Opinião

Livro, companheiro fiel.

No dia 23 de Abril, comemora-se o dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Uma data como essa deve ser comemorada, sim, pois é um marco. É como um aniversário. Na data, lembramos mais de viver, sem deixar, entretanto, de saborear a vida cotidianamente.

Hoje, data comemorativa, podemos destacar com maior ênfase, mas a leitura é nossa companhia diária. Parafraseando Paulo Freire, antes de ler a palavra, lemos o mundo e o fazemos com maior eficácia na medida em que somos capazes de compreender e interpretar a realidade que nos rodeia.

O homem, em busca de solidificar a possibilidade de ler o mundo, criou a escrita. Com isso, perpetuou a palavra, facilitando sua própria vida, uma vez que a leitura da palavra não é mais senão uma ponte para a leitura do mundo.

éliane vitorino geralE nessa arte de ler a vida, o homem superou-se e criou o livro!

Eclético, pode estar cheio de sonhos, de realidade, de magia. Rechei-se daquilo que nós queremos que esteja pleno.

Sempre disposto, não reclama se for esquecido por uns dias, nem se for solicitado no meio da noite. Permanentemente fiel, pode estar conosco onde quer que estejamos. Segue mudo ao nosso lado, e nos fala somente quando o interpelamos. Se perguntarmos, responde. Se não, segue quedo, pacato, plácido.

Sábio,constantemente tem algo a nos dizer, sobre todo e qualquer assunto. Seriedade, bobice, para rir ou chorar, não importa: ele pode nos dizer coisas instrutivas, ou mesmo pilhérias insignificantes.

Por seu intermédio, nossa mente pode ser expandida, nossos conhecimentos aperfeiçoados. Temos nele um meio de adquirir novos saberes, confirmar ideias ou mesmo mudar nosso ponto de vista. Ele é virtuoso!

Mesmo quando não gostamos muito do que nos tem a dizer, somos livres para escolher outro, e outro, e outro, até que um deles seja aquele que melhor aquieta nossos anseios, nossos desejos.

Os livros são, portanto, pequenas gotas diárias de vida, de liberdade, de luz, de saber, de conhecimento. Podemos viver sem eles? Até que sim. Porém essa vida será escura, sem sonhos. Uma vida sem livros é como solo sem chuva: improdutivo, ressequido, inanimado. Como uma casa fechada em que não entra nem sol e nem vento.

Coloque sabor, luz e cor em sua vida: leia!

Mário Quintana já dizia que o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler, mas não lê. Portanto, erradique o seu próprio analfabetismo e trabalhe para erradicá-lo!

Leia hoje, amanhã, depois, a vida toda! Leia para seus filhos. Leia para seus pais. Leia para seus amigos.

Se você é professor, por favor, abra uma janela de luz, sonho na alma de seus alunos. Construa seres capazes de pensar: leia em sala de aula – da primeira à décima segunda classe. Isso, com certeza, construirá indivíduos críticos, capazes de ler sua realidade e, com isso, trabalhar para torná-la melhor para si e para todos.

Um passo hoje, outro amanhã, e o caminho inteiro se faz.

Lia Oliveira (Eliane Vitorino de Moura Oliveira)

Leitora Brasileira – Universidade de São Tomé e Príncipe

Doutora em Estudos da Linguagem – PPGEL/UEL

Especialista em Português para Estrangeiros

 

2 Comments

2 Comments

  1. ELIANE VITORINO DE MOURA OLIVEIRA

    24 de Abril de 2016 at 11:50

    No quinto parágrafo, onde se lê rechei-se, deve se ler “recheia-se”.
    Obrigada!

  2. Boca Pito

    26 de Abril de 2016 at 9:33

    ATENDENDO O DIA DO LIVRO 23/04/2016, TRAGO
    UM ARTIGO DE APRECIAÇÃO CRÍTICA.

    O cozinheiro sem língua

    É muito tempo para suportarmos o soprar dos ventos que vêm dos Desertos, carregando consigo muitas doenças que se transformam em epidemias e levam a um alarmismo, como é óbvio, de toda a população principalmente as de fraco recurso de subsistência.
    Entretanto, só o alarmismo não conta para resolver esse tipo de problema. Necessário se torna perceber as causas desta situação e programar antecipadamente medidas para o seu combate, o que implicaria uma mudança de atitude que, tem passado pela forma de justificar o injustificável.
    Se notarmos bem, somos todos brasas do mesmo fogo: mas há brasas que provêm de moandim, outras da amoreira, de gofi e na sua maioria de papel. Logo percebemos que não é em vão de os nossos dedos das mãos e dos pés terem cumprimentos diferentes e, não é em vão que mesmo assim, um precisa do outro nas suas tarefas quotidianas e quando o braço ou a perna sucumbe, os seus dedos todos também sucumbem. Ao sucumbirem, deixarão de ser brasa e passaram a ser cinzas, as quais estarão ao sabor do vento. Aquele vento que também vinha dos desertos.
    Razão para dizer que esses dedos todos juntos, devam ser ferramentas do cozinheiro que com a sua mestria, confecciona os bons ou maus cozinhados de que nos servimos à mesa. Quando for um excelente cozinhado – hummmm que delícia, que mérito do cozinheiro. Mas atenção. Se o agricultor e os outros técnicos que facultaram os ingredientes para este mesmo cozinhado, não fossem também proficientes, o tal elogio não teria lugar. Então, deve haver a justiça justa, o que ainda não há, uma vez que ao falarmos do cozinheiro, teríamos que lembrarmos primeiramente da língua e, não lembrarmos da apenas da língua para deliciar uma boa bica todas as manhãs, nos hotéis, na hora de estarmos na cozinha, visto que os clientes estão à mesa a nossa espera.
    É essa espera que tem desesperado os ajudantes da cozinha que, não têm língua para terem direito a provar o milho cozido com côcô, três vezes por dia, na companhia dos seus mina-quiás nos seus respectivos funca-funcas. Aliás, os mesmos vivem em kispás e nem sequer têm direito a 1% de renda de casa que, têm os cozinheiros, quanto mais um salário digno. Que justiça mais injusta, ou melhor, que injustiça mais justa, para os ajudantes da cozinha e não só.
    A Justificação, o Dubai é pobre: não se produz, o orçamento é suportado em cerca de 90% pelas ajudas e doações externas. Que paradoxo!

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