“Poco Muala”, ou Pouca Mulher, descreve a bravura da mulher são-tomense em sacrificar-se pelo sustento e bem estar da família.
Um monte da cidade de Neves, onde madeireiros abatiam árvores, era escalado diariamente por uma mulher, para levar a refeição ao marido.
«A mulher guerreira, com bebé nas costas trepava o monte para levar de comer ao marido que operava a motosserra. O José Bravo, personagem principal do livro», revelou Alexandre Quaresma.
O autor da obra inspirada na preservação do património cultural e ambiental, conta que a refeição que alimentava o madeireiro no cimo do monte, era confeccionada com os recursos da mulher. Pois o marido ganhava dinheiro com o abate das árvores, mas não sustentava a família.
Uma situação recorrente no seio da sociedade são-tomense. A mulher muitas vezes, é a única chefe da família. Batalha arduamente para sustentar os filhos, e também o marido. «O José Bravo não punha dinheiro em casa», sublinhou Alexandre Quaresma.
O livro relata que os homens que abatiam árvores no Monte Poco Muala, acabaram por ser apanhados pelos guardas-florestais. A iniciativa de protecção do ambiente atinge o ponto máximo com a reconversão profissional dos madeireiros.
Alexandre Quaresma chama atenção no livro para a devastação da floresta na ilha de São Tomé. Um acto de desmando segundo o autor do livro, e que põem em causa o eco-sistema nacional.
O livro foi lançado na casa da Cultura na cidade de São Tomé. Uma obra patrocinada pelo projecto PROCULTURA, que conta com o financiamento da União Europeia.
Na mesma ocasião foi inaugurada a casa dos contos. Uma secção da casa da cultura transformada numa biblioteca de literatura infanto-juvenil.
Abel Veiga
Mezedo
19 de Maio de 2023 at 8:01
O autor deve ter mentido em relação ao Monte Pouco Malha.
O monte em se situa sim na cidade de neves, mas não erra zona apropriada para desflorestação com motosserra, aquela montanha esta numa zona onde
quase não tem arvores é uma zona onde apenas se encontra mangueiras.
Não me lembro de ter reparado madeireiros a desbravar esta montanha.
Guilherme Jesus
20 de Maio de 2023 at 8:35
Concerteza que o autor não conhece bem o moro Poco Muala e a sua história. É verdade que localiza na zona fronteiriça da cidade de Neves. Moro coberto de plantas de espécie das savanas e de mangueiras. Outrora existia muitas mangueiras até ao cimo do moro e era difícil o acesso para ir colher mangas. Apenas os homens com a sua força física conseguia chegar ao cimo e as mulheres muito poucas lá chegavam. Por isso o nome Poco Muala, assim reza a história. A desflorestação do monte foi devido a queimada em que pessoas não identificadas lançava fogo nos capins. Os camponeses de Neves e da roça Santa Teresa que tinham campo nas redondezas do monte queimavam capim nos seus campos e com a ajuda do vento o fogo alastrava e queimava todo o moro. Também alguns jovens que lá iam fazer o piquenique na floresta assando fruta-pão com peixe voador e outros. Toda esta acção do homem ocorria geralmente na época da gravana pelo facto de ser a estação seca e foi provocando o desaparecimento das mangueiras. É verdade que também ouve intervenção do homem no que concerne ao abate de árvore com motossera para o fabrico de tábuas e barrotes principalmente das mangueiras que é a predominante naquela área mas foi recentemente. Está é uma situação contraditória e acredito ser mais uma história de ficção escrita pelo autor. Espero ter ajudado.
Olinda Beja
21 de Maio de 2023 at 16:25
PARABÉNS ao Alexandre Quaresma e oxalá a leitura do seu livro dê os frutos que o autor pretende.
santos correia
26 de Maio de 2023 at 9:30
parabéns professor Alexandre, que essa iniciativa não fique por aqui. encorajo-te a continuar a desenvolver na âmbito
da literatura, pois tem escasseando na nossa sociedade!