Política

Unidade é mensagem que ecoou no seio da sociedade são-tomense no dia da independência

No discurso por ocasião da independência nacional, o Presidente da República, realçou o espírito de unidade, fundamental para o país vencer os desafios do presente e do futuro. Só de mãos dadas, segundo o Chefe de Estado são-tomense o país, caminhará seguro para o progresso. ADI esteve ausente das celebrações do dia da independência nacional.  

Discurso de Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Manuel Pinto da Costa, no trigésimo oitavo aniversário da Independência.

12/07/2013

Reunimo-nos hoje para, mais uma vez, celebrar a data mais importante da nossa história.

Nesta data solene, de mais um aniversário da independência, saibamos todos, com dignidade, honrar esta terra mãe que nos viu lutar por um ideal.

Um ideal de progresso, concórdia e paz entre todos os Santomenses.

Um ideal de liberdade, fraternidade e igualdade e solidariedade, valores que estiveram na génese da nossa luta pela independência.

São ideais que persistem até aos nossos dias e que a todos devem comprometer.

Ideais em que se funda “o amor à nossa pátria” em nome dos quais vos interpelo como Presidente da República, apelando a que saibamos dar de novo as mãos uns aos outros.

Saibamos dar as mãos como o fizemos na luta pelo direito à autodeterminação de um povo contra a opressão colonial.

Dar de novo as mãos por um país mais solidário, mais coeso e sobretudo, com mais justiça social.

Dar de novo as mãos pelas grandes causas em que se funda o interesse nacional:

–    a luta pelo desenvolvimento,

–    a luta contra a pobreza,

–    o combate à corrupção

– a promoção da igualdade, justiça social, crescimento económico e pela criação de riqueza que a todos beneficie.

Saibamos dar de novo as mãos e com esse gesto simbólico transmitir um forte exemplo de unidade contra a adversidade às novas gerações, sobretudo aos jovens que nasceram em liberdade, num país soberano, que não conheceram o colonialismo mas que sofrem, no seu dia-a-dia, muitas vezes com desânimo e sem esperança, a dependência do subdesenvolvimento, da falta de oportunidades, de saídas profissionais e de um emprego digno e justamente remunerado.

A esta juventude que legitimamente anseia pelo seu futuro mas também ao povo, em geral, que espera pacientemente por melhores condições de vida.

Povo cuja grande maioria vive ainda na pobreza, numa luta constante, pela sobrevivência, por bens de primeira necessidade, pelo acesso à educação e a cuidados de saúde de qualidade.

Estas continuam a ser as prioridades que o respeito pela soberania nacional, conquistada faz hoje 38 anos, exige de todos os que têm responsabilidades na condução dos destinos do país, espírito de missão, dedicação total e sem condições à causa pública, sem egoísmos e, exclusivamente, de acordo com o superior interesse nacional.

É esse sinal de união que, estou firmemente convicto, o povo espera e anseia para renovar a confiança e esperança no futuro de São Tomé e Príncipe.

Compatriotas

Depois da cerimónia desta noite do “acender da Chama da Pátria” na Praça da Independência, reunimo-nos solenemente na sede da Assembleia Nacional, a casa da democracia onde reside a soberania do povo.

Por isso a nossa presença hoje nesta casa é um sinal de confiança nas instituições e sobretudo no regime democrático que é uma das conquistas irreversíveis do nosso país livre e independente.

Recordo o que no ano passado afirmei nesta data:

“O 12 de Julho é o dia de todos os Santomenses, dos Santomenses que se encontram no país e das comunidades espalhadas por esse mundo fora.

É ocasião para falar no que nos pode unir e não naquilo que nos separa porque a situação que o país atravessa exige, mais do que nunca, união de esforços e como se pode ler no brasão de armas do nosso país: UNIDADE, DISCIPLINA E TRABALHO.

As polémicas constantes, repetem-se com os mesmos protagonistas, numa lógica que impede de “nos situarmos todos do mesmo lado da canoa”, nas palavras da saudosa Alda Espírito Santo, para que todos juntos possamos, decisivamente, remar em direcção ao tão almejado desenvolvimento e progresso.

É, por isso, que neste momento carregado de simbolismo se torna necessário assumir, com coragem e humildade, as responsabilidades que todos temos, sobretudo os que exerceram e exercem funções políticas, pelo estado em que o país se encontra.

Temos que conseguir dignificar permanentemente a nossa democracia e a sua imagem externa através do aprofundamento do diálogo entre partidos indispensável para a resolução dos desafios que o país enfrenta.

Com respeito por adversários políticos que não são inimigos, sem linguagem excessiva e crispações estéreis, será possível a criação de um clima propício à obtenção de consensos em relação a um núcleo fundamental de reformas que possam prosseguir independentemente de quem está no poder.

O comportamento dos partidos não pode mudar consoante se encontrem na oposição ou no governo, sobretudo no que respeita à transparência, questão crucial para a confiança dos cidadãos nas suas instituições.

As diferentes forças políticas têm que demonstrar que estão em condições de encontrar soluções para os problemas do país e do seu povo.

É neste quadro que assume particular importância o papel da assembleia nacional e dos deputados, representantes do povo, na criação de uma dinâmica de trabalho que permita ao país dispor dos instrumentos necessários à implementação das tão reclamadas e esperadas reformas estruturais.

O parlamento, coração da democracia, é o órgão de soberania por excelência para que, independentemente do legítimo combate político, sejam encontradas soluções consensuais com um horizonte que ultrapasse os ciclos políticos conjunturais.

Como tantas vezes tenho afirmado o país precisa de reformas para progredir e vencer a inércia, sobretudo em três domínios essenciais.

A reforma do sistema político, a reforma do sector da Justiça e a reforma da administração pública são absolutamente essenciais e indispensáveis para tornar o país mais atractivo ao investimento privado e à participação mais activa e responsável de qualquer cidadão no processo de desenvolvimento.

São reformas que devem ser feitas como um factor de união e mobilizador da sociedade, evitando dessa forma o divórcio, cada vez mais evidente, entre os cidadãos e a sua classe política.

Para que não aconteça tal divórcio é necessário um diálogo permanente e pedagógico entre o poder político, órgãos de soberania e partidos e os cidadãos em geral sobre as opções tomadas e os caminhos a trilhar envolvendo-os, cada vez mais, nos processos de decisão de modo a que estes possam compreender como e para onde se vai e assumir as suas responsabilidades.

Compatriotas

Quero reafirmar neste momento a minha fidelidade ao compromisso assumido de ser o Presidente de todos os Santomenses.

Este é um princípio que continuarei a seguir independentemente de qualquer que seja a conjuntura política.

É meu entendimento que no quadro das suas competências constitucionais o Presidente da República não deve ser apenas mais um actor no jogo político próprio de qualquer regime democrático mas também exercer a sua magistratura de influência e o papel de árbitro que a Constituição confere ao cargo no respeito pelas competências de outros Órgãos de Soberania.

O papel do Presidente da República deve ser, sobretudo, o de mobilizar os cidadãos para o desenvolvimento, promover a esperança e combater o pessimismo através da valorização dos exemplos positivos e dos progressos alcançados, como por exemplo, ainda recentemente, foi reconhecido internacionalmente no domínio do combate à fome onde o nosso país conseguiu atingir antes de 2015 um dos objectivos do milénio das nações Unidas.

Apesar dos erros e omissões próprias da história de um jovem país como o nosso, temos razões para, retirando as devidas lições do passado, ter esperança no futuro, porque ter confiança no futuro é acreditar nas capacidades que temos como povo e como nação de vencer todos os desafios.

Celebremos pois com o orgulho de sermos Santomenses o dia em que há 38 anos conquistámos a liberdade e a nossa independência. O dia em que o nosso destino passou a estar nas nossas mãos.

22 Comments

22 Comments

  1. felisberto

    15 de Julho de 2013 at 8:43

    Obrigado e contamos consigo,
    Sr Presidente Dr Pinto da Costa.
    Isto é que mais nos interessa à todos.
    Com querelas políticas não iremos à lado nenhum.
    Viva Povo de S.Tomé e Príncipe.

  2. Armindo

    15 de Julho de 2013 at 8:48

    Indignado.

  3. malebobo

    15 de Julho de 2013 at 11:54

    só discurso, estamos hibituados, acção nada

  4. malebobo

    15 de Julho de 2013 at 11:56

    sr. felisberto, por favor reveja a tua forma de pensar, ok

  5. STP é nosso

    15 de Julho de 2013 at 12:22

    Bla Bla Bla, acção zero.

  6. Carlos Jorge da Silva

    15 de Julho de 2013 at 12:39

    Força Sr. Presidente. Ainda lhe restam pelo menos 12 meses para por este pais nos car- ris.Particularmente ainda acredito em si.

  7. Negro de STP

    15 de Julho de 2013 at 16:41

    Unidade isto era muito bom!
    Mais não é isto que estamos a ver infelismente.

  8. Engenheiro

    15 de Julho de 2013 at 17:44

    O país está sempre indecente por tomasse banho e veste a mesma roupa suja. Se bem repararmos o não há nenhum discurso do Pinto da Costa que ele não usa o termo vencer DESAFIOS. Possas!! Ficamos só em desafios??? Carece-se deu direcção certa.Isso sim.Não tenho nada contra nenhum cidadão santomense do qual faço parte mas que estou farto e creio o povo também está farto de tentar vencer desafios, estamos! Vivemos tos os dias dq quase. Quase vencemos a pobbreza, quase combatemmos a corrupção, quase deixamos de ser pedintes, quase o nosso Orçamento deixou de depender da ajuda externa, quase fulano foi condenado por CORRUPÇÃO…QUASE QUASE QUASE.

    QUE PENA!!!

  9. Engenheiro

    15 de Julho de 2013 at 17:47

    ” Porque toma-se banho e veste-se” queria eu

    dizer.

  10. dragaodeaguaize

    15 de Julho de 2013 at 21:10

    Este país não pode ter futuro

    Alguém me explique como é que um país com tanto benfiquista, logo com mentalidade perdedora, pode ter futuro ?

  11. Augerio Amado vaz

    16 de Julho de 2013 at 7:43

    Este discurso que é recorrente ao lugar comum, apenas me intriga pelo facto do objectivo ser “estarmos situados todos no mesmo lado da canoa”. Se assim for, naturalmente que a canoa perde equilíbrio e se afunda. Não temos que estar todos no mesmo lado da canoa, podemos estar em lados opostos a remar por um mesmo objectivo que é o progresso económico e social do povo Santomense e esse desiderato não é exclusivo de ninguém. Não pode haver união com exclusão e a união em si mesmo não é uma meta. Essa união para ser encarrada como uma estratégia, tem que ser uma união na diversidade e no escrupuloso respeito pela Lei. Não se pode esperar que um grupo se submeta aos caprichos de outro em nome de uma união demagógica.

  12. Rui Couto Campos Nunes Guimarães

    16 de Julho de 2013 at 8:01

    Estamos farto disso!

  13. Edaugusto

    16 de Julho de 2013 at 8:31

    Estranha-me quando o Sr Presidente da República fala de data mais importante da nossa história. se efectivamente é a data mais importante da nossa hiostória porquê que se comemorou apenas para uma elite e não para o povo, na praça da independência? Por outro lado o Senhor Presidente fala do combate a corrupção, quando tem lidado com este mal e nada tem feito. Existem n casos de corrupção, não vou citar nenhum porque todos eles são do conhecimento e o Sr Presidente tem estado mudo e calado sem se pronunciar, quando sabe-se que este Governo é chefiado e orientado por ele. Seja sério e responsável Senhor Presidente.

  14. E. Santos

    16 de Julho de 2013 at 9:19

    Como é que pode haver Unidade num país onde se reprimem as pessoas, onde elas não podem livremente reeivindicar os seus direitos.
    Primerio oprimem as pessoas, depois vem com cara deslavada comemorar 12 de Julho. Há alguma coisa para comemorar quando as pessoas estão a sofrer? Só se for para si próprio, comemorar o regresso ao seu regime favorito.
    Este nosso Presidente é mesmo hipócrita…não estava a espera disso, sinceramente.

  15. germana alves

    16 de Julho de 2013 at 11:20

    Sempre o mesmo BLA, BLA e BLA. Chega sr presidente. Vira o disco e troca a musica.
    Saude para todos.

  16. mé pó feladu

    16 de Julho de 2013 at 11:38

    carissimos irmãos
    As palavras estão gastas para os politicos os discursos estão esvaziados nunca traz algo de novo portanto é preciso carregar as palavras.

  17. malebobo

    16 de Julho de 2013 at 12:51

    se 12 julho é a festa da independencia nacional, eu acho que não deveria ser comemorada, no palacio dos congressos, so para elite, viva republica das bananas

  18. Rambo

    17 de Julho de 2013 at 8:18

    União e Entedimento sgnifica:
    ADI – 26 Deputados,
    MLSTP/PSD – 21 Deputados,
    PCD – 7 Deputados,
    MDFM/PL – 1 Deputado.
    Formarem um governo de unidade nacional proporcional à representatividade na Assembleia.

  19. Edaugusto

    17 de Julho de 2013 at 8:35

    O Senhor Presidente falou bem, o dia em que o nosso destino passou a estar nas mãos de meia dúzia de corruptos e proprietaries deste país, onde a maior taxa de corrupção e corruptos, encontra-se na classe política, tendo como refúgio o Parlamento, onde os Tribunais só funcionam para a camada desfavorecida da população, sempre em proteção dos detentores do poder. A independência só serviu para os Senhores que se tornaram donos de S.Tomé e Príncipe, até um dia Sr Pinto da Costa! Estamos cada vez mais indignados consigo e com todos aqueles que colocam os seus interesses acima dos interesses do povo.

  20. matuitui

    17 de Julho de 2013 at 10:54

    “As polémicas constantes, repetem-se com os mesmos protagonistas, numa lógica que impede de nos situarmos todos do mesmo lado da canoa…”
    Essa é única parte do discurso de Pinto da Costa que me atraiu. Essa parte é do meu ponto de vista onde o PR mostrou uma certa coragem política. Com esse trecho alguns rostos de convidados a festa da independência se tornaram pálidos. Pinto da Costa dá aval às autoridades judiciais de agirem. Porque os Protagonistas são sempre os mesmos e nós todos Os conhecemos.
    Quanto ao “ situarmos no mesmo lado da canoa” não me pareceu bem isso que Alda escreveu. Porque mesmo não sendo marinheiro nem pescador, se situarmos todos no mesmo lado da canoa não há dúvida que haverá naufrágio. O que eu penso que Alda gostaria, é que todos nos coloquemos lado à lado na Canoa e que independentemente das forças e das fraquezas de cada um, da semelhanças e das diferenças entre nós, que todos rememos harmoniosamente rumo ao destino almejado.
    Só que Alda sonhou o mesmo sonho que Platão havia sonhado a mais de 2000 anos atrás.
    A utopia e hipocrisia dos dirigentes tem conduzido este povo a um abismo cada vez mais profundo, pensando o 1º que se está se enganado ao 2º enganando-se eles próprios!
    Porque é impossível que nos coloquemos lado á lado da canoa num mar de salve-se quem puder!
    É tempo de pensarmos grande porque já crescemos (38 anos) e encararmos a realidade e revermos as nossas posições e a nossa forma de encarar o País. Pensemos agora o país como um barco! Vamos chamar as coisas pelo seu próprio nome e colocar cada um no seu devido lugar! Quem merece ir ao leme que vá ao leme, ao haste que vá ao haste. E aos protagonistas das polémicas repetentes que tendem impedir que o navio se avance para tirar proveitos, que não lhes atiremos ao mar porque somos civilizados, mas que coloquemo-los nos porões, ainda que por um tempo determinado!
    O que pode levar um país a caos não é a corrupção em si, é a impunidade! Não haverá outro caminho!

  21. Eu também sou filho da terra

    18 de Julho de 2013 at 5:39

    A independência foi conquistada mediante suor, sangue e lágrimas, na expectativa de alcançarmos uma vida melhor. Há 38 anos estivemos longe de imaginar que ela viria apenas beneficiar um determinado grupo de dirigentes gananciosos. Portanto, desculpa Senhor Presidente, não há discursos que possam apagar essa nojenta traição.

  22. de Ceita

    19 de Julho de 2013 at 12:04

    Em 38 anos de independência, houve neste país muitos poucos momentos de felicidade.Falar em união, pode ser, mais que condições foram criadas para haver esta união? Antes de se exigir coisas é necessário criar condições.

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