Agosto é mês da cultura na ilha do Príncipe. A exibição do Auto de Floripes, vulgarmente conhecido pelo povo do Príncipe como São Lourenço, marca o auge da festa no Príncipe. Ilha que conserva uma identidade própria expressa no crioulo Lunguié, nas diversas manifestações culturais como a DEXA, e nos vários pratos típicos como a Azagôa.
Património mundial da biosfera, a floresta que cobre a ilha do Príncipe oferece dezenas de plantas de valor medicinal comprovado científica. Aliás, é no verde exuberante da ilha e no mar azul onde desde os tempos antigos os habitantes colhem folhas, flores, cascas e tubérculos para confeccionar os pratos genuínos da ilha, sempre à base do peixe de boa qualidade. Folhas de algumas plantas do Príncipe também são usadas pela população como Chá.
No quadro do mês da Cultura do Príncipe, a população local e as autoridades políticas-governativas da ilha, assim como o Presidente da República Carlos Vila Nova partilharam com o corpo diplomático da China, a arte do Chá.
Aconteceu no dia 13 de agosto. Data em que as autoridades do Príncipe reservaram para celebrar a cultura chinesa, no mês da cultura do Príncipe. Chá é uma arte milenar da China. Uma ligação directa entre a natureza e o homem, que é parte integrante da mesma natureza(biosfera). Uma ligação que tem impacto positivo a nível da saúde. A infusão das ervas gera boa disposição no homem, que em consequência pode trabalhar mais e produzir melhor.
O Presidente da República Carlos Vila Nova acompanhado pela Embaixadora da China, Xu Yingzhen degustou o Chá como arte chinesa. O mesmo ritual aconteceu com o Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma do Príncipe Francisco Gula, o Presidente do Governo Regional, Filipe Nascimento, todos os secretários do governo regional, os representantes do setor privado, e os professores e alunos da Escola Secundária Padrão do Príncipe.
A partilha da arte milenar do Chá da China, na cidade de Santo António do Príncipe desperta e reforça o compromisso da região autónoma na preservação do património da biosfera. Pois as folhas, flores, caules e raízes que dão aroma ao chá saem da natureza.
A embaixadora da China Xu Yingzhen, que definiu o ano 2024 como sendo o ano da Cultura Chinesa em São Tomé e Príncipe destacou várias outras actividades de intercâmbio cultural desenvolvidas com a população do Príncipe.
«Durante o ato central do Dia de Cultura Chinesa, os diplomatas chineses fizeram apresentações sobre a cultura tradicional, a música de Guqin, que é um instrumento tradicional da música chinesa. Foi exibida a arte marcial de Taijiquan, e a gastronomia chinesa».
Cinema também é uma expressão de cultura. Há muitos anos que a capital da ilha do Príncipe- Santo António não era palco de exibição de filmes ao ar livre. A praça Marcelo da Veiga, por sinal o nome do principal poeta da ilha do Príncipe, assistiu a satisfação de mais de 200 habitantes do Príncipe com a exibição de filmes chineses.
A amostra de filmes aconteceu no dia 11 de agosto no quadro do mês da cultura do Príncipe. Uma organização da embaixada da China em parceria com o secretário da Economia, Cultura e Turismo do Governo Regional do Príncipe, Carlos Pinheiro.
«Atraído pelo cinema chinês no dia 11 de agosto, o povo de Príncipe participou em massa no dia da cultura chinesa, 13 de agosto», afirmou Hu Bin, conselheiro da embaixada da China em São Tomé e Príncipe.
Cultura e solidariedade andam de mãos dadas. A embaixada da China ofereceu materiais informáticos e desportivos à escola secundária Padrão e à Rádio Regional do Príncipe.
O Hospital Central da Região Autónoma Manuel Quaresma Dias da Graça beneficiou da ajuda solidária chinesa. Máquinas para lavar e secar roupas foram entregues à administração do hospital regional pela embaixadora Xu Yingzhen.
«As máquinas oferecidas em nome da Embaixada da China, visam aumentar a eficiência, melhorar o ambiente sanitário e a qualidade do serviço, para que mais pessoas no Príncipe sejam beneficiadas», concluiu a diplomata chinesa.
Cultura é um dos caminhos, que a China pretende percorrer com os países africanos, para conquistar o futuro compartilhado.
Abel Veiga
Célio Afonso
19 de Agosto de 2024 at 9:01
Com tanta desgraça a acontecer no país, povo abandonado à sua sorte, miséria por todo canto, esta notícia tem alguma importância?