Economia

FMI alerta governos para aumento de casos de corrupção durante Covid-19

Em artigo, Fundo Monetário Internacional diz que prática criminosa impede que economias cresçam para beneficiar todos os cidadãos; especialista do órgão disse à ONU News, que crise aumentou “oportunidades de corrupção”.

A crise da Covid-19 está levando a um aumento de casos de corrupção em várias partes do mundo.

Num artigo, assinado por economistas do Fundo Monetário Internacional, FMI, os autores recomendam medidas de combate ao problema e evidenciam três motivos para um aumento de casos.

Vítor Gaspar é diretor do Departamento de Finanças Públicas do FMI. Foto: ©FMI

Arrecadação de impostos

Um dos autores, que é o Diretor do Departamento de Finanças Públicas do FMI, Vítor Gaspar, disse à ONU News que países com estruturas fortes de combate à corrupção doméstica têm melhores níveis de desenvolvimento e de arrecadação de impostos, como indica um dos estudos do FMI.

“Mas para além disso verificamos, também, que da mesma maneira os países que têm melhores práticas, conseguem produções maiores de arrecadação de recursos à educação, saúde, se comparados com outros países. Especificamente os países com maiores vulnerabilidades têm uma parcela do orçamento dedicada à educação e à saúde que é inferior em um terço que a dos países com melhores práticas.

Vítor Gaspar que foi Ministro das Finanças de Portugal, de 2011 a 2013, afirma que é obrigação de cada Estado-membro responder “às vulnerabilidades à corrupção”, e que o FMI não realiza investigações, mas o Fundo recomenda boas práticas para combater o crime.

Lições

“Nesse ponto de vista, eu quero destacar que, em abril de 2018, o Fundo Monetário Internacional adotou uma política muito ativa em relação à boa governação e a identificação de vulnerabilidades à corrupção. Esse marco importante na vida do Fundo Monetário Internacional torna o nosso comentário relativamente às boas práticas de boa governação e vulnerabilidades à prática de corrupção muito mais aparente, muito mais visível que anteriormente. E, digamos, que as lições que temos aprendido nesse quadro têm sido aplicadas em todas as áreas de atuação do FMI sejam elas supervisão, disponibilidades financeiras do FMI, e desenvolvimento da capacidade técnica e operacional dos Estados-membros do Fundo.”

 

IMF/Henrik Gschwindt de Gyor

Sede do FMI em Washington, nos Estados Unidos.

Governança

Segundo o FMI, “a corrupção era um problema antes da crise, mas a pandemia de Covid-19 aumentou a importância de uma governança mais sólida .”

O órgão sugere três passos que agravaram a situação. Primeiro porque governos de todo o mundo assumiram um papel maior na economia para tentar combater a pandemia. Gaspar lembra que a “velocidade” para implementar as medidas pode ser acompanhada de outras decisões que incentivem a prestação de contas.

Um outro motivo, é a necessidade de os países impedirem tanto a evasão fiscal como o desperdício de recursos causados por corrupção nos gastos públicos .

Por último, o FMI acredita que as crises são um teste para a confiança das pessoas “no governo e nas instituições” e para uma maior necessidade de uma atuação ética e transparente.

Guardar o recibo

No artigo, o órgão disse que os países precisam “gastar, mas guardar o recibo”. Na entrevista à ONU News, Vítor Gaspar afirmou que muitas nações estão anunciando exercícios de auditorias para o fim da pandemia que devem ajudar a combater tentativas de corrupção.

Além de Vítor Gaspar, o artigo é assinado por Martin Muehleisen, diretor do Departamento de Estratégia, Políticas e Avaliação do FMI, e por Rhoda Weeks-Brown, que é conselheira jurídica e diretora do Departamento Jurídico do órgão.

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

6 Comments

6 Comments

  1. Sem assunto

    7 de Agosto de 2020 at 10:58

    Qualquer semelhança com São Tomé, não é mera coincidência.
    Por aqui a autoestrada da corrupção tem o transito livre. Irônico de que o Jorge Bom Jesus diz que a sua governação tem como bandeira a luta contra a corrupção, deve estar a ler muitas estórias de carrocinhas este individuo.
    O tribunal de contas de não faça de contas, devera urgentemente verificar dossiês por dossiês dos concursos públicos que não param de aumentar e o recrutamento de funcionários a cada dia que passa na função pública em época de pandemia.

  2. Fuba cu bixo

    7 de Agosto de 2020 at 13:35

    FMI sabe do que fala não são burros não pensem que eles engolem os relatórios adulterados e faturas forjadas porque no caso de S.tomé não se consegue ver no terreno gastos ou investimentos feitos pelo governo esta a ser tudo oferta só se vê construções no campo de milho e camaradas a ficarem gordos.

  3. jfernandes

    7 de Agosto de 2020 at 21:16

    Via rapida da corrupção…Nesta via nao ha portagem.

    bandeira a luta contra a corrupção, deve estar a ler muitas estórias de carrocinhas este individuo.

    época de pandemia da corrupecao

  4. NUNO MENEZES

    8 de Agosto de 2020 at 19:45

    O Windows 10 tem 4 espelhos mais no entanto se olhares bem tem no total 8 espelhos.
    cada espelho tem a sua imagem

  5. Durães

    9 de Agosto de 2020 at 12:45

    Corrupção é nome do meio da própria FMI. Para os países ocidentais grande fatia da verba será para fundo perdido (é só imprimir novas notas)enquanto os pedintes que vendem até própria nação terão que pagar juros sobre os trocos que o FMI irá conceder nos próximos 10 anos. STP com 200mil habitante tem uma divida externa de 300milhões de Euros como é possível? porque os dirigentes são analfabetos e incapacitados tecnicamente para lidar com finanças públicas. F*ck you all

    • Eduardo

      13 de Agosto de 2020 at 9:52

      Quero dizer que cada habitante tem uma divida igual a 1.500 £, que vem a dar 36.000 nova dobra cada habitante. (Non cà nguenté mé)…

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