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Malanza incubador de peixes promove turismo ecológico

ALISEI e MARAPA, duas ONG ligadas a protecção ambiental, estão a desenvolver um projecto de turismo ecológico, na região sul da ilha d São Tomé, para garantir a preservação do ecossistema considerado bastante vulnerável da região.

praia jaléPorto alegre e Malanza estão no centro do projecto. Região onde plantas e animais são ameaçadas não só pela acção do homem, mas também por causa das alterações climáticas. Peixes diversos, tartarugas marinhas, destacando-se mamíferos marinhos como e como golfinhos e baleias corcundas, que em determinadas épocas procuram as águas da zona sul de São Tomé, para desovarem.

A preocupação com a preservação destas espécies e de outras que habitam o mangal do rio Malanza com cerca de 250 hectares, levou as duas ONG a desenvolverem o turismo ecológico na região. Assim renasceu a beira-mar a estância Jalé Ecolodje, com apenas 3 bangalows, e um restaurante. «Ao mesmo tempo ao pagar dinheiro para esses serviços hoteleiros, contribui para a preservação do ecossistema da região», explicou Bastian Loloum.

O quadro da MARAPA, especializado e eco-turismo, diz que o renascimento do Jalé Ecolodje, tem apenas o objectivo de sustentar os programas d seguimento e monitorização das espécies ameaçadas, e a protecção do parque nacional obô.

O rendimento do Jalé Ecolodje, garante o financiamento das acções dos técnicos que acompanham o processo de desova das tartarugas. Uma incubadora para tartarugas foi construído no local, e existe um barco para fazer a monitorização as espécies no alto mar.

malanza geralO mangal do Rio Malanza, vegetação única no país que constitui habitat para várias espécies de animais, nomeadamente macacos e peixes, também está inserido no programa de protecção.

O mangal, é a melhor incubadora natural de peixes da região sul de São Tomé. È lá na água doce onde os peixes desovam. «Os peixes jovens desenvolvem-se no meio das raízes do mangal, livre dos predadores. Quando atingem um tamanho normal, regressam ao mar para a seu ciclo de vida normal. A nível mundial protege-se os mangais porque contribui na renovação do peixe. Os pescadores de Porto Alegre e Malanza, sabem que o peixe que capturam no mar nasce no Mangal», pontuou Bastian.

Dos cerca de 28 espécies de pássaros endémicos de São Tomé e Príncipe, pelo menos 3 têm o mangal como seu habitat exclusivo.

O mangal é um santuário, visitado por turistas. Os pescadores da Vila Malanza, estão envolvidos no projecto. Garantem o transporte dos turistas por rio dentro. Sallé Michel que veio de Paris-França, descobriu algo nunca antes visto. «Descobrimos pela primeira vez o mangrove, não conhecíamos este tipo de vegetação. Temos a impressão de estar numa região primitiva que nunca teve a presença do homem. É magnífica, e espero que esta região continue como está». Declarou o turista parisiense.

São Tomé é uma ilha que tem tudo para ser referência turística, para o casal francês. «Não é habitual ver isto, sobretudo em França, percorremos muitos quilómetros, mas valeu a pena ter vindo», frisou.

Sallé Michel, deixou um conselho para os são-tomenses. «É preciso conservar a ilha que é magnífica, como está. Sem a destruir pelo modernismo. É preciso preservar o aspecto natural, e também a gastronomia que é excelente», concluiu.

Viajar pelo interior do mangal do rio Malanza, é segundo turista, reencontrar-se com a origem do mundo e da vida.

Abel Veiga

6 Comments

6 Comments

  1. MJC

    25 de Fevereiro de 2015 at 16:43

    Regozijo-me com tal iniciativa. Valorizemos o que temos de melhor!

  2. Miki

    1 de Março de 2015 at 14:09

    Boas notícias!

  3. N'GOLANGUENE

    26 de Março de 2015 at 23:27

    Que seja bem-vindo!
    Mas é sempre importante que os habitantes de Caué sejam aproveitados. Prestem bem a atenção: também queremos viver como os outros. Temos a plena consciência que isto não vai la muito bem, mas não deve ser sempre os mesmos a constar na lista dos mais pobres, diríamos mesmo na lista dos mais miseráveis, porque ninguém nasceu para viver eternamente na miséria. Queremos contribuir, mas estamos incapacitados por falta da incapacidade do Estado e ou da sua ma fé. Isto só arranca quando todos começarmos a contribuir. Agora, como contribuir? Pensem nisto.
    Para o poder local, exigimos mais ousadia, mais criatividade e menos esconderijos, porque governar no Distrito deve deixar de ser tacho!
    Iniciativa Sulista (IA).
    Abraços

  4. Fédé ká Dóxi

    30 de Março de 2015 at 16:09

    Espero que realmente o mundo oiça a voz da razão.

  5. Fédé ká Dóxi

    30 de Março de 2015 at 16:10

    Que o povo de Cauê conheça dias melhores

  6. António Pereira

    17 de Fevereiro de 2016 at 23:30

    Aplausos para a ação das ONG ALISEI e MARAPA. Há 2 anos estive um mês alojado com os Leigos para o Desenvolvimento em Malanza no âmbito de uma missão de voluntariado na escola de Porto Alegre (formação de língua portuguesa e pedagogia para os professores e francês para o turismo para a população) e tive o privilégio de fazer o circuito de piroga no mangal. Foi uma experiência única e espero que possa ser preservado para as gerações futuras.
    Para os amigos e ex-alunos de Malanza, Porto Alegre, Ponta Baleia e Angolares, um grande abraço desde Lisboa!
    Prof. António Pereira

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