PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Agência da ONU diz que é muito provável que vírus chegou ao país africano após sair do Brasil; esta é a primeira vez que zika está ligado a casos de microcefalia e desordens neurológicas em África.
Pelo menos três casos de microcefalia foram reportados em Cabo Verde. Foto: Irin/Kate Mayberry
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta sexta-feira que o vírus zika a circular em Cabo Verde é o tipo asiático, o mesmo encontrado nas Américas. Por isso, a agência acredita que o zika chegou ao país africano “importado” do Brasil.
Até o dia 8 de maio, havia mais de 7,5 mil suspeitas de zika em Cabo Verde. Pelo menos três casos de microcefalia foram reportados no país, enquanto não houve nenhum paciente com a síndrome de Guillain-Barré.
Preocupação
Esta é a primeira vez que o vírus está ligado a casos de microcefalia e desordens neurológicas detectados em África. O director regional da OMS para o continente afirma que a notícia é motivo de preocupação, por ser uma “prova de que o surto está a se espalhar para além da América do Sul e está na porta de África”.
Matshidiso Moeti explica que a informação ajudará nações africanas a reavaliarem o nível de risco em relação ao zika e aumentar as medidas de controlo e de combate.
Prevenção
O primeiro passo para os países do continente é informar as grávidas sobre as complicações associadas ao zika e promover medidas de proteção para evitar a picada do mosquito ou a transmissão durante relações sexuais.
A OMS pede à África para aumentar a vigilância em relação ao zika e acompanhar casos de má formação congénita em bebés, como a microcefalia, e também casos da síndrome de Guillain-Barré.
A agência da ONU está a ajudar os países africanos na resposta, deteção precoce e manejo de potenciais complicações associadas ao vírus zika. A resposta está apoiada em investimentos feitos na África Ocidental durante a emergência do ébola.
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