A análise FISH4ACP pode mostrar o caminho para uma cadeia de valor mais forte, mais inclusiva e mais amiga do ambiente.
– O reforço do sector pelágico costeiro trará mais empregos e alimentos saudáveis a São Tomé e Príncipe, de acordo com uma análise apresentada ontem a mais de 50 interessados e peritos, que se reuniram para discutir como melhorar a cadeia de valor dos pelágicos costeiros para reduzir a pressão sobre o ambiente e garantir que ninguém fica para trás.
“Os pelágicos costeiros são cruciais para o nosso sector das pescas e são muito procurados no mercado local”, disse ontem a Directora das Pescas, Aida d’Almeida, numa reunião em São Tomé, onde foram apresentados os resultados de uma análise da cadeia de valor dos pelágicos costeiros. “Os esforços empreendidos para reforçar o sector são positivos para o nosso país, mas temos de assegurar que as mulheres e os jovens recebam uma parte justa dos benefícios e reduzam o impacto ambiental”.
A análise realizada pelo FISH4ACP revela que a pesca pelágica costeira em São Tomé e Príncipe é largamente artesanal: 97% dos desembarques provêm de pescadores artesanais, e os restantes 3% de uma frota semi-industrial. Esta cadeia de valor proporciona emprego a mais de 4.000 pescadores e a mais de 2.500 peixeiros. 80% das capturas são vendidas frescas ao mercado local, onde espécies como o peixe voador, valetes coubali (bonito), atum comum e auxidium (fulu-fulu) são uma fonte de proteínas animais saudáveis e acessíveis.
São Tomé e Príncipe é um dos doze países beneficiários do FISH4ACP, uma iniciativa da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) implementada pela FAO e financiada pela União Europeia (UE) e pelo Ministério Federal Alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (BMZ) para reforçar as cadeias de valor da pesca.
“Os esforços para aumentar a produtividade e sustentabilidade do sector pelágico costeiro fazem parte da agenda global de desenvolvimento sustentável que a Europa apoia”, disse Davide Morucci, membro do gabinete da UE em São Tomé e Príncipe, em nome da Embaixadora Rosário Bento Pais. “Estamos entusiasmados com a abordagem holística da cadeia de valor proposta pelo FISH4ACP, uma vez que ajuda a estimular o crescimento económico, partilhando os benefícios de forma equitativa e minimizando a pegada ambiental”, acrescentou.
Nestes dois dias, cerca de 50 intervenientes e peritos do sector pelágico costeiro em São Tomé e Príncipe, tanto do sector público como do privado, irão rever os resultados da análise da cadeia de valor e discutir formas de reforçar o sector – estabelecendo a agenda das actividades do FISH4ACP para os próximos anos.
“FISH4ACP demonstra o apoio da FAO aos esforços de São Tomé e Príncipe para transformar os sistemas alimentares aquáticos em motores de emprego, desenvolvimento social e restauração ambiental”, disse Lionel Kinadjian, responsável da secção das Pescas e Aquacultura do Gabinete Sub-regional da FAO para a África Central. “Estamos satisfeitos por fazer parte da transformação azul do sector pelágico costeiro e por enfrentar alguns dos principais desafios para realizar o seu potencial”, acrescentou.
Lionel Kinadjian disse que os esforços do FISH4ACP poderiam concentrar-se nas infra-estruturas pós-captura, técnicas de processamento e padrões de controlo de qualidade para criar fontes de rendimento para a crescente população da ilha.
O FISH4ACP irá trabalhar para reforçar a cooperação dentro da cadeia de valor, por exemplo para melhorar as condições de trabalho, especialmente para as mulheres, e ajudará a melhorar a avaliação e gestão dos stocks para salvaguardar os recursos aquáticos em benefício das comunidades que deles dependem para a sua subsistência e segurança alimentar, concluiu.
Fonte : FAO
Jimmy
15 de Maio de 2022 at 20:01
Pois enquanto os tristes são tomenses andam de canoa á pesca outras potências se aproveitam em alto mar em barcos de arrastão…ou não??