Cultura

“Sum Pôtxano” de Leonidio Barros já está no mercado discográfico

Guitarrista principal do antigo agrupamento musical África Negra, Leonido Barros, sempre fez ouvir a melodia da sua voz na interpretação de algumas composições. Este ano lançou o seu primeiro album “Sum Pôtxano, com 11 faixas musicais.

As 11 faixas musicais que compõem o album de Leonido Barros, são cantadas em crioulo fôrro. «Com este álbum espero transmitir as pessoas assuntos relacionados com a convivência do dia á dia, sun pôtxano fala um pouco da vida do emigrante, como meu caso viajei a procura de melhores condições de vida, deixei a minha mulher e meus filhos, e a mulher com as dificuldades do quotidiano pode até arranjar um outro marido, e corremos o risco de não voltar a ter uma boa convivência com a nossa família», desabafou o músico que reside em Portugal.

Numa entrevista concedida ao Téla Nón, Leonido Barros, realçou as dificuldades do artista musical em Portugal. A crise financeira ajudou a matar alguns grupos musicais que alimentavam a sua veia artística. «Acabou porque muitos dos elementos viajaram para França em busca de melhores condições de vida porque as coisas aqui não vão bem. Hoje faço parte do grupo “MV4” como forma de fazer as pessoas entenderem que não estou morto que continuo o mesmo guitarrista de sempre», enfatizou.

Leonido Barros tem o ritmo da música no sangue. «A música nasceu comigo posso assim dizer, desde os meus  quatro, ou cinco anos já brincava com a viola. Aos 19 anos entrei para o conjunto África Negra, e ai posso garantir-vos que foi um ponto muito alto da minha carreia bem com da cultura musical santomense», pontuou.

Tempos de glória do África Negra, que justificam as saudades de Leonido Barros, e a decepção que vive a distânca analisando o estado actual da música são-tomense.  «É muito triste saber que os dirigentes deixaram os nossos conjuntos acabarem (africa negra, Leonenses,  os untues) se repararem bem, quando existiam esses conjuntos todos, havia uma grande competitividade, todos os fins de semana dava gosto de ir aos fundões e logo de manhã ver as nossas mães cantando as musicas do sucesso enquanto lavavam as roupas», recordou com saudade.

Actualmente só há um sobrevivente o Sanga Zuza. «É muito triste ver só o sangazuza tocando, quando o governo não apoia a cultura é o que se vê», reclamou.

Enquanto guitarrista do  África Negra, a voz de Leonido Barros, fez sucesso na interpretação de composições que cntinuam a marcar os são-tomenses. «Alice, Fati Muê, Bassola, etc foram temas de sucesso cantadas por mim», concluiu.

Téla Nón – Portugal

4 Comments

4 Comments

  1. Manuel

    14 de Agosto de 2013 at 18:25

    Merece todo nosso apoio pelo contributo em prol da musica de STP,se o Governo nao apoia os grupos musicais, entao cabe ao sector empresarial e a sociedade civil em geral apoiar estes grupos musicais. Viva a musica original de STP.

  2. Kuá scá bi.

    16 de Agosto de 2013 at 9:25

    Outra questão que abortou a maior parte de conjuntos, é a ambição desmedida de alguns elementos. Tocou, recebeu, comeu e esqueceu de depositar, mesmo pouco no Banco, como forma de sobrevivência dos próprios conjuntos, Outros até confiscam instrumentos, como forma de protesto, se não lhe derem dinheiro que pretendem fazer empréstimos. Falta de ordem dos dirigentes dos próprios conjuntos. Enfim. É um conjunto de factores, até levam elementos a desistirem de um conjunto para outro, conseguem ainda regressar ao mesmo conjunto, mesmo já desistido. Transforma em Desorganização total dos Conjuntos. Como que se poderá encontrar apoio para um conjunto desorganizado de postura inadequada?

  3. Kuá scá bi.

    16 de Agosto de 2013 at 9:30

    Outros problemas, que se registam. Fazer disco com músicas antigas, recebendo dinheiro, utilizando-o em seu proveito próprio sem se lembrar que foi um esforço individual dos compositores e colectivo na instrumentalização, para obtenção de músicas. Todavia, Parabéns, Leonildo Barros.

  4. loqueto iambongo

    17 de Agosto de 2013 at 12:25

    Grande Guitarista!!
    Simplesmente Fantástico. Fez-nos vivrar imesnso com os seus deliciosos ritmos.
    Obrigado.

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