Política

Portugal ajuda São Tomé e Príncipe a vigiar e fiscalizar a sua ZEE

Com meios técnicos, navais e aéreos, Portugal vai intervir na zona económica exclusiva são-tomense, sempre que for solicitado pelo Estado são-tomense, em missão de vigilância e fiscalização do território marítimo nacional. É fruto do acordo assinado na segunda – feira pelos dois países.

O Ministro da Defesa Nacional de Portugal José Pedro Aguia Branco, que chegou a São Tomé na segunda – feira assinou no periodo da tarde com o seu homólogo Oscar Sousa, o acordo de cooperação que envolve as forças armadas portuguesas, na vigilância e fiscalização da zona económica exclusiva são-tomense.

Nos últimos meses, o Estado são-tomense lançou um SOS, aos parceiros internacionais no sentido de ajudar o arquipélago, a enfrentar a ameaça da pirataria crescente na zona do golfo da guiné, e outros crimes praticados no mar, que tendem a por em causa a segurança do país.

Movimentações suspeitas de embarcações, sobretudo no mar da região autónoma do Príncipe, foram denunciadas pelo ministro da defesa e ordem interna Oscar Sousa, numa palestra sobre a pirataria no Golfo da Guiné, organizada pela cooperação portuguesa, em Abril último, em que o General Luís Araújo, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Portuguesas foi o principal orador.

Esta segunda – feira, nas instalações do ministério da defesa e ordem interna, os ministros da Defesa dos dois países, assinaram o acordo que permite a colaboração de Portugal com meios técnicos, navais e aéreos, na vigilância do extenso mar territorial são-tomense. «Nesta primeira fase Portugal, vai equipar-nos no sentido podermos tratar as informações, de podermos identificar as embarcações e estabeleer contactos com as mesmas», explicou o Ministro da Defesa e Ordem Interna, o tenente coronel Oscar Sousa.

Sistemas de comunicação com embacações suspeitas, que se juntarão aos radares instalados há alguns anos, pelos Estados Unidos de América. Para além de meios técnicos que facilitam a comunicação com as embarcções suspeitas, o acordo prevê a intervenção de meios navais e aéreos portugueses, sempre que o Estado são-tomense solicitar, e de acordo a avaliação prévia das necessidades operativas do momento. «Através de meios navais, como aéreos. Portugal tem meios que permitem fazer a fiscalização e serão disponibilizados a nosso pedido», pontuou Oscar Sousa.

O Ministro da Defesa Nacional de Portugal manifestou empenho do seu país, em ajudar São Tomé e Príncipe, e consequentemente o mundo, o combate contra um dos flagelos da actualidade, a pirataria marítima. «O acordo enquadra o que poderá acontecer no futuro, à solicitação da República Democrática de São Tomé e Príncipe, serão disponibilizados meios que em cada momento, forem os adequados para esta matéria de vigilância e fiscalização. É uma matéria de grande interesse para São Tomé e Príncipe, mas também para a comunidade internacional», sublinhou o ministro Aguiar Branco.

Trafico de droga é uma das acções criminosas, que podem evoluir nas águas territoriais são-tomenses. O acordo com Portugal pode dissuadir tais práticas. «Tudo que tem a ver com o combate ao narcotráfico, à pirataria, e a todas as matérias que são perturbadoras deste contexto internacional, devem merecer a nossa melhor atenção», frisou o Ministro da Defesa Nacional de Portugal.

As limitações financeiras que enfermam a economia portuguesa, não ameaçam a implementação do acordo. «O acordo é assinado para ser cumprido e não para não ser cumprido», garantiu o ministro Aguiar Branco.

Nos últimos meses, São Tomé e Príncipe tem denunciado acções de pirataria crescentes no Golfo da Guiné, como ameaça à sua segurança interna.

O Ministro da Defesa Oscar Sousa, disse que o país está a falar com todos os parceiros, para melhor enfrentar o problema. «Falamos a nível da CPLP, fizemo-lo no quadro da CEEAC(Comunidade dos Estados da África Central), fizemo-lo na reunião da Comissão do Golfo e brevemente entre os dias 24 e 25 vamos fazê-lo nos Camarões, onde a mais alto nível sua excelência o senhor Presidente da República irá expor essa preocupação que nos aflije», concluiu.

Asssalto a navios mercantis, roubo de petróleo no alto mar, e contrabando de combustíveis, fazem parte da longa lista de acções que os piratas praticam no golfo da Guiné.

Abel Veiga

17 Comments

17 Comments

  1. Ludger Carvalho

    18 de Junho de 2013 at 8:42

    Uma boa ideia que vem ajudar STP na sua luta contra a crescente onda de pirataria maritima no Golfo da Guiné.

  2. atento ao dossier

    18 de Junho de 2013 at 8:56

    Viva Portugal
    Quando e preciso esta lá para ajudar…

  3. luisó

    18 de Junho de 2013 at 11:32

    Ora aqui está uma boa noticia para todos.
    Aquando da visita do General CEMGFA Luis Araújo a STP eu escrevi nestas páginas a minha opinião e parece que essas palavras foram ouvidas ou vieram ao seu encontro.
    Conhecedor das práticas e das limitações de STP nestas áreas este acordo será de vital importância para STP e para o domínio marítimo das suas águas.
    Alia-se a capacidade e a experiência de meios navais e aéreos com a segurança de STP e do golfo da Guiné que diz respeito a todos.
    Eu tinha dito que se STP solicitasse esse apoio ela seria dado, só não adivinho o euro milhões.
    Segundo o MDN de STP foi posto o assunto a muita gente e organização mas foi Portugal mais uma vez que disse presente.
    Senhores piratas e outros que andam por aí nessas águas a partir de agora pensem duas vezes porque senão vão levar na cabeça.
    Parabéns aos dois Países.

    • luisó

      18 de Junho de 2013 at 22:12

      Devo acrescentar que o meio aéreo que deverá ser empenhado será de certeza um avião P-3 ORION que também está vocacionado para a busca e salvamento marítimo, vulgo SAR, o que contribuirá para localizar e salvar embarcações e pescadores perdidos no mar.

  4. Toni

    18 de Junho de 2013 at 12:18

    Parabens, isto é cooperação e sobretudo para uma area em que STP pode ter um papel importante a nivel internacional. Obrigado Srs Ministros.

  5. São-tomense

    18 de Junho de 2013 at 15:20

    Excelente Notícia. Por vários motivos o País precisa de acordos internacionais neste campo. Pois os «piratas» são capazes de roubar até a própria TRANHEIRA ancorada no Quartel da Guardas Costeira: não sei se se lembram que certa vez os EUA havia oferecido uma lancha de fiscalização a STP de qualidade.
    Mas a minha questão é: o que é um ACORDO?
    Pelo que sei é uma negociação q traz vantagens para os dois lados.
    Ultimamente se fala de tantos acordos bilaterais mas nunca sabemos:
    – o que o PAÍS, OU SEJA NÓS, devemos dar? – Qual ou quais a/as contrapartida/as do nosso lado?????

    • luisó

      18 de Junho de 2013 at 22:21

      Há sempre gente desconfiada com tudo só porque alguém se oferece para ajudar.
      Pergunto-lhe: Portugal teve em STP durante 20 anos até 2008 uma esquadra de AVIOCAR que era substituído de 6 em 6 meses e que estava ao serviço do governo e da cooperação.
      Toda a despesa com esse material e tripulação e não estamos a falar de milhares de euros foi do governo português. A ser verdade o que diz diga-me o que é que ganhou Portugal, para além de ajudar um País amigo com isto?
      Estamos a falar de milhões de euros em 20 anos e salvaram-se vidas nesse transporte e outras até nasceram nesse avião a caminho de S. Tomé.
      As relações entre Estados amigos estão para além disto e a sua desconfiança chateia-me.
      Pergunte ao Estado Santomense quanto pagaram por ter este meio em STP.

  6. Jorge carlos Fonseca

    18 de Junho de 2013 at 15:47

    Cuidado meus caros: Portugal está muito metido nas negociações de petróleo santomense coma nigeria. sei do que estou a falar, aliás numa conversa com um militar português isso ficou bem presente…eu sei como funciona as relaçoes internacionais. Todos os estados agem por interesse, e é isso que portugal esta a fazer, nao se iludam ok.

    • luisó

      18 de Junho de 2013 at 22:23

      Enfim mais do mesmo…

    • Pléto Lúlúlú

      19 de Junho de 2013 at 23:31

      Já é a segunda vez que escrevo um comentário, ao que diz o senhor Jorge Carlos Fonseca, e este é simplesmente ‘cortado ou censurado’. Não insulto ninguém, fiz só um pouco de ‘ironia’ com a preocupação deste senhor, que escreve ….” Portugal está muito metido nas negociações de petróleo santomense com nigéria “. Que eu saiba as negociações foram entre 2 Países soberanos, Nigéria e S.Tomé. Dizer que Portugal está muito metido, ou é ignorância, ou pior ainda é mesmo má fé. Conforme diz a notícia do Téla Non, que transcrevo…’vai intervir, na zona exclusiva económica são-tomense, sempre que for solicitado pelo Estado são-tomense em missão de vigilância e fiscalização do território marítimo nacional’… Penso por isso que foi S. Tomé que pediu ajuda, que será dada dentro das ‘limitaçõpes’ actuais e de crise que Portugal atravessa. O sr. RS também pode ficar descansado….’quando derem conta, Portugal colonizou novamente S. Tomé’ … De certeza que S. Tomé não vai pedir ajuda para ser ‘novamente colonizado’.

  7. Barão de Água Izé

    18 de Junho de 2013 at 16:29

    Parabéns a Portugal e ao Governo de STP.
    Sem pruridos ou recalcamentos do passado a cooperação vai-se fazendo pela positiva.

  8. lay costa

    19 de Junho de 2013 at 17:40

    É uma boa ideia para o desenvolvimento do país e não só como tambem na luta contra a pirataria martima que assolá esse continente negro……

  9. RS

    19 de Junho de 2013 at 21:15

    Quando derem conta, Portugal colonizou novamente STP.

    • OLHOS ABERTOS

      20 de Junho de 2013 at 9:22

      Para quem tem noção mínima, sobre a história de Portugal, A Inglaterra sempre foi parceiro estratégico de Portugal. Sempre disponível para ajudar Portugal nas invasões externas em que fosse vitima. Mas nunca colonizou Portugal. Portugal tem uma esquadra no oceano índico, no combate a pirataria nessa zona. Mas nunca se ouviu dizer que Portugal vai colonizar Países dessa zona. Devido as afinidades, esse acordo é para ser elogiado. Não comentem só por comentar. Vamos tentar construir o nossa terra.

    • luisó

      20 de Junho de 2013 at 21:17

      Assim é que falar…

    • RS

      30 de Junho de 2013 at 22:15

      Por acaso durante o periodo em que a familia real portuguesa estava a “reinar” no Brasil, quem mandava em Portugal eram os ingleses.

    • luisó

      20 de Junho de 2013 at 21:16

      Caro amigo, colonizar não diria tanto mas ficar como Região Autónoma tal como a Polinésia francesa ou as guianas holandesas, se calhar era o que STP precisava, depois de ver esta terra durante 38 anos sem mexer nada…
      E que eu saiba Portugal tem 2 regiões autónomas, a Madeira e os Açores que também são ilhéus mas estão ao nível do continente.

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