A República Popular da China que na década de 80 do século passado, construiu de raiz a sua embaixada em São Tomé e Príncipe, reinaugurou-a esta segunda – feira.
O edifício diplomático chinês em São Tomé, esteve cerca de 20 anos encerrado. Desde 1997 que ficou sob gestão e manutenção de um grupo empresarial chinês, que permaneceu em São Tomé e Príncipe, após a escolha pelo arquipélago de Taiwan em 1997, como parceiro de desenvolvimento.
No ano 2013, o edifício foi reaberto como pólo de ligação comercial que funcionava como uma componente consular da China em São Tomé e Príncipe. Na manhã de 3 de Abril de 2017, ressurgiu novamente como Embaixada da República Popular da China.
Wang Wei(na foto), encarregado de negócios da embaixada da China, recordou que as relações entre os dois países, é antiga. Começou com o apoio chinês a luta pela libertação das ilhas do colonialismo português, e fortaleceu-se com a conquista da independência nacional. «Na época da luta pela independência de São Tomé e Príncipe, o povo chinês já estava firmemente ao lado do povo são-tomense. No mesmo dia em que São Tomé e Príncipe tornou-se independente os dois países estabeleceram as relações diplomáticas. Nesta altura apesar das dificuldades económicas que a China enfrentava, enviou várias equipas de médicos especialistas e demais quadros, para ajudar o povo são-tomense a desenvolver a sua economia», afirmou.
Chineses participaram na construção do novo país, que nasceu em 1975. Wang Wei, deixou claro que o espírito de amizade entre os dois Estados, é tão profundo, e a determinação dos chineses em apoiar São Tomé e Príncipe tão forte, que na década de 90 um quadro expatriado chinês perdeu a vida em São Tomé. «Em 1990 um médico chinês de apenas 36 anos faleceu em São Tomé por causa da doença. Deu assim a sua vida jovem, no contributo pela causa são-tomense. Estamos convictos que somos povos irmãos e amigos», acrescentou o encarregado de negócios da embaixada da China.
A bandeira da China voltou a flutuar na capital são-tomense, onde as autoridades alimentam expectativas em relação a retoma das relações bilaterais em Dezembro do ano 2016. «Estamos orgulhosos de voltar a fazer oficialmente parte do conjunto de países que mantêm relações diplomáticas com a China, integrando assim todos os mecanismos internacionais de cooperação com esse país, designadamente o Fórum de Cooperação China – África e o Fórum para Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa, o Fórum Macau», declarou o ministro dos negócios estrangeiros Urbino Botelho.
O Ministro Urbino Botelho, destacou os sectores da saúde, energia, transportes, pecuária e agricultura, como partes de várias áreas de cooperação que «poderão encontrar neste quadro de cooperação um impulso e um novo dinamismo», sublinhou.
Segundo o ministro, os dois países estão a criar as condições para garantir maior mobilidade dos cidadãos chineses e são-tomenses nos dois territórios. «O Turismo poderá vir a conhecer um novo dinamismo, passando a República de São Tomé e Príncipe, a ser um país de acolhimento para os turistas chineses que pretendem visitar as nossas ilhas», pontuou, Urbino Botelho.
Os ministros das obras públicas e das finanças e da economia azul, respectivamente Carlos Vila Nova e Américo Ramos, marcaram presença na cerimónia de descerramento da placa da Embaixada da China no país.
Nota também para presença de todo o corpo diplomático acreditado junto ao Estado são-tomense. Coisa que não acontecia quando o Estado são-tomense mantinha relações com Taiwan. Tudo porque os diversos países do mundo representados em São Tomé e Príncipe, por corpos diplomáticos ou consulares, só reconheciam uma e única China, com sede em Pequim.
Abel Veiga
Rei Artur
3 de Abril de 2017 at 16:52
E viva a República Popular De São Tomé e Príncipe.