PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Secretária-executiva do bloco, Maria do Carmo Silveira, falou à ONU News à margem da Assembleia Geral; Comunidade dos Países de Língua Portuguesa decidiu investir no viés macroeconômico para impulsar Cooperação Sul-Sul, entre outras formas de parcerias.
Maria do Carmo Silveira. Foto ONU: Amatijane Candé.
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
O interesse de nações que não falam português como língua oficial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, tem aumentado nos últimos anos dentro e fora do espaço de Cooperação Sul-Sul.
Desde 2014, por exemplo, a Guiné-Equatorial tornou-se membro de pleno direito do bloco, criado em 1996, e que tem sede em Lisboa, capital de Portugal.
Espaço
No ano passado, as candidaturas da Eslováquia, da Hungria, da República Checa e do Uruguai como observadores associados foram aceitas pela Comunidade. Já tinham estatuto de observadores: Geórgia, Japão, Namíbia, Senegal e as Ilhas Maurício.
Ao ser perguntada pela ONU News, em Nova Iorque, sobre o interesse de outros países na Cplp, a secretária-executiva, Maria do Carmo Silveira, respondeu:
“Nós somos países com um enorme potencial em termos de recursos naturais, energéticos, recursos florestais turísticos, recursos em termos de mares, oceanos. Portanto, há um enorme potencial que tem que ser explorado. Portanto, os países terceiros olham para este espaço da língua portuguesa para além de ser um espaço geopolítico, geoestratégico é um espaço geo-econômico.”
Maria do Carmo Silveira contou também que a Cplp deve apostar na cooperação econômico-empresarial, como previsto, na última Cimeira dos Chefes de Estado e Governo em Díli, Timor-Leste.
Ela explicou que o bloco colabora ainda com outras organizações similares como a anglófona Commowealth, a Organização Internacional da Francofonia, e a Organização Ibero-Americana.
Ralph
29 de Setembro de 2017 at 3:25
A ideia de permitir que países que não falam português como língua oficial (ou até de forma significativa) sejam admitidos como membros da CPLP é interessante. Parece-me ser semelhante à decisão de Moçambique aderir à Commonwealth, mesmo que aquele país não fale inglês como uma língua significativa e nunca era um colónia británica. Isto é ainda interessante porque organizações como a Commonwealth não parecem servir para muito hoje em dia. No caso da Commonwealth, parece-me que até não sirva muito para avançar comércio para os seus membros. A única vantagem que eu consigo ver que Moçambique tenha como resultado de ter integrado a Commonwealth é o direito de competir nos Jogos Commonwealth.