João Carlos “Nezó”, pintor, escultor e músico são-tomense , expôs na CACAU, a sua mais recente colecção de pintura.
“CORES”, foi o título da exposição que durante mais de uma semana, chamou a atenção da sociedade são-tomense para a actualidade do país. Uma actualidade que João Carlos Nezó, diz ser preocupante. « Os problemas do emprego e do salário, e a necessidade de modernização do país. Através da pintura chamo atenção dos decisores para tais factos», afirmou João Carlos Nezó em conversa com o Téla Nón
Pintor e escultor, natural da cidade de Angolares no sul da ilha de São Tomé, Nezó, explicou ao Téla Nón que no início da sua carreira as suas obras exprimiam essencialmente «a realidade do povo angolar».
O povo angolar habita as zonas costeiras da ilha de São Tomé. João Carlos Nezó, é filho do povo angolar. «É um povo que tem sua história e sua identidade cultural. Um povo ligado ao mar», acrescentou.
Desde o ano 1982, ainda enquanto estudante de sistemas eléctricos industriais em Cuba, que João Carlos Nezó, começou a pintar quadros que retractam a realidade sócio-cultural de São Tomé e Príncipe.
Em 1988 realizou a primeira exposição de quadros em Portugal. Ainda na década de 80 do século passado, formou-se na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa no domínio de técnicas de desenho e pintura.
Nezó diz que a música, a pintura e a escultura, levaram-no a descobrir e conhecer o mundo. Mas, Angolares é sempre o seu berço. Nunca pensou em emigrar. «Angolares é sempre a minha fonte de inspiração», referiu.
Com os pés bem assentes no território angolar, coberto de verde de várias tonalidades, e banhado pelo mar azul, onde o povo angolar trabalha na pesca, Nezó, acredita que tem as janelas abertas para conquistar o mundo.
Para além da pintura e da escultura, a música é outro veículo de comunicação e de ligação com mundo. Anzof – Time é o nome do novo grupo musical criado por João Carlos Nezó, e outros dois cidadãos da cidade de Angolares.
Nezó tem larga experiência no campo da música. Foi membro fundador do Grupo Tempo. Foi um dos primeiros músicos nacionais, que deu ritmo a pronúncia angolar e a música no dialecto local começou a ser cantada pelo país inteiro.
O Grupo Tempo está parado, mas a música em dialecto angolar ressuscitou no sul de São Tomé, através do grupo Anzof – Time.
O novo grupo canta também em dialecto fôrro e no crioulo Cabo Verdiano.
Note-se que as vozes da cidade de Angolares, ecoam actualmente pelo mundo fora, e como embaixadores do país destacam a identidade cultural são-tomense. É o caso concreto dos “Calemas”. Dois irmãos filhos da cidade de Angolares, que actualmente fazem o nome de São Tomé e Príncipe, receber vibrantes aplausos nos palcos internacionais de música.
Abel Veiga
Luxemburgue
14 de Março de 2019 at 11:48
Grande santomense a fazer boas coisas para o país. Sempre foi um grande embaixador a traves de suas cancoes, pinturas e comportamento patriota.