Destaques

Homem alegadamente espancado pela polícia morreu 48 horas depois

A história da morte do cidadão Silvino Simão provocou manifestação dos amigos e familiares no hospital central Ayres de Menezes. Exigiram justiça enquanto decorria a autópsia do corpo na morgue do hospital.

A história insólita da alegada morte por espancamento, foi contada por Samiela Soares Vieira, a esposa da vítima. Segundo a esposa tudo aconteceu no último sábado 27 de julho.

FOTO : Samiela Vieira e os 5 filhos

Rouca por causa do grito e choro pela morte inesperada do marido, Samiela Soares Vieira explicou que houve uma discussão entre ela e um homem que reside na Vila Malanza. A discussão aconteceu no seu quiosque de venda de produtos alimentares.

O homem a tentou agredi-la por duas vezes. A segunda vez foi diante do marido Silvino Simão. O marido interveio para a proteger, tendo empurrado o agressor. «Então esse senhor correu para a casa dele, e foi buscar um machim(catana). A população começou a avisar-nos que ele estava a regressar armado com machim», afirmou Samiela Soares Vieira.

Segundo a mulher diante da ameaça para toda a família, o marido Silvino Simão correu até o destacamento da Polícia da Vila Malanza no sul da ilha de São Tomé, em busca de socorro. Mas acabou por encontrar castigo no destacamento policial.

«Ele apresentou a queixa, mas a polícia não reagiu para proteger a nossa casa e a nossa família. Chateado ele disse …Mas que tipo de polícia que estando alguém a tentar matar uma família, pede-se socorro e a polícia não reage?», relatou Samiela Soares Vieira.

A este protesto do cidadão a polícia da Vila Malanza reagiu de imediato. «Um polícia agarrou-lhe no pescoço. Outro agente agarrou-lhe na cintura e um terceiro pegou-lhe nos pés. Puxaram-no e atiraram-lhe contra uma mesa. Ele gritava e pedia aos agentes para não o matar. Puseram-no no chão, e os agentes pressionavam o joelho sobre o peito e as costelas dele. Eu também disse aos polícias para não matarem meu marido… porque o próprio rapaz que nos quer matar estava a solta e não foram prendê-lo».

Segundo a esposa depois do castigo no sábado, Silvino Simão ficou doente no domingo. «Já na madrugada de terça feira 30 de julho, ele não aguentou, e morreu», precisou.

FOTO : protesto dos familiares e amigos no Hospital Central
FOTO : Morgue do hospital central

43 anos de idade pai de 5 filhos menores, o chefe da família, deixou Samiela Soares Vieira numa situação difícil. «Tem que haver justiça, porque eu não sei como sustentar os 5 filhos», suplicou.  

Agentes da polícia criaram um cordão de segurança na morgue onde decorria a autópsia da vítima.

Fracassaram todas as tentativas do Téla Nón para ouvir sejam os agentes da polícia que estiveram na morgue do Hospital Central, seja o destacamento da polícia da Vila Malanza, seja o comando geral da polícia em São Tomé.

Abel Veiga

8 Comments

8 Comments

  1. Celio Afonso

    1 de Agosto de 2024 at 9:03

    É o país que temos.
    Uma autêntica selva onde o lema é “salve-se quem puder”.
    Nada vai bem naquela terra!

  2. Santo

    1 de Agosto de 2024 at 10:23

    O país está a enveredar para um caminho de ditadura opressão e tortura até a morte. Desde os acontecimentos do 25 de Novembro de 2022. E se o povo não sair a rua e gritar basta a violência, ditadura e todos os climas de opressão os inocentes vão morrer um a um. É solução…

  3. Cleopter dos Santos

    1 de Agosto de 2024 at 11:17

    Isto ainda é documentário, o filme virá. Vocês não repararam que o Governo de PT está a muscular tudo? A prioridade é ter Forças de Defesa e Segurança que bate e mata quem desafiar.

    Cada um deve vIGIAR O SEU CORPO.

  4. República Democrática do Congo

    1 de Agosto de 2024 at 13:35

    A história da morte de Silvino Simão não é bem detalhada. Há muitas peças faltantes que precisam ser reveladas para que possamos compreender completamente o que aconteceu. A polícia não tem o poder de matar pessoas ou tirar a vida de qualquer pessoa, a menos que haja uma ameaça imediata e iminente às suas vidas. Principalmente alguém que busca proteção e justiça não faz sentido ser vítima da Polícia. E, também alguém ou cidadão civil na jurisdição do comando da Polícia, alguém que supostamente não representa nenhuma ameaça para a Polícia. Foi força excessiva para três policiais terem contido um homem desarmado sob sua custódia, e consequentemente tirar a vida do homem.
    Com base nos detalhes narrados por Téla Nón parece que não houve causa provável para matar o homem.
    Se houver alguma evidência de violação dos Direitos Humanos e uso excessivo da força, então vamos reagir e também envolver as Organizações Internacionais e conhecer os factos deste crime.
    O governo de São Tomé e Príncipe deve zelar pelo bem-estar da família, esposa que perdeu o marido e dos seus filhos precisam de assistência.
    O governo deve processar os perpetradores e o suspeito.
    Vamos pressionar até descobrirmos realmente o que aconteceu.
    Não posso dizer que o homem seja inocente nesta fase. Não tenho provas suficientes para analisar se o assassinato cometido pela Polícia foi ou não apropriado ou legal até que mais factos sejam apresentados e o processo do julgamento em tribunal revele mais provas.
    Tome uma atitude com firmeza. Sociedade tem que entrar na linha e por casa na ordem.
    Se nós, como população em geral, não dissermos nem fizermos nada, então, quem serão as próximas vítimas se a injustiça se tornar a norma?

  5. ANCA

    1 de Agosto de 2024 at 13:43

    Antes de levarmos a cabo qualquer projecto, planos, acção, as questões e conceitos de transparência, de segurança, de justiça, de defesa e proteção e sustentabilidade, são fundamental para desenvolvimento que se pretende duradouro.

    Estas praticas tem sido, comum na nossa sociedade, devido a instituições fracas, pelo que se impõe premente a abertura de inquerito.

    Instituições como a familia, as intituições sociais, as instituições de formação, as instituições do governo, bem como toda sociedade civil organizada devem formar(formação para cidadania) os cidadãos para o mais estrito respeito das instituições/autoridades de segurança e defesa, há que vir a fazer melhorias administrativas, para que um cidadão que for reclamar, pedir assistência, tenha meios a dispor(numero de urgência, suporte de papel, mensagens e seja atendido com dignidade, temos que dar este salto institucional no país, sobretudo nas instituições que têm como objectivo, proteger/defender/cuidar da saude dos cidadãos.

    Há algum tempo venho a fazer alusão a necessidade de uma academia de formação para policia(com relevância para as chefias), academia de formação de militares e da marinha,(com relevância para as chefias), adequado a nova conjuntura de acção, de reação, modos operandi, no estrito enquadramento para a questão do respeito pelos direitos humanos e vida.

    Instituições de segurança e defesa devem primar, zelar objectivamente pela defesa/proteção e cuidados dos cidadãos, do território, das instituições(sem esquecer a primeira instituição social à familia), do mar, rios e lagos, do patrimonio nacional, bem como do ambiente, natureza, fauna e flora.

    Isto enquanto estado, impõe-nos defasios, formação para segurança defesa e proteção, enqudramento legal, legislativo, enquadramento das normas de respeito pelos direitos humanos e vida, de meios para exercicio de segurança, infraestrturas, a formação para a cidadania, a garantia de deveres direitos dos cidadãos.

    Se tu és daqui, nasceste aqui, ajuda a desenvolver o teu país, território, população, administração mar e rios.

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abencão São Tomé e Príncipe

  6. Sem assunto

    1 de Agosto de 2024 at 13:45

    Polícia por natureza é uma cúpula de gente sem escrúpulos, corrupta e viciada.
    Por aqui bebem demais, têm muitas mulheres, não têm treinamento físico e científico para a resolução dos problemas e uns até gorjetas pedem aos cidadãos de alta classe.
    A ser verdade este relato desta senhora deve se partir para a expulsão destes infelizes e mandá-los para a cadeia.
    Quem tem olhos que veja a realidade: bastou o Patrice Trovoada voltar para tudo de repente mudar para pior no nosso país – mortes, e mais mortes nas mãos das forças militares e de segurança. No passado este sujeito até treinou rapazes da UPDE para atirar na cabeça dos cidadãos.
    Já é tempo de correr com este indivíduo. Quero Patrice Trovoada fora do meu país!

  7. Zimbábue

    1 de Agosto de 2024 at 13:46

    O Patrice PM cria e condiciona muita instabilidade social em São Tomé. Este indivíduo chefe do governo atual tem que sair.

  8. Atento

    1 de Agosto de 2024 at 15:24

    A culpa é do colono branco

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top