalmente justificável prestar só atenção aos problemas e ameaças sociais do presente, numa perspetiva localizada e radical, ao ponto de se maximizar os riscos coletivos do futuro? Até quando continuaremos a tratar o nosso futuro como uma lixeira a céu aberto do presente para onde são atirados todas as nossas frustrações decorrentes da desorganização atual do país? Não seria desejável a implementação do projeto em causa naquela zona do nosso país, ou noutro contexto integrado mais favorável, minimizador das externalidades negativas do mesmo e das suas implicações no longo prazo?

É, porém, óbvio que planear o futuro ou trazê-lo para a mesa das nossas prioridades atuais exige que consideremos o longo prazo nas considerações estratégicas e decisões políticas. Que partido político tem esta ambição na nossa terra? Como pensam fazê-lo? Com que meios ou recursos? Provavelmente, se tivessem estes atributos, casos como o de Agripalma e outros não aconteceriam com tanta frequência na nossa terra. Foi isto que a Celiza Deus Lima tratou de nos demostrar com grande inteligência, eficácia, subtileza argumentativa, grande capacidade de comunicação e sedução, mobilizando assim milhares de cidadãos, sem recurso ao “banho”, para a causa de defesa do referido movimento.

Ficou também demonstrado que o “banho” não é uma inevitabilidade para mobilização social e política, na nossa terra, quando os princípios que norteiam a nossa ação são nobres e suportados por inteligência organizativa e metodológica. Seria desejável que todos os Santomenses, um pouco espalhados pela diáspora, pudessem ver o vídeo de tal programa televisivo e assinar a referida petição.

Num contexto, como o atual, em que os partidos políticos têm de recorrer ao “banho”, como recurso, para a mobilização de participantes para qualquer pequena reunião, manifestação popular, assinatura de uma petição temática qualquer ou mesmo votação nas listas partidárias, em diversos atos eleitorais realizados no país, este ato de inigualável coragem, determinação e mobilização popular voluntária em torno de uma causa tão nobre, como aquela que os referidos ativistas promovem, configura o prenúncio da inauguração de uma era nova em S.Tomé e Príncipe em termos de intervenção social e manifestação de cidadania plena. Celiza Deus Lima e Adelino Pereira fizeram mais pelo país, com este ativismo precursor, do que a ação de todos os partidos políticos Santomenses juntos nos últimos anos. Com parcos meios, uma agenda temática investigada e trabalhada ao milímetro, alguns colaboradores locais e internacionais bem escolhidos, Celiza Deus Lima enfrentou o Golias da nossa Floresta, sem medo, num contexto político e social onde predomina a cobardia. É obra! Esta é, para mim, a melhor prenda antecipada que o país poderia receber como celebração do seu trigésimo oitavo aniversário da independência.

Ninguém imaginaria que um país que não tem qualquer tradição, no passado, relacionada com o plantio, em regime intensivo e de monocultura, de palmeira-dendém para produção e exportação de óleo de palma e desenvolveu, durante este mesmo passado, uma experiência com o processo de introdução e instalação de plantações de cana-de-açúcar no seu território, que provocou uma sensível modificação do ecossistema, não tenha baseado, com prudência e responsabilidade necessária, esta nova experiência, no presente, de forma a acautelar o seu futuro, tendo em conta, também, a exiguidade territorial do contexto, a competição feroz no mercado internacional relacionada com o produto em causa, as consequências ambientais, no longo prazo, decorrente da alteração do ecossistema e, por fim, a compatibilização desta decisão com a aposta estratégica no desenvolvimento do turismo, no país, sistematicamente prometida por políticos de todos os quadrantes.

Corremos sérios riscos de estragar definitivamente aquilo que ainda é a nossa maior bandeira de identificação internacional e atração turística, que é beleza das ilhas e preservação ambiental, em detrimento da aposta num Golias da Floresta que se chama Agripalma sem, no entanto, termos garantias mínimas de que este Golias nos traga benefícios, no futuro, fruto das incertezas relacionadas com a sua implantação e crescimento no terreno. Quando a criança começar a crescer, ganhar peso e estatura, poderemos correr o risco de não saber o que fazer com ela com a desvantagem inerente aos estragos inevitáveis e irreversíveis que, entretanto, esta já provocou.

Esta é uma decisão muito importante para que os políticos envolvidos no caso a tivessem tratado com tanta ligeireza, irresponsabilidade, secretismo criminoso e falcatruas. Um político, qualquer que ele seja, que, neste contexto global e interdependente, não consegue estabelecer, no âmbito das suas responsabilidades e decisões políticas, a mediação entre a herança do passado, as prioridades do presente e os desafios do futuro, não merece governar em democracia.

Foi penoso e surpreendente, no debate televisivo “Cartas na Mesa”, ver um senhor, autoproclamado Coordenador Geral de Agricultura e Pesca, fazer o papel de defesa da Agripalma no referido programa e ser literalmente cilindrado, sem piedade, pela Celiza Deus Lima que nos surpreendeu com um discurso articulado, meticulosamente preparado, sustentado e assertivo.

Todavia, a surpresa maior, para todos os espetadores, daquele debate televisivo, não esteve relacionada com a suposta defesa da Agripalma por parte deste senhor, mas sim, com a assunção verbalizada deste propósito, pelo próprio, de forma voluntária. Como é possível que um Coordenador Geral de Agricultura do país pode, simultaneamente, declarar-se, também, representante da Agripalma no referido ministério e país? Como é possível compatibilizar assuntos do nosso interesse coletivo, neste âmbito, com os interesses privados em presença? Onde chegou o forrobodó!

Como podemos estar garantidos e sossegados sobre a bondade dos políticos e quadros superiores desta nossa terra relativamente à defesa e gestão, prudente e responsável, do nosso património coletivo? Eu nunca esperei, ver em direto, durante a minha existência, tamanha indignidade. O país, definitivamente, está a saque e em situação, crescentemente acelerada, de orfandade. Tenho muita pena em dizê-lo mas temo que a realidade seja bem mais grave do aquilo que se pensa ou cogita. Também, por isso, é que valorizo o excelente trabalho deste movimento cívico liderado pela Celiza Deus Lima.

Quando eu esperava que o forrobodó terminasse, até, porque, não era habitual a TVS brindar-nos com espetáculos desta grandeza fomos confrontados com a informação, aparentemente não desmentida, até o momento, de que no conteúdo do contrato assinado entre o governo Santomense e a Agripalma, o Estado Santomense contemplava, a esta última, cinco mil hectares de terrenos que poderiam eventualmente ser alienados, num contexto hipotecário, para financiamento do projeto da referida sociedade.

Agora percebe-se melhor a razão pela qual Sundy, na ilha do Príncipe, mesmo não tendo condições objetivas para a implementação do referido projeto, situação constatada e assumida, desde o princípio, por estudos técnicos e manifestação contrária da referida população local, nunca deixou de fazer parte da peça de caça abocanhada e lentamente consumida no recato, prontamente defendida por guardiões do templo contra a manifestação de quaisquer outros interesses alheios. O país transformou-se num regabofe total.

Como é que uma empresa, aparentemente idónea, anuncia com pompa e circunstância, a capacidade e vontade de investimento, no país, de dezenas de milhões de dólares, num determinado contexto temporal, para a implementação do seu projeto e, todavia, precisa deste expediente predatório, expresso num contrato assumido pelas partes, para satisfação deste propósito que anunciou antecipadamente, por livre vontade? Os milhares de hectares de terrenos cedidos pelo Estado Santomense a empresa em causa destinavam-se à implementação do referido projeto ou eram instrumentos, desde o princípio assumido pelas partes signatárias, que estariam na base da engenharia financeira, a estabelecer, para a implementação do mesmo? Tudo isto, bem como as consequências ambientais do referido projeto, deveria ser minuciosamente explicado antes da assinatura e implementação do referido contrato, num contexto de grande concertação política e social.

Por isso, fiquei boquiaberto quando, no mesmo programa, ouvi o Diretor do Ambiente, num rasgo de rara capacidade argumentativa, afirmar que estava a favor da discussão e reflexão sobre o processo negocial, conteúdo dos contratos e consequências ambientais do referido projeto mas que estes expedientes deveriam ser feitos antes da implementação do mesmo no terreno. Eu não queria acreditar naquilo que estava a ouvir.

Se o contrato em causa, como todos os outros que se faz na nossa terra, indicia a existência de um secretismo criminoso, na sua elaboração e assinatura, com todas as consequências, a jusante, que se começa a descortinar gradualmente, como é que se poderia fazer qualquer reflexão sobre o conteúdo do mesmo, milimetricamente blindado, desde a sua génese? O povo iria discutir o quê, se nunca conheceu o conteúdo do referido contrato? É esta a prática que começa a fazer escola no país. Distraem-nos com bobôs e palhaçadas, enquanto o conteúdo essencial da festa vai-se passando perante os olhos de alguns privilegiados e, posteriormente, perguntam-nos porquê que não estivemos convenientemente concentrados no conteúdo da mesma.

Isto faz-me lembrar um pequeno episódio que aconteceu na minha infância. A minha avó explorava um pequeno botequim, na ilha do Príncipe, que era muito frequentado por gentes de todas as camadas sociais. Um indivíduo chamado Vicente que, invulgarmente, bebia muito durante todas as noites, acabava, quase sempre, por sair do referido botequim completamente bêbado. Invariavelmente, deixava perder a chave de casa e dirigia-se em direção ao posto de iluminação mais próximo com o objetivo de a procurar.

A minha avó, Maria Preta, sempre prestável em assistências deste tipo, estabelecia uma guerra com o Vicente tentando convencê-lo que, a referida chave, nunca poderia estar nas imediações daquele candeeiro, porque ele nunca esteve ai em momento algum, durante aquela noite. Ele, com uma teimosia quase obsessiva, tentava convencer a minha avó que, embora compartilhasse a ideia de que a referida chave não deveria estar naquele lugar, pelo menos havia luz ai, logo, grande possibilidade de encontrar a referida chave no lugar em causa.

Nós, como povo, temos uma tendência, quase suicidária, como o Vicente do episódio relatado anteriormente, de inverter os instrumentos de análise e tomada de decisão, em função de receitas que deram resultados noutros contextos, independentemente da realidade atual prevalecente. Por isso é que o senhor Diretor do Ambiente acha que devemos continuar com a prática de reflexão e debate sobre o conteúdo dos contratos e suas consequências, antes da implementação dos mesmos no terreno, para não causar transtornos posteriormente, independentemente de sabermos, atempadamente, que o conteúdo destes mesmos contratos bem como as suas eventuais consequências são, deliberadamente, blindados e escondidos do povo para impedir retrocessos, percalços indesejáveis e alimentar uma política de factos consumados.

Admito que, nalguns casos, estes comportamentos, não sejam, necessariamente, sinónimo de atos de corrupção, hierarquicamente planeados e premeditados, transversalmente cometidos no seio das instituições da república. São, sobretudo, resultados de má politica, irresponsabilidade na tomada de decisões, desorganização das instituições, défice de conhecimento, geral ou especializado, rotina institucional desajustada dos mais altos interesses da nação, falta de iniciativa e criatividade, etc. Este caldo de cultura política prevalecente pode desembocar em manifestação cíclicas de sintomas de corrupção cuja raiz está a montante. Também, por isso, é que se torna pertinente e distintivo, neste momento, o elogio da ousadia do movimento cívico “Todos Unidos Contra a Desflorestação em S.Tomé e Príncipe” coordenado e dinamizado pela Celiza Deus Lima e seus colaboradores. É genuíno, na forma e conteúdo, e encerra, também, preocupações pedagógicas que vão ao encontro deste caldo político e cultural que prevalece na nossa Terra.

É bom realçar, todavia, que não é fácil fazer o que estes dois ativistas do referido movimento cívico fizeram. Em primeiro lugar porque falar do Golias Agripalma, em S.Tomé e Príncipe, transformou-se, de repente, num pecado divino com consequências pessoais devastadoras. Em segundo lugar, porque o papel social que a referida empresa realiza, na zona Sul da ilha de S.Tomé, dando emprego a centenas de famílias que não tinham qualquer outra forma de subsistência é, por si só, desencorajador de tal façanha.

Mas, se há coisa, em democracia, que tem de ser debatida publicamente é a floresta ou a natureza na sua forma mais abrangente porque, em primeiro lugar, refletir e discutir é o que devemos fazer sempre quando temos dúvidas sobre o destino ou escolha de um caminho entre várias alternativas que podem ser adotadas, sobretudo, quando a intervenção dos técnicos ou especialistas, a montante, terminou; e, em segundo lugar, nunca haverá futuros melhores do que presentes se não formos capazes de construir, uma imagem daquele, sustentada em debates e reflexões que inclua todos os membros da comunidade. Por isso, reitero: esta é a melhor prenda antecipada do trigésimo oitavo aniversário da independência nacional que se realiza daqui por duas semanas, sensivelmente. A ordem dos Advogados tem-se transformado numa escola exemplar de líderes comprometidos com a defesa da “Coisa Pública”. Esta prenda da Celiza Deus Lima ao país é, também, uma pequena homenagem à memória de Edmar Carvalho, desaparecido precocemente, que foi o primeiro presidente da instituição que aquela dirige atualmente.

Adelino Cardoso Cassandra

27/06/2013

35 Comments

35 Comments

  1. Barão de Água Izé

    28 de Junho de 2013 at 8:16

    A Sociedade civil que se organizou e muito bem, contra o crime ecológico que ocorre no Sul do País, podia aproveitar e continuar em frente, lançando o debate ou propondo medidas efectivas para ajudar a estruturar um Estado de Direito:
    1 – Revisão da politica Económica aplicada no pós-independência, incluindo a reprivatização do que foi nacionalizado;
    2 – Retorno ao Estado de imóveis rústicos e urbanos que foram apropriados indevidamente, venda pública ou arrendamento a valores reais do mercado;
    3- Revisão da Constituição e do Código penal que permitam o Presidencialismo (democrático) e a criminalização do “banho”.
    4- Análise do papel do Estado e sua dimensão na Economia.
    A Sociedade Civil deve tomar embalagem e apostar no derrube da pobreza.

  2. Augerio Amado vaz

    28 de Junho de 2013 at 8:36

    Grande reflexão. Adorei!

  3. CEITA

    28 de Junho de 2013 at 9:05

    Muito bem senhor Adelino Cardoso Cassandra, só tem que lhe agradecer pelo teor e prenda antecipada, para acrescentar dizendo que nossos dirigentes são defensores do Diabo, eles governam consoante a posição do vento, eu tenho certeza quase absoluta se o Senhor Director Geral da Agricultura tivesse na oposição na governação, ele teria outra linguagem, sei que senhor Adelino é mais experiente que eu… e também acho que confirma, que deus nos abençoe.

  4. CEITA

    28 de Junho de 2013 at 9:10

    “e também acho que confirma”, não faz parte do texto.

  5. Teodoro Trindadense

    28 de Junho de 2013 at 9:28

    Reflexão de grande fôlêgo. Este senhor tem nos surpreendido com este tipo de textos que os nossos políticos e a malta mais jovem deveria ler. Muitos parabêns meu caro.
    Parece-me que no entanto, no título o autor do ntrabalho queriria dizer trigésimo oitavo como aliás aparece mais abaixo no corpo do texto e não trigésimo aniversário. Não será?

    No entanto o texto está muito bem conseguido. O Golias Agripalma. Temo que seja mesmo um Golias. A Celiza provavelmente foi o David.
    Meu caro muitos parabéns, mais uma vez.
    Teodoro

  6. A.V. Teles

    28 de Junho de 2013 at 9:37

    Meu caro Didi. Não sei se te lembras de mim nem dos nossos tempos do liceu. O teu texto está fantástico. Nunca mais te vi. Onde páras neste momento? Estás em S.Tomé? Só tenho de te dizer uma coisa. Já pedi o teu irmão o teu email para entrar em contacto contigo.
    Ao contrário das outras pessoas que escrevem neste fórum e outros, os teus textos têm uma particularidade importante. Fazem-nos pensar, refletir e construir uma opinião sobre os acontecimentos que se vão dando no nosso país. É por isso que gosto de te ler ultimamente. Sobre esta questão em particular só te nosso dizer que andei um tempo dividido entre o Golias e a Celiza de Deis Lima cuja petição acabei por assinar. O teu texto ajudou-me a aprofundar esta reflexão interior. Estás de parabéns meu caro amigo e colega. Que DEUS te dê muitas forças para continuares a nos brindar com estas maravilhas. Muitos parabéns mesmo.

  7. Diogo Angolar

    28 de Junho de 2013 at 9:43

    Excelente, meu amigo! Trigésimo ou Trigésimo oitavo? Parabéns pelo artigo tão oportuno e muito bem feito.
    Diogo

  8. Laura

    28 de Junho de 2013 at 10:44

    Não tenho por hábito comentar neste fórum embora leia as notícias.
    Só para manifestar os meus parabéns ao autor deste artigo tendo em conta a minha particular relação com os temas ambientais. O texto está muito bem construído e com linhas de orientação que podem ajudar a sustentar o debate, numa perpetiva económica, sociológica e mesmo política, relacionada com o desastre ecológico que se avaizinha com a implementação deste projeto em S.Tomé.
    Mais uma vez, os meus parabéns para o autor do mesmo.
    Atenciosamente
    Laura

  9. Raquel

    28 de Junho de 2013 at 10:45

    Onde se pode subscrever a petição? Está online? Agradecia que me informassem, por favor.

  10. Filipe Gandú

    28 de Junho de 2013 at 10:50

    Não será trigésimo oitavo, no título?

  11. Filipe Gandú

    28 de Junho de 2013 at 10:53

    Senhor Cassandra !

    Muitos parabéns pelo brilhante texto e referência feita ao nosso querido Edmar Cravalho. Fiquei muito satisfeito ao ler o seu texto.

  12. Almerim no Coração

    28 de Junho de 2013 at 10:58

    Há tanto tempo que eu não ouvia falar de ti, meu caro amigo Cassandra. Por onde andas, pá?
    Acabei de ler o teu magnífico texto e só posso dizer que é das coisas mais lúcidas que tenho lido sobre S.Tomé e Príncipe. Compreendo que o país tem problemas em atrair o investimento estrangeiro para criar emprego no país. Mas ninguém compreende que este investimento seja feito em condições de pouca transparência e com casos mal explicados e que nos evergonha como país.
    Eu não conheço esta Celiza Deus Lima mas o seu trabalho merece ser aplaudido por todos sobretudo porque todos conhecemnos como as coisas funcionam no nosso país por aqueles que nos governam desde a independência nacional em 74.
    Um abraço para ti e para a tua família.
    J.G.A.

  13. Falar Direito

    28 de Junho de 2013 at 11:01

    Estamos a caminho de 39 anos de independência total de STP ou seja de desilusão total.
    Na pratica não vejo o significado desta data para os Santomenses. Peço ao povo de São Tomé e Príncipe que abram os olhos e eliminem politicamente esta gente corrupta caso contrario estaremos condenados a viver sempre na miséria. Eu não preciso daqueles políticos corruptos para nada. Abram os olhos povo de São Tomé e Príncipe.

    • Falar Torto

      28 de Junho de 2013 at 12:20

      Subscrevo. Isto está pior a cada que passa. Sempre os mesmos a cometerem os mesmos erros a ficarem ricos e os pobres a ficarem mais pobres.
      A culpa não é desta empresa é dos governantes que em vez de criarem condições para negociarem com empresários de forma justa e com responsabilidade querem sempre ter uma comparticipação nos negócios. É sempre assim em S.Tomé. O que é que se pode fazer mais? A advogada está no seu direito de afrontar esta gente e tentar descobrir as falcatruas deste processo. Coitados são os trabalhadores que fivam no meio desta guerra que sempre são os mesmos a ganharem o seu e o povinho a padecer cada vez mais.

    • Ana

      28 de Junho de 2013 at 14:00

      Fantástica reflexão. Não só no conteúdo como na forma. Muitos parabéns meu conterrâneo. Estes senhores deveriam ler isto. Já agora, como posso subscrever a petição?

    • Abaixo Agripalma

      28 de Junho de 2013 at 14:03

      Meus parabéns pelo texto. Li e reli com atenção e apetece-me ler outra vez. Quando isto acontece talvez seja porque o texto é bom. Não conheço o autor mas desde já desejo-lhe as minhas maiores felicitações. Quem é esta Celiza?

    • UDRA

      28 de Junho de 2013 at 15:48

      Gostei muito. Adorei! Muitos parabéns. É preciso continuar a chamar atenção e refletir sobre os nossos males. Deus lhe abençoa.

  14. Verde Floresta

    28 de Junho de 2013 at 13:09

    Não assisti ao programa de tv mas gostava de saber o que disseram tecnicamente as autoridades ambientais aquando da análise do estudo de impacto ambiental que devia ter sido lançado para consulta pública. O Sr. Director do Ambiente faria um serviço à Nação se fizesse duas coisas: 1. publicasse o parecer que deu (se é que deu) que viabilizou o projecto e, 2. disponibilizasse o estudo de impacto ambiental para que pudesse ser analisado pelo público e por técnicos. Talvez a bomba fosse maior e inlcuia mais gente se isto acontecesse.

    • Feira de Ponto

      28 de Junho de 2013 at 15:42

      Na minha opinião houve um falhanço total ao nível de tomada de decisões neste processo desde o príncipio. Não se conheceu o conteúdo do estudo ambiental como o senhor Verde Floresta disse e não se tem acompanhado o desenrolar do processo de desflorestação com o devido cuidado e rigor técnico. Além disso nós temos mania cá em S.Tomé de não dar nenhuma importância aos técnicos especializados em vários sectores que têm mais qualificação para decidir tecnicamente sobre as coisas. E isto não se passa só no ministério da agricultura. Nos outros ministérios é a mesma coisa.

    • UDRA

      28 de Junho de 2013 at 15:46

      Como é que se pode assinar a petição? Através de quem?

    • Florestal Meyer António

      28 de Junho de 2013 at 23:23

      Entra no facebook e busca por mim, darei mais informações

  15. Novas

    28 de Junho de 2013 at 14:12

    Estamos a reclamar dos 5 mil hectares da agripalma e do direito de hipotecar. Muito bem.
    Mas o Cassandra conhece por acaso o contrato dos hectares dados ao Homen da lua no Principe? Ele tambem pode hipotecar, etc, etc. E é quase todo principe…!

    • Flor de Picão

      28 de Junho de 2013 at 19:19

      Caro Senhor
      Não venha falar do problema do Príncipe porque aqui no Príncipe não existe nenhuma hipoteca sobre terrenos adquiridos pelo homem da Lua. Os terrenos foram concessionados ao empresário para ele investir, criar postos de trabalho para a população. É isto que ele está a fazer com dinheiro dele sem hipotecar nenhum terreno do Príncipe. Portanto não venha com estas conversas fiadas para mascarar as vossas trafulhices nesta coisa de Agripalma. Aquilo que vocês fizeram lá no Sul de S.Tomé é um crime grande. Não tem nada a ver com investimento feito por este investidor cá no Príncipe. Ele comprou alguns terrenos que privados venderam para ele. Outros terrenos, como Sundy, foi concedido pelo governo regional para que o investidor pudesse fazer os seus negócios, depois da população do Príncipe ter dito em várias Assembleias Populares realizadas cá na ilha do Príncipe que não queria o projecto de Agripalma. O projecto de Agripalma era muito prejudicial para os interesses do Príncipe. E é por causa desta decisão da população do Príncipe que acabámos de receber o certificado internacional como pertença à Reserva Mundial da Biosfera. Se tivéssemos aceite a Agripalma nunca poderíamos receber este galardão da UNICEF. Portanto, cá no Príncipe sabemos perfeitamente para onde queremos ir. Além disso toda a gente cá no Príncipe conhece as condições do contrato assinado com o investidor Sul Africano porque ele foi debatido, analisado quando estávamos a discutir isto com o governo central e com a população do Príncipe. O próprio Tribunal de Contas tem cópias deste contrato enviado pelo governo regional. O que ninguém conhecia era aquilo que estava no contrato da Agripalma que toda a gente ficou a saber na televisão.

  16. vamos lá

    28 de Junho de 2013 at 15:01

    Precisamos de si em STP, mas só quando acabarmos com o sistema em STP.
    É uma lição bem dada. Uma reflexão com uma introdução, desenvolvimento e conclusão.
    Aprendam com quem tem um pouco para dar. Este é um verdadeiro Professor, não responde elogios nem criticas.
    Tem muito haver com educação e conhecimentos. Ao contrario de muitos que usa jornal como se fosse CHAT.
    Parabéns Cardoso.

  17. Addon Tiny

    28 de Junho de 2013 at 15:46

    Quero felicitar o escritor do artigo pela qualidade do texto e pelo conteudo do mesmo.
    Não há duvidas este artigo ganharia melhor artigo do ano caso houvesse espaço para tal.Por isso deixo um apelo ao Tela Nom no sentido de Criar premio para melhor artigo do ano, como forma de insentivar os escritores deste espaço que muitas vezes fazem mal uso escrevendo coisas sem nexo, como uma forma de se refletirem antes de escrever.

    • Téla Nón

      28 de Junho de 2013 at 16:42

      Muito boa ideia, o Téla Nón tomou nota

  18. Pléto Lúlúlú

    28 de Junho de 2013 at 17:56

    Parabéns srº. A.C.Cassandra ….. Um excelente artigo de opinião e alerta, para as consequências que poderão advir no futuro, para aquela zona do Sul da Ilha de S. Tomé. Infelizmente temos vários e maus exemplos, na Indonésia, Filipinas, Malásia, etc,etc, sobre as consequências terríveis para o ambiente, do plantio e exploração intensivas de Palmares. Estamos a falar de Países enormes,com muita área para este tipo de culturas. S. Tomé com os seus 940 Km2 de superfície, como vai resistir a este ‘crime ambiental’ ??? Só o futuro dirá e então já poderá ser tarde…..

    • Verdade

      1 de Julho de 2013 at 9:14

      De facto a acção desses activisatas merece todo nosso apoio. Mas é preciso indagar outrso contornos desse movimento. Pelo qu eé dado a conhecer, um dos elemntos desse movimento é proprietário de uma Média empresa junto a Agripalma. Essa pessoa se revoltou contra o projecto e Agripalma, porque a empresa recusou comprar o seu terreno, pelo falo de 200 mil doláres. Agora pergunta-se: è licito cende uma terra do Estado com apenas um título provisário para usufruto?
      Ainda sei que esse mesmo elemento anda por terras angolanas a fazer lobis a faver dos angolanos. Será que vão sabotar o projecto de Agripalma para entregar terra vender terras aos angolanos?
      Façamso uma reflexão sobre isso e veremos a teia de interesses quie andam à volta da Agripalma. O que esta em jogo não é crime ambiental é força dos Dolares de Angola.

  19. Hintze

    28 de Junho de 2013 at 18:59

    Sr. muito bem falado, o movimento realment nessas ultimas semanas fez o que os partidos nao fizeram em anos. E é de salientar que os advogados que têm liderado tal movimento têm mostrado real amor a pátria, coragem ,determinação e sabedoria. Ao contrario desses políticos corruptos, bandidos, e orgulhosos ue passam a vida a roubar o povo.Que Deus proteja a Dr. Celiza de Deus Lima e o Dr. Adelino Pereira e que continuem a mobilizar outros movimentos de caracter social e ambiental.

  20. F. Rodrigues

    28 de Junho de 2013 at 19:27

    Venho parabenizar-te meu caro. Obrigado pelo texto tão bem escrito e fundamentado.
    Muitos parabéns. A referência ao Edmar Carvalho pareceu-me justa e oportuna.
    F. Rodrigues

  21. Sousa Carlos

    29 de Junho de 2013 at 14:09

    Eu nunca percebi a razão porque quando se está a negociar qualquer projecto, cá em S.Tomé, por mais insignificante que ele seja em termos de sigilo negocial para que o país tire vantagens, se faça disto tanto secretismo e blindagem como o autor do texto referiu. Isto sempre me incomodou e eu nunca percebi as razões. Alguém quer abrir um negócio de agricultura os senhores governantes transformam este projecto numa espécie de agência de espionagem que ninguém pode saber nada, povo não saber nada, etc.
    Um investidor quer fazer negócios em torno de petróleo os governantes transformam isto num espécie de agência de espionagem que ninguém pode saber nada e ninguém pode dizer nada.
    Um investidor quer abrir um negócio de porto ou relacionado com pesca o governo transforma tudo isto em agência de espionagem para que o povo não saiba nada. Mas que raio de coisa é esta, minha gente? Num país democrático isto não pode acontecer. As coisas têm ser apresentadas, discutidas para que as pessoas tomam conhecimento e possam dar a sua opnião. O governo não foi eleito para fazer as coisas nas costas do povo e só mais tarde dar informação ao povo sobre a decisão que tomou sendo ela nociva ou não para o desenvolvimento do país.
    Há já bastante exemplos destes casos que os diversos governos deveriam aprender.
    Toda a gente se lembra ainda dos problemas de assinatura de contratos de petróleo com ERHC, de problemas com uma empresa de energia Synergie. Mesmo assim esta gente não aprende. Cometem os mesmos erros muitas vezes de propósito para prejudicar o país. Cada vez que isto acontecesse deveria existir uma lei na nossa constituição para que os politicos que cometesssem este erro fossem logo presos e julgados sumariamente. Isto já está a ficar um abuso autêntico.
    Aquilo que aconteceu com este projecto Agripalma e a forma como o autor do texto explicou é um grande abuso destes governantes. Todos eles deveriam ser responsabilizados pelos seus actos. Isto não é uma brincadeira. O que é que as gerações vindouras vão pensar das actuais gerações? Vão pensar que as actuais gerações só pensaram nelas e danificaram o país. Isto é serviço, minha gente?

  22. B

    30 de Junho de 2013 at 22:05

    Este artigo é uma prenda para o movimento cívico! Obrigado e até breve…

  23. Eu também sou filho da terra

    1 de Julho de 2013 at 1:50

    É plausível a acção desses activistas. Mas esperemos que os mesmos não se sintam convencidos de que a grande adesão popular em defesa da nossa floresta já é um indício positivo para a criação de mais um partido político. Aqui as coisas poderão mudar de figura porque o povo sabe o que deve ou não apoiar. O povo não é parvo.

  24. Rodnusca

    2 de Julho de 2013 at 19:58

    Pela primeira vez na história do nosso país a sociedade Civil manifesta-se contra as acções anárquicas levadas a cabo pelos nossos governantes,estes senhores têm que perceber que não podem despojar dos bens públicos como bem entendem sem prestar contas ao povo, que Deus abençoe e proteja os lideres deste movimento Celiza de Deus Lima e Adelino Pereira que ninguém vos silencie,que a vossa voz seja sempre a voz da razão….

  25. Franco

    3 de Julho de 2013 at 15:19

    Parabens!

    como posso subscrever a peticao?

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