Para que as Autoridades ligadas ao sector de educação e cultura do meu Pais, não se esqueçam nunca que existiu um grande Senhor chamado Dionísio Simão e que deu uma grande e valiosa contribuição na formação de muitos jovens do seu tempo.
Fernando Simão
DIONÍSIO SIMÃO, era conhecido por Professor João de Guadalupe.
Nasceu a 5 de abril de 1922, na Freguesia de Guadalupe- Ilha de São Tomé, tendo falecido em 14 de fevereiro de 1987, sendo filho único de Simoa Soares Neto.
Durante cerca de 2 décadas, foi professor primário da Escola da Missão Católica de Guadalupe. Era única escola na Vila com reconhecimento oficial e lecionava alunos de Guadalupe, Conde e roças circunvizinhas.
Em 1952, foi transferido, sem conhecer a causa, para a Escola da Missão Católica da Paróquia de Santo António do Príncipe, onde lecionou apenas um ano letivo- 1952/1953. Mais tarde, veio-se a saber que o padre da Paróquia de Guadalupe, Abel Pereira, sabendo que ele era um dos visados no massacre que viria a acontecer em fevereiro de 1953, como medida cautelar o transferiu para aquela Ilha.
Durante a sua estada na Ilha do Príncipe, conheceu Adóstia Xavier Fernandes da Silva, filha de Fernando Fernandes da Silva (irmão do escritor Marcelo da Veiga) e de Lourença da Cunha Taborda, onde vieram a casar em dezembro de 1952. Como resultado desse casamento, tiveram 6 filhos: Fernando da Silva Simão, Simoa Filomena da Silva Simão, Rosa Maria da Silva Simão, Ricardina Lourença da Silva Simão, Maria do Rosário da Silva Simão e João Paulo da Silva Simão, todos nascidos em São Tomé.
Em 9 de setembro de 1953, regressa a Ilha de São Tomé e retoma a sua tarefa de professor na Escola Católica de Guadalupe. Paralelamente a função de professorado, desempenhava igualmente as tarefas ligadas a registo civil, emissão de varias licenças das quais de realização de festas, enterramento, etc. na Delegação da Administração do Concelho em Guadalupe.
Era também um dos dirigentes do Clube Desportivo de Guadalupe. Foi na sua administração, na primeira metade dos anos sessenta, que se construiu o primeiro Campo de futebol da Vila de Guadalupe. Naquela altura foi o primeiro ano da participação da equipa de futebol num Campeonato Nacional.
A função de professor primário, sua participação como responsável da Delegação de Administração do Concelho em Guadalupe, sua dedicação ao Clube Desportivo de Guadalupe, conferiu-lhe o estatuto de Líder Comunitário. Nesta qualidade, fora contactado diversas vezes para representar a Vila nas cerimónias de inaugurações, visita de altas individualidades, muitas vezes proferindo discursos. Aproveitava esses discursos para fazer algumas reivindicações de caracter social. Tinha sempre uma palavra nas grandes decisões a tomar em benefício da Vila, na qual tinha uma grande paixão e dedicação.
Com a construção e inaugurações da escola pública em Guadalupe, a escola da Missão Católica perdeu a relevância e teve que encerrar as portas. O professor João passou a trabalhar a tempo inteiro como responsável da Delegação de Administração do Concelho em Guadalupe e mais tarde com a extinção desta, nas novas delegações dos Registo Civil e Câmara Municipal que funcionava no mesmo local.
Em 1963 foi preso pela PIDE/DGS, alegadamente por ter recebido para distribuição, materiais de propagada provenientes de Fernando Pó, antiga colonia espanhola (atual Guiné Equatorial). Tudo porque o Professor João era genro de Fernando Fernandes da Silva, radicado naquela colónia, cujas autoridades coloniais desconfiavam fazer parte do grupo de nacionalistas que lutavam para a libertação de São Tomé e Príncipe. A PIDE/DGS associou também o facto de ele por vezes enviar umas cartas incómodas aos administradores das Roças, a reivindicar alguns exageros cometidos aos trabalhadores. O interrogatório durou vários dias.
A partir de 25 de Abril de 1974, participou ativamente na luta reivindicativa para a conquista da Independência Nacional de São Tomé e Príncipe ao lado dos compatriotas da Associação Cívica pó- MLSTP.
Veio a falecer por doença prolongada, em Guadalupe, local onde nasceu, viveu e dedicou toda a sua vida, aos 64 anos.
setembro/2018
Observador Atento
24 de Setembro de 2018 at 20:47
Excelente! Eu que conheci o Sr Joao, confirmo que foi um grande homem muito ponderado e calmo. Ele nao falava muito mas sentia se uma mao forte deste homem. Conheci tambem a esposa D. Adostea que foi tambem uma senhora de punho formidavel. Que eles se reposem em paz! Um grande abraco tambem ao Fernando e a toda a familia.
sotavento
25 de Setembro de 2018 at 9:34
Conheci tanto o sr. Joao como D. Adostia… boa gente.
Nelson Tiny
25 de Setembro de 2018 at 11:07
Tenha um pouco de decência meu senhor, como alguém pode vir ao público reclamar reconhecimento para seu próprio pai, alguém que morremos anos 80 e que cerca de 99% dos santomenses conhece. É ridícula essa atitude, E é desse mesmo modo como tratam as instituições do país, acham que por terem tido país que atuam no governo ou atuaram ou porque ajudou o país têm mais direito que os outros. Mas eh preciso notar que não estou aqui concordando com o nome de mé xinho dado a liceu de lobata até porque deveria ser uma figura ligada à educação ou ensino, agora ver o Gika e seu pai enciumados porque o nome do liceu não foi do pai e avô deles respectivamente é intragável e revela a moralidade dessa gente. Meu pai trabalha numa empresa desse país desde que ele tinha 14 anos e hoje ele tem 60 e fazendo escalas noturnas mas jamais aceitaria meus filhos reclamarem por nome dele dada a uma sala se quer dessa instituição. Tenha vergonha e deixem de achar que o país é propriedade vossa.
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16 de Dezembro de 2018 at 13:43
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