Economia

Interesse do Império Alemão nas “Ilhas do Cacau” – Final do século XIX/início do século XX

O sistema de plantação de São Tomé como um excelente modelo para os Camarões
Alemães – O Vice-Cônsul do Império Alemão em São Tomé Richard Spengler

Autora: Diana Jordão da Cruz (subcapítulo da dissertação de doutoramento)

O sistema de plantação nas ilhas de São Tomé e Príncipe ofereceu prosperidade e atraía investidores estrangeiros no fim do século XIX e início do século XX. Graças ao trabalho, às pesquisas, às observações, aos melhores métodos de semeadura e plantio e à uma coleção de máquinas de processamento do engenheiro alemão, Richard Spengler, como administrador na Roça Monte Café (durante 20 a 25 anos), a roça transformou-se em um modelo de paisagem industrial em São Tomé e o Império Alemão levou este sistema de plantação para os Camarões Alemães. O excelente trabalho do Richard Spengler na Roça Monte Café em São Tomé chegou até ao Escritório Colonial Imperial do Império Alemão (período de 1894 a 1914).

Acompanhe o artigo científico integralmente em formato PDF –



2 Comments

2 Comments

  1. Maria Custódia

    16 de Janeiro de 2024 at 17:54

    Incrível que tudo tenha sido desbaratado…

  2. Gerhard Seibert

    17 de Janeiro de 2024 at 13:40

    De facto, nos fins do século XIX / início do século XX nas plantações de café e cacau em STP “a mão de obra assalariada” era trabalho forçado mal remunerado com características semelhantes da escravatura que no arquipélago foi abolida em novembro de 1875. Até ao início do séc. XX, quando começou o recrutamento regular de serviçais em Cabo Verde e Moçambique, a esmagadora maioria dos contratados nas roças santomenses veio de Angola. Em 1900, eram 21.510 serviçais angolanos, com contratos de 5 anos. Devido às miseráveis condições de trabalho e vida, a violência e castigos corporais nas roças a taxa de mortalidade dos serviçais angolanos era muito elevada. Embora o seu repatriamento fosse obrigatório, os roceiros recusaram-se de cumprir a lei. Só em 1908 os primeiros angolanos foram repatriados, como consequência de uma campanha britânica contra o “cacau escravo” em STP. Em 1909, esta campanha antiescravista culminou num boicote do cacau santomense pelos principais fábricas de chocolate britânicas. Aliás, naquela época, também nas plantações coloniais dos alemães nos Camarões dominava o trabalho forçado e a violência arbitrária.
    Num trabalho acadêmico, em 2024, estas realidades nas plantações coloniais não deviam ser ignoradas.

    Gerhard Seibert

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