Opinião

RDSTP 45 anos livre

RDSTP 45 anos livre

A.V. 14/06/2020

Aproximando 12/07/2020, o dia em que STeP completará 45 anos livre e independente, é importante observarmos o passado, aprendemos, com erros praticados e não voltar a cometê-los:

Com a passagem para história do vulto que delegou a implantação da república e que, por conseguinte, se constitui como legado daquele mundo dos únicos, hoje é notório que a maioria das pessoas não buscam uma Democracia funcional no seu amplo conceito na RDSTP, mas sim, um regime que desafoga as suas rotinas, facilitando-lhes um pão nosso de cada dia e nada mais.

Se a geração que substituiu o partido único tinha por objetivo: remover os escombros, reedificar um novo conceito de nação, difundir a Democracia e o mercado livre; no computo total falhou, principalmente porque não foi capaz de aproveitar os ativos e melhorar as faltas nem apresentarem iniciativas e criatividades necessárias para restruturar o estado e que viesse a ser verdadeiramente Democrático.

Ao entrarmos no mundo do pluralismo político, convencemo-nos da construção de uma economia de mercado conceituada e distante da classe política, mas enganamo-nos infantilmente. Foram os mesmos políticos que se transformaram em empresários, fabricando leis ao seu favor, sem sentido do estado. Uma das consequências vigentes: hoje temos um mercado, repleto de informalidade, com empresários recheado de défice nas receitas, lamentando constantemente o baixo poder de compra que não favorece lucros e reduz a poupança, congestionando o mercado financeiro e aumentando a pobreza.

Indicadores como a empregabilidade, a saúde, a segurança e a educação, vistos em separados deixam-nos bem distantes da ambição turística que almejamos.

A lógica da sobrevivência do país ancorado nos apoios externos está completamente ultrapassada… STeP recheado de ricas faunas e floras, e grandes homens e mulheres trabalhadores, urgiria reorganizar a agricultura e incentivar a indústria agroalimentar, diminuindo o gritante mercado informar e garantindo vigorosidade a vida económica local e nacional.

Os investimentos precisam acompanhar o Instituto Nacional de Estatísticas numa lógica do “público alvo” ser o merecido, longe das cores políticas e perto da coesão em torno do desenvolvimento estratégico e generalizado (mecânico) do país.

“Uma família com escolaridade mais alta, se protege mais da chuva da pobreza” se a estatística nos oferece indicador aparente, os trabalhos a serem desenvolvidos para atingir este patamar devem ser de longo prazo e urge planear, trabalhar e aguardar pacientemente.

A falência cultural bem como a obsessão identitária continuam a dar um indesejável contributo para a fragmentação desnecessária da nossa pequena sociedade. Pois a cultura, em sentido lato, é o “nth termo” da garantia do ciclo de vida em qualquer sociedade, como a influência do adubo no rebento, germinação, crescimento e florestação… Os valores importantes que asseguram e devem estimular a coesão da organização social.

Algo que orgulhamos, foi o reconhecimento do Nuno Xavier, sendo ele a voz da independência nunca deveria ficar cativado. Mas todos os filhos e lutadores da nação independente, incluindo aqueles que foram marcos timbrados internacionalmente, devem constar no nosso panteão, com orgulho e sem medo, porque somos livres e independentes.

Quando teremos uma estátua do Dr. Manuel Pinto da Costa, nas praças de STeP?

Estaríamos aguardando que ele morra para o fazer?

A nível cultural, o João Seria, Pêpe Lima, deveriam ser nossa identidade memorial, sem medo.

Mas se a Democracia assenta os seus preceitos nos preciosos Direitos Humanos, nas eleições livres, no Estado de Direito e na separação de poderes, porque razão cegamo-nos perante estes princípios e mesclamo-los em certos casos, pateticamente? Não oferecemos garantias as liberdades individuais e procuramos abusar das liberdades coletivas.

… E se a geração de 1975 queixava se da falta de quadros, o mesmo não se pode dizer desta geração que instituiu a Democracia em STeP no início dos anos 90 nem tão pouco das atuais. Há uma grande lacuna no verdadeiro proveito dos homens enviados para formações no exterior, no país real.

Independentemente do grande mal dos Africanos ser: depois de estar formado, em vez de ajudar a formar o seu irmão, acrescenta as suas dificuldades; a insipiência e ausência de princípios tem bloqueado o nosso gatinhar como um país soberano e independente. Este facto vem facilitando a existência de dois mundos que parecem ter interesses diferentes: o que vive no STeP e o que vive fora do STeP. Ora, faz cada vez mais falta alguém inteligente bastante para fundir estes dois mundos e torná-lo rentável para cada santomense.

A certo tempo daremos mais atenção aos factos nos nossos quintais e desprezamos vidas no quintal do vizinho e nem nos apercebemos que vamos perdendo a equitatividade necessária para mantermos flutuando.

Portanto, caros amigos 45 anos livre e independentes, é importante refletirmos sobre erros praticados e não voltar a cometê-los.

Obrigado

At. Agostinho Viegas

*RDSTP – República Democrática de São Tome e Príncipe.

14 Comments

14 Comments

  1. Casimiro Santos

    15 de Junho de 2020 at 8:00

    A bajulação deve ter limites!
    João de Santarém e Pedro Escobar foram idolatrados pelos colonialistas tendo em conta os seus óptimos prestimos a expansão e implantação Portugiesas em STP ao ponto de terem sido erguidas as suas estatuas nas Praças mais emblemáticas da cidade de São Tome. Depois da independencia, qual foi o destino dado a tais estátuas?
    O Sadan Hussein, no Iraque e o Kadafi na Líbia mandaram erquer as suas estatuas enquanto estavam em vida. Eles próprios viram as tais estátuas sendo vandalizadas e derrubadas enquanto ainda em vida ( que digam que estou mentindo).
    Hoje, nos Estados Unidos as estátuas dos colonizadores estão a ser vandalizadas e destruídas, mais de duzentos anos depois.
    Depois disto tudo, ainda há alguém com a “pachimonia” para mandar erguer uma estátua em nome de alguém em STP, numa sociedade tão dividida?
    O Mambo Rijo, participou em todas eleicoes fraudulentas (sem contagem dos votos nas assembleias de votos) em Angola. E Mambo Rijo “caucionou-as” todas, como sendo livres, justas e transparentes (que digam que estou mentindo).
    Um injusto e interesseiro deste calibre meresse uma estátua dos santomenses justos?
    Mambo Rijo tomou de assalto a sede das Nações Unidas para retirar de la dentro o seu opositor Miguel Trovoada, pisoteando umm dos princípios basilares da diplomacia internacional, nomeadamente, a inviolabilidade dos territórios diplomaticos/estrangeiros (que digam que estou mentindo).
    Acto continuo, Mambo Rijo mandou “enjaular” o seu companheiro de luta, para abrir caminho a sua saga ditatorial – está no seu DNA – governar sozinho ( que digam que estou mentindo)
    Poderíamos citar aqui inúmeras atrocidades cometidas pelo Mambo Rijo que suplantam o mero hastear de uma bandeira que não resolveu os problemas do povo pequeno, pelo menos até agora.
    Há n assuntos com que devemos preocupar neste momento para aliviar o sufoco das nossas populacies mais desfàvorecidas cá no pais.
    Uns dos assuntos sérios da actuaidade a serem resolvidos são:
    1. saber como pode STP (rodeado de mar) deixar de importar sal;
    2. Saber como STP (que acolhe mais de 70 navios pesqueiros da União Europeia boas suas águas territoriais) podera ter seus navios pesqueiros para pescarem nas suas águas territoriais;
    3. Saber como poderá STP montar fábricas de processamento de pescado resultantes das fainas dos seus navios pesqueiros,
    4. Saber como potenciar o aproveitamento dos resíduos das fabricas de processamento de pescado.
    5. Saber como reter/armazenar as águas das chuvas para que possam ser úteis para diversos fins (agricultura, horticultura, criação de gado e não só) na estacao seca (na garvana);
    6. Saber como combater o cabritismo dos combustiveis na ENCO ou seja como combater o facto de o Estado estar a drenar milhões de dólares para os bolsos dos accionistas santomenses da ENCO que não estão interessados nas medidas que visam implantação de energias renováveis no pais.;
    7, Na Saúde, na Aiação, na Educação, na Segurança Social, etc, etc, há.muitos assuntos sérios e úteis para serem discutidos neste momento.
    Agora, discutir estatua para o ego de apenas uma pessoa? Não façam isso.
    Num estado de direito, pensar em erguer uma estatua em memória de um ditador desta dimensão, não colhe. Bajulação sim, mas com limites. Em todo caso, respeito esta ideia, afinal estamos numa pdeudo democracia.

    • Tony

      17 de Junho de 2020 at 12:48

      Completamente de acordo

  2. Frederico Ferreira Major

    15 de Junho de 2020 at 18:29

    Homenagea-los e dar-lhes conforto material e espritual enquanto vivos, estátua de viajarem para o mundo desconhecido. Mas desejo-lhes ainda milhões e milhões anos de vida. Despertem meus senhores!

  3. Frederico Ferreira Major

    15 de Junho de 2020 at 18:43

    …quando viajarem para outro mundo…Sejam sábios deixam de eternizar os erros do passado, aquele que sabe que livre da imperfeição lança a primeira pedra.

  4. luisó

    15 de Junho de 2020 at 19:10

    Muito bem.

  5. Jose Luis Cavalcante

    15 de Junho de 2020 at 21:48

    Mano, deve/se te dar algum desconto a essa tonteria. Afinal de contas tens mesmo rosto de ensaista PATETA ALEGRE, fazer mais como contigo?!

    Palhaco!

  6. Sotavento

    16 de Junho de 2020 at 7:21

    Porquê uma estatua do sr.Manuel Pinto da Costa nas ruas de STP???
    Tinha eu 15 anos em 1975 quando nos tornamos independentes.Este sr nos primeiros meses após começou a demonstrar o seu carácter.Passamos a viver com medo em nossa propia terra, amigos relacionavam se cinicamente,havia represao censura ,os ditos comités que eram uns burros, arrogantes prepotentes eram os mais temidos.Estudava no liceu e me recordo do aparato de segurança quando ia treinar voleibol o sr.Pinto da Costa.Este sr teve o unico mérito que foi mudar o sistema politico de partido unico (ditadura total) para o multipardidarismo.O povo tem a memoria curta.Me da uma certa graça quando algo gordo passa em STP alguns veen sr Pinto da Costa como conciliador ou salvador.Ele foi um pessimo governante assim como os que vieram depois.Portanto nao falemos de reconhecimentos porque de gratidao por algo feito nada.

    • luisó

      17 de Junho de 2020 at 13:13

      Muito bem.
      A mim dizem os familiares que quando passava todos se perfilavam e tiravam o chapéu e quem não o fizesse levava umas cacetadas.
      Nem no tempo do colono.
      Fartou-se de usar as coisas dos outros e não só, fez dele suas propriedades e viveu e vive que nem um rei.
      O salazar morreu teso.

  7. Agostinho Viegas

    16 de Junho de 2020 at 20:14

    Caros amigos

    … Se as menções antecedentes são no acabado o que satisfaz o contraditório, deduz-se que a mensagem fez a ponte, muito embora haver mais árvores nesta minha floresta.

    O debatível aqui é a alma para um corpo, como a identidade para um povo, que perfará 45 anos livre e independente.

    Como se o pronunciado, delegasse-nos a um plebiscito desnecessário onde os timbres dos homens da RDSTP, aplaudiriam e consumaríamos o passado que o presente e o futuro vêm nos aclamando, há tempo.

    A importância desta consumação no âmbito social é deveras importante para a consolidação do estado enquanto estado ou para a definição do STeP enquanto STeP (a identidade).

    O distanciamento deste propósito, conduz STeP a um futuro sempre com um vão no coração, algo por preencher… e é para onde direciono as minhas lanças, relembrando que nesta minha floresta, há mais árvores do que esta mangueira (Dr. Manuel Pinto da Costa).

    Agradecimentos
    Abraços

  8. Belmiro Mongo

    17 de Junho de 2020 at 3:12

    Sr. Casimiro,

    Bom Trabalho !!!
    Gostei (escrevendo a lingua de Comoes com simplissidade)
    muito bem escrito e relatando GRANDE conhecimento de certos factos que tambem vivi. Em 1985/86 os trabalhadores de Monte Cafe nao receberam seus salarios por 6 meses. Meu Pai esteve ai.!!!!!

    EXCELENTE !!! nao tens que mencioanar o nome do ANIMAL.

    Obrigado,

    BM

  9. SANTOMÉ CU PLIXIMPE

    17 de Junho de 2020 at 9:47

    APOIO

  10. SANTOMÉ CU PLIXIMPE

    17 de Junho de 2020 at 9:54

    Os gatunos de STP apareceram depois de 1990,, Então dói lá,, Cada um tem sua visão da sociedade,, Pinto nunca fugiu,, Mesmo debaixo de críticas tanto de casa como de rua,, Miguel fugiu,, Filho Pinta Cabra especializou-se em fugir e só aparecer quando o prato STP está na mesa…Se o Pinto fosse mal como muitos,, Teríamos acontecimentos marcantes nunca visto na nossa história…..Ele merece…

  11. Pascoal Carvalho

    17 de Junho de 2020 at 10:45

    todo ponto de vista é bom e, bem vindo.
    entretanto, é preciso ver que o reconhecimento de individualidades, requer o resultado dos seus feitos(enquanto obreiros).
    dr. manuel pinto da costa, desde o pós independência que simplesmente tem apelado a construção/ reconstrução do país e da pátria, com base em diálogos e pedidos para tal.
    entretanto, obras verdadeiramente feitas, não vimos, não vemos e, provavelmente já não o veremos.
    embora tenha estado sempre presente, tem-lhe faltado algo mais.

  12. Joni de cá

    17 de Junho de 2020 at 12:52

    Incrível uma estátua para quem destruiu, arruinou um País…. de facto incrível!!!

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