Economia

O Reino da Banana

Banana cozida, banana frita, banana assada, banana Seca, Bôbô fito, etc. A banana é uma das culturas mais consumidas na dieta alimentar dos são-tomenses. Se por um lado, temos o petróleo que nunca vimos, por outro lado, somos muito ricos em banana. Banana-pão, banana prata, banana-anã, banana maça, banana ouro, banana graomichel e muito mais.

Uma das iguarias mais apreciada pelos são-tomenses é feito de banana. Estamos a falar do angú, que é um puré de banana, utilizado para acompanhar o calulú. Na tabela abaixo podemos verificar as características nutricionais da banana.

Informação Nutricional (para 1 banana de 130 gr)

Calorias 120 cal
Carboidratos 28gr
Proteínas 1gr
Gordura 1gr
Potássio 370mg
Vitamina C 20mg
Ferro 1,6mg

Fontes: Revista ISTO É (FEV/96)

Sabia que pelo seu valor nutricional a banana é indicada para o tratamento de cãibras, contusões, feridas, queimaduras, pneumonia, doenças do pulmão e depressão? Também é possível produzir a partir de bananas verdes farinha extremamente nutritiva para confeccionar doces e salgados, vinagre, vinho e licor.

A banana está presente no pequeno almoço, almoço, lanche e jantar de muita gente. Em São Tomé e Príncipe, a banana como fruto é vulgarmente conhecida por “maduro”. A mais consumida é banana prata, mas a aposta na banana-pão está a crescer! A banana-pão é uma das culturas que está a ser apoiada pelo projecto MCPA (Melhorar a capacidade de produção agrícola em São Tomé e Príncipe. Este projecto que está a ser executado pela ONG Alisei em parceria com a Adappa é financiado pela União Europeia e tem como grupo alvo 1100 agricultores das áreas tradicionalmente vocacionadas para a agricultura. Reduzir os riscos de vulnerabilidade à insegurança alimentar, proporcionando uma maior oferta e melhor acesso a produtos agrícolas de qualidade é o objectivo global do MCPA.

Neste contexto, agricultores de comunidades de diversos pontos do país estão a receber formações em matérias como: ciclos de produção, gestão de parcelas e associativismo. O engenheiro agrónomo, Celso Garrido, salientou a importância destas formações para que se capacite os pequenos agricultores, horticultores nas técnicas agrícolas fundamentais, na utilização racional do espaço cultivado e na implementação de técnicas agrónomas para melhoramento do solo.

As principais zonas vocacionadas para a produção de banana em São Tomé estão no distrito de Cantagalo: Bernardo Faro, Mato Cana, Claudino Faro, Anselmo Andrade e Santo António.

Em Bernardo Faro, o MCPA está a recuperar um secador de banana que será uma mais valia para o processo de transformação deste produto, que apesar de muito consumido por nós, ainda é pouco explorado. Para além do consumo tradicional, há muitas outras maneiras de aproveitar a banana.

Com o prolongamento da Gravana e consequente atraso das chuvas, o preço da banana-pão aumentou. No Mercado Municipal, as senhoras que têm o hábito de ir às compras aos Sábados, queixam-se que estão a comprar 5 bananas a 40 mil Dobras ou 7 a 50 mil Dobras, quando antes compravam 6 bananas por apenas 20 mil Dobras. De acordo aos estudos feitos pelo MCPA, a média do preço da banana-pão em São Tomé é de 13.953,00 Dobras por kilo. Cultura que poderia ser mais barata, uma vez que é produzida cá. Mas a banana-pão como é uma das culturas mais apreciadas por nós continua a reinar. Veremos se com esta aposta no aumento de produção desta cultura, os preços voltam ao normal.

K. Aragão

24 Comments

24 Comments

  1. RS

    7 de Março de 2011 at 13:41

    Excelente artigo, claro e informativo.

  2. Buter teatro esquecido

    7 de Março de 2011 at 14:03

    O Ministério de Ágricultura tem que intervir muito urgente, e, regular o mercado nacional, criando insentivos aos agricultores, aumentar à produção. Ágriculra de Escala é uma grande Prioridade.

    • AcreditoemSTP

      7 de Março de 2011 at 19:24

      Meu caro amigo o país não tem terra suficiente para uma agricultura de escala, e aquelas terras que supostamente poderíamos introduzir alguma mecanização e desenvolver melhor a nossa agricultura e em certa medida o turismo,já foram destruídas ou distribuídas para outros fins.

    • Vamos ver

      6 de Janeiro de 2022 at 13:59

      É pena meu caro, isto por conta dum governo sem punho.

  3. António Martins Gomes

    7 de Março de 2011 at 15:38

    O País deve apostar na mecanização da cultivação da banana-pão-no meu tempo, em Monte Macaco, com apenas 15 anitos adorava o cultivo da banana-pão,da banana-tunga e da matabala, só que em molde tradicional (…)

  4. Alice das Maravilhas

    7 de Março de 2011 at 15:47

    Banana, muito bom no prato. Mas, segundo informações não confirmadas, o consumo excessivo da banana prata aumenta glicenia ( acucar) no sangue e consequentemente seria uma das causas do aumento do numero de casos de diabete no país.Será???

  5. Arlindo Borja

    7 de Março de 2011 at 17:54

    Eu acho que a agricultura e o Turismo são umas das áreas fundamentais para o nosso desenvolvimento sustentado. Infelizmente nenhum governo apostou nessas áreas como deveria ser.

    • bela

      7 de Março de 2011 at 20:35

      tens razao o turismo é um motor qui podera ajudar o nosso pais no desenvolvimento économico e social .eu como estudante licenciada em tourismo e desenvolvimento sustentàvel digo que muitos paises nao tem as potencialidades naturais que nos temos , e o turismo neses paises é considarado como uma prioridade do estado, e se nos fizessimos o mesmo heinnn
      e tambem acho que o povo de stp devia dar mais importancia aos poucos patrimonios historicos qui temos e preservar a nossa cultura , caso contrario as proximas geraçoes nao vao encontar nada do passado ,quando regressar espero contribuir nessa area fundamental .

    • obcervador

      8 de Março de 2011 at 19:49

      turismo sem sol? saotome nao tem sol pode ter calor, mas nao tem sol.

    • Adilson

      5 de Janeiro de 2022 at 11:09

      Faz-se de calor então!

  6. bela

    7 de Março de 2011 at 20:43

    muito bom atigo ,e muito intéressante , parabens Aragao

  7. Leoter Viegas

    7 de Março de 2011 at 23:59

    A agricultura é um dos poucos sectores onde S.Tomé e Príncipe tem vantagens comparativas, por isso, condeno os sucessivos governos que têm colocado o sector de agricultura em segundo plano. O Ministério da Agricultura deveria ser o Ministério mais importante de qualquer governo em STP. Fundir o Ministério de agricultura com qualquer outro Ministério é passar a ideia de pouca importancia de agricultura pra STP, quando deveria ser exactamente o contrário. Ministro de agricultura com peso no Conselho de Ministro precisa-se urgentemente.
    Muita gente tem a noção de que quando falamos na agricultura é sinónimo de falar de cacau e café. A partir do momento em foram distribuidas as parcelas de roças aos pequenos agricultores, em que o Estado deixou de controlar as empresas agrícolas, o sector de agricultura deixou de ser importante no País.
    Precisa-se no País de uma política agrícola focalizada em três vectores:
    Segurança alimentar, qualidade alimentar e higiene alimentar. Isso só se consegue com um Ministro de agricultura forte.

    Leoter Viegas

  8. Lévé-Léngue

    8 de Março de 2011 at 9:24

    Deus nos abençuou com uma terra fértil e sempre regada pelas chuvas, qualquer semente lançada, germina e se devidamente tratada produz abundantemente. Em tempos STP foi uma forte potência agrícola, o que garantia a subsistência das famílias. Entretanto, a desigual política de distribuição de terras limitou o poder produtivo de quem realmente vive da terra, derivando daí o chamado êxodo rural. Os ditos donos das glebas transformaram-nas em autênticos “matagal”, pois não trabalham-nas e nem deixam que os outros o fazem.
    Os poucos hectares que sobraram para os agricultores mais distantes tendem garantir o abastecimento do mercado nacional, pese embora as dificuldades de acesso, o que dificulta o escoamento dos produtos.
    Este segmento da economia nacional deve ser revitalizado, sobretudo para a melhoria da dieta alimentar que hoje é maioritariamente dependente de produtos importados. E o que produzimos localmente não vale?
    Seja bem-vinda o Projecto de MCPA. Faço votos que a sua implementação seja exitosa para despertar esta parte da nossa nobre agricultura.

    • Conde de Monte Cristo

      8 de Março de 2011 at 12:24

      Aquele senhor que estudou babana e que disse que a banana é a causa da diabete e não sei quê, eu aconselharia a aprofundar um pouco mais a sua investigação; porque eu não gostaria de pensar nem tão pouco dizer que o senhor estaria a ficar maluco. Mas atendendo aos conhecimentos científicos e ao benefício da dúvida que gosa qualquer cidadão, penso eu que esse sujeito tinha que provar com conhecimento de causa aquilo que disse. Caso ele não consiga provar realmente o que disse, então eu acho que o Ministério público deveria mover uma acção criminal contra este sujeito que ousou dizer mal daquilo que constitui o maior sustento de todos os tempos do povo de STP. Devia ser um desafio do MP buscar a veracidade ou não de tais declarações, porque a banana é prato principal dos santomesnse, é o património cultural da culináia santomense, e não pode vir alguém de animo leva, seja que estudo fizesse e falar daquilo que deu vida a todos os santomenses sem excepção, desde aqueles que hoje só comem batata até os que até hoje continuam a se safar com o Klété!

    • Conde de Monte Cristo

      8 de Março de 2011 at 12:35

      Alguém falou bonito acerca de turismo! Eu penso que o petróleo está para o ocultismo assim como o turismo esta para a utopia.
      O resultado será do neocolonialismo!

    • obcervador

      8 de Março de 2011 at 19:54

      olha digo mais uma.90 por cento do jovens saotomense nao gostao de banana,gostao de um pratao de aroz com um machipombo na mesa.

    • António Veiga Costa

      9 de Março de 2011 at 19:36

      qualquer alimento em excesso é prejudicial e torna a alimentação deficiente, com falta de nutrientes provenientes de outras fontes.
      Taí a causa do leve-leve do santomense.

    • António Veiga Costa

      9 de Março de 2011 at 19:41

      E não deixem de observar que a matéria acima é compilada de matéria da revista brasileira ISTO É. País onde existe uma grande diversidade alimentar portanto basear a alimentação apenas na banana é um erro.
      Devemos buscar a diversidade na agricultura.

  9. Gigolo

    8 de Março de 2011 at 17:03

    Lindo artigo. Sem puder esquecer da utilidade da chamada choca de bananeira a qual se transforma em diversos artigos desde papel, loiça, tecido etc, etc. E que lula é comerciada em alguns países.

  10. Macarofe

    8 de Março de 2011 at 18:49

    Caros compatriotas vamos incentivar todos agricultores e não so, ou seja vamos todos plantar não so a bananeira como outras plantas da nossa cesta alimentar. So assim estaremos a contribuir para melhor equilíbrio da nossa balança comercial.

  11. Butter Intelectual

    8 de Março de 2011 at 22:31

    a ideia é boa, mas nota-se uma certa falta de profissionalismo no artigo.
    parece amador.
    mas continue, está no bom caminho.

  12. Matazele

    10 de Março de 2011 at 10:44

    Meu caro Martins!
    Está a falar de mecanização agricola, novas tecnicas de cultivo da banana, num país onde reina uma certa indisciplina no trabalho.
    Veja a produção de bananas no equador, Perú.
    Em STP o tractor agricola servia para carregar lenha e jogadores nos fins de semana para torneios, ja viu a tamanha aberração.
    Um veiculo destinado à grande esforço, tractor, levava jogadores para os campos de futebol, muitas vezes até na cidade capital.
    O presidente na altura era economista(Pinto da Costa)

  13. brasilina lima

    21 de Maio de 2011 at 17:20

    adorei o artigo mas só keria lembrar que a m lula também faz parte da aimentação

  14. akaff

    22 de Outubro de 2011 at 19:20

    A iniciativa é excelente,tal como projecto que deu origem ao tal secador de bananas construido nos finais dos anos 90, onde o pessoal da comunidade debernardo faro recebeu formaçoes na secagem de diversos produtos agricolas,para produçao de farinhas, enao so, que teve seu exito enquanto durou o projecto patrocinador, e quando ja tinham tempo suficiente pra trabalhar sozinhos, simplesmente deixaram de produzir, esperemos q este projeto actual seja aproveitado por esse povo que só sabe trabalhar quando tem pessoas de fora os controlando., peço desculpas pelas almas qnao merecem este meu desabafo.
    cumprimentos a todos os Sao tomenses, tb sou.

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