Primeiro-ministro de Cabo Verde durante 15 anos, José Maria Neves, foi o principal orador da palestra realizada quarta-feira em São Tomé, sobre “Os desafios dos pequenos Estados Insulares e a Boa Governação”.
O Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Afonso Varela, foi a mais alta figura do governo, presente numa sala ainda em obras no centro de formação de professores, que acolheu a palestra. O Ministro dos Desportos, Marcelino Sanches, a Presidente da Câmara de Mé-Zochi Isabel Domingos e líder do braço feminino do partido ADI, Elísio Teixeira assessor do Primeiro Ministro, também destacaram-se na primeira fila.
O orador começou por apresentar os desafios do pequeno Estado insular, que governou durante 15 anos, Cabo Verde. Um arquipélago de 10 ilhas, que segundo José Maria Neves, «não tem nada», isso em termos de recursos naturais. Disse que São Tomé e Príncipe é que deveria ser chamado de Cabo Verde, pela exuberância da sua vegetação, que prova a existência de muita água no arquipélago são-tomense.
Após retrato feito da terra seca que é Cabo Verde, José Maria Neves, apontou os três principais recursos naturais, que o homem cabo-verdiano, por sinal a maior riqueza do arquipélago, teve que deitar as mãos para construir o país de desenvolvimento médio que é hoje Cabo Verde, reconhecido e respeitado pela comunidade internacional. «Temos sol, vento, e mar», detalhou.
O desafio do pequeno Estado insular cabo-verdiano, para transformar esses três recursos naturais em factores de Desenvolvimento e Progresso, começou desde 5 de Julho do ano 1975, quando Cabo Verde assumiu a sua independência.
Com pés assentes na terra seca os homens e mulheres puseram Cabo Verde, acima de tudo. O vento segundo José Maria Neves, foi transformado em fonte de energia. Explicou que actualmente, 30% da produção energética de Cabo Verde é garantida pelo vento.
O país apostou nas energias renováveis, para alimentar o progresso. Localização estratégica de Cabo Verde no atlântico, como ponto de ligação entre 3 continentes, nomeadamente África, Europa e Américas (Norte, Sul e Centro), é uma vantagem devidamente explorada para promover a economia.
O sol que aquece Cabo Verde durante todo ano, iluminou a inteligência dos homens e mulheres, para a promoção e o desenvolvimento do turismo. As ilhas espalhadas no atlântico, atraem milhares de turistas de todo o mundo.
Inteligência, uso persistente da massa cinzenta, para contrariar as adversidades naturais de um pequeno Estado insular, como Cabo Verde, permitiu o aproveitamento das águas das chuvas, para produzir comida e riqueza.
Segundo José Maria Neves, barragens foram construídas pelos cabo-verdianos, para guarda a água da chuva que cai apenas durante 2 a 3 meses por ano. Um processo que permitiu alimentar a produção agrícola durante todo ano.
Considerado a data da independência como um país inviável, 42 anos depois, os cabo-verdianos dizem ao mundo, «nós podemos». O mundo reconhece e considera Cabo Verde como exemplo em África em termos de boa governação.
O amor a sua terra, sempre colocada acima de tudo, é uma característica singular do homem cabo-verdiano. Espalhados pelo mundo inteiro como emigrantes, dão um contributo importantíssimo para o progresso que o país tem conhecido. Segundo José Maria Neves, a remessa dos emigrantes, exerce um peso positivo na balança de pagamentos do país.
Conquistas de um povo, unido e trabalhador, que não deixou o seu pequeno Estado insular, ser dominado pela cultura da exclusão. «Temos que ser muito inteligentes e radicalmente inclusivos para termos a possibilidade de mobilizar todas as capacidades e todas as energias e construirmos uma visão partilhada de desenvolvimento e termos instituições inclusivas, capazes de investir nas pessoas e de abrir os caminhos que possam levar ao desenvolvimento e a prosperidade», é um dos pontos da receita que José Maria Neves, passou às autoridades são-tomenses e aos quadros técnicos presentes na palestra.
A ajuda financeira internacional é importante para os pequenos Estados insulares. Mas, segundo José Maria Neves só serve para os pequenos Estados insulares, tirarem a cabeça da água. O corpo continuará submerso.
O orador disse que mais do que ficar com a cabeça fora da água para não se afogar, os pequenos Estados Insulares devem aprender a nadar e seguirem o seu destino rumo ao futuro. Para isso, só há um caminho. «Os recursos que temos, as nossas vantagens comparativas, e transforma-las em fontes de vantagens competitivas para o desenvolvimento global dos nossos países. É cada um com inteligência saber aproveitar o que tem para o desenvolvimento dos nossos países», concluiu.
Homem de Estado, o ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde, deixou na mente da assistência, mais um ponto de referência. Em nenhum momento durante mais de 1 hora de explanação, José Maria Neves, apresentou os progressos e desafios alcançados por Cabo Verde, como sendo resultado da acção do seu governo, ou do seu partido.
Governou Cabo Verde durante 15 anos, e poderia cair na tentação de dizer que isto ou aquilo foi feito graças ao vigésimo ou centésimo Governo Constitucional liderado por mim.
Cabo Verde…. Cabo Verde….Cabo Verde…. Foi o nome por ele utilizado em todos os momentos, para falar dos ganhos e dos fracassos dos últimos 42 anos. Ganhos e fracassos de um povo, de uma nação.
Até nisto a mentalidade caboverdiana é inclusiva.
Abel Veiga
João Carlos
21 de Setembro de 2017 at 10:59
Muito bom ouvir as boas práticas de Cabo Verde. É com muita pena não terem estado na plateia todo o Governo são-tomense, assim como as demais instituições, para ver se tirassem do encontro algum ensinamento, pois bem precisam….
Maria Silva
21 de Setembro de 2017 at 11:12
São-Tomenses um povo que deveria ser estudado ….. que gentes ?!
Enquanto não mudarem de mentalidade, nós nunca vamos chegar lá .
Lamentável!
luisó
21 de Setembro de 2017 at 11:18
É tudo muito bonito mas é para Cabo Verde porque para STP isso não passa do papel.
Muitos preguiçosos e ladrões por aí………..
STP-THINK-TANK
21 de Setembro de 2017 at 12:39
Não posso concordar melhor com a narrativa do ex-Primeiro-Ministro Cabo-verdiado José Maria Neves.
Temo-nos ao longo dos tempos vindo a praticar uma politica de “terra- queimada”. Este atributo aplica-se aos sucessivos governos e presidentes da republica. Fazendo uma mera gestão das ajudas externas e as vezes danosa, e asfixiando e excluindo um grande numero de capital humano. Uma casa dividida em si mesma não persiste! Unidos venceremos, desunidos somos vencidos, não há uma outra formula.. Porquê que nos custa tanto de conceptualizar, copiar o modelo da união e o patriotismo do Povo Cabo-verdiano?
Em termos educativos, quando um aluno nem se quer tem préstimos para copiar do livro para o caderno, terá imensas dificuldades em avançar academicamente e literalmente. Porque a essência da capacidade de imaginação reside precisamente na habilidade e a capacidade de copiar, emitar, exprimir, sobre tudo, coisas boas.
É necessario uma mudança de comportamento e mentalidade de cento e oitenta graus para que o Pais almeje um futuro risonho e promissor.
Com as fraternas saudações,
HM
DE MELO
21 de Setembro de 2017 at 16:13
Bem dito mas não te preocupes porque eles (os governantes) estão se lixando por s.tome e Príncipe ,podes falar dar bofetadas de palavras eles não nem ai…,são todos parasitas chupadores de sangue
o que eles querem e competição quem tem melhor casa melhor carro…,
terra com tanto recurso só ficam a estender as mãos como os mendigos sem vergonha .
CL
21 de Setembro de 2017 at 17:37
”Em nenhum momento durante mais de 1 hora de explanação, José Maria Neves, apresentou os progressos e desafios alcançados por Cabo Verde, como sendo resultado da acção do seu governo, ou do seu partido.
Governou Cabo Verde durante 15 anos, e poderia cair na tentação de dizer que isto ou aquilo foi feito graças ao vigésimo ou centésimo Governo Constitucional liderado por mim.
Cabo Verde…. Cabo Verde….Cabo Verde…. Foi o nome por ele utilizado em todos os momentos, para falar dos ganhos e dos fracassos dos últimos 42 anos. Ganhos e fracassos de um povo, de uma nação.”
À atenção de todos nós e, sobretudo, dos nossos dirigentes.
Inacio Gama Moreira
21 de Setembro de 2017 at 18:28
Eu nasci en S.Tomne mas considero-me badio de S Tome, isto porque o meu pai foi caboverdiano. Sinto muito feliz e apoio esta Geminaçao de Cooperaçao e Amizade entre Cabo Verde e S.Tone. Com os melhores cumprimentos, Inacio- Tecnico de Apoio Juridico em Londres.
explicar sem complicar
21 de Setembro de 2017 at 19:26
GOSTEI IMENSO :
” Homem de Estado, o ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde, deixou na mente da assistência, mais um ponto de referência. Em nenhum momento durante mais de 1 hora de explanação, José Maria Neves, apresentou os progressos e desafios alcançados por Cabo Verde, como sendo resultado da acção do seu governo, ou do seu partido.
Governou Cabo Verde durante 15 anos, e poderia cair na tentação de dizer que isto ou aquilo foi feito graças ao vigésimo ou centésimo Governo Constitucional liderado por mim.
Cabo Verde…. Cabo Verde….Cabo Verde…. Foi o nome por ele utilizado em todos os momentos, para falar dos ganhos e dos fracassos dos últimos 42 anos. Ganhos e fracassos de um povo, de uma nação.
Até nisto a mentalidade caboverdiana é inclusiva. ”
Parabéns Dr. José Maria Neves.
Patrice Trovoada, aprende a lição.
E. Tavares
22 de Setembro de 2017 at 8:30
Perante a informação veiculada no um dos fórum de facebook, segundo a qual o arroz que está a ser comercializado em São Tomé e Príncipe é arroz feito de plástico, venho exortar o tela non, mais sobretudo o governo os partidos de oposição e a sociedade civil a abertura de um debate sério sobre o assunto, porquede caso seja verdade trata-se de um crime saúde pública que pode pôr em causa as vidas de muitos pessoas.
É de se recordar que foi detetado arroz semelhante em Burkina Faso, talves a Angola outros países africanos que não me recordo.
Espero reação da tela non
Eduardo
22 de Setembro de 2017 at 10:56
O ex 1°. Ministro Cabo Verdianos
não escondeu São tomense o segredo do desenvolvimento.
Uma coisa certa é, o produto de São tome tera que ser transformado em São Tomé e Principe antes de ser exportados.
verhaverdade
22 de Setembro de 2017 at 11:20
QUANDO LANÇAMOS EMBRIÕES…!
Em todos os embriões lançados nem todos perduram a temporalidade necessária e objectiva, em produzir o lógico e determinante, que a nação precisa. e assim tem sido ao logo de toda nossa existência crescimento. À partir de 1975! e hoje muitos Santomenses, ainda tem dificuldade de conhecerem a si mesmo, desconhecendo à toda dimensão das localidades territorial…O que dificulta,e dificultara a integração!
Portugal hoje como esta…! é preciso percebemos que houve, um momento de determinação em que os embriões laçados tiveram a consciência de não verem continuar alguns episódios desafiantes ( como haver nos anos 50 pessoas no pleno inverno. andarem descalça) e no resultante destes momento os embriões laçados tivera que ser determinante para dar resposta as possíveis necessidades necessitada…e desafiantes…então surge o Professor Cavaco Silva, António Guterres, e Professor Mariano Gago que já não encontra no mundo dos vivos, e no determinante UE….
Para Santomenses e toda nação, encontramos no momento determinante e objectivo, de objectivar toda a nossa noção de consciência no caminho que devemos caminhar com todo pedregulho que nos é evidente…!
Mais que haverá um momento em que iremos para e ver os documentário deste momento, e dizermos que este momento houve !
EX
22 de Setembro de 2017 at 11:42
Esse é um Grande Homem e excelente Governante com visão e estratégias do Estado, mas com tudo como Humano sempre comete alguns erros que nada belisca os seus feitos.
Não seria nada vergonhoso e o PT que é PM de STP, convidar JMN para ser seu assessor.
Daria um grande contributo com a sua vasta experiencia e sentido de Estado.
PT seria humilde e STP ficaria ganhar.
descendente
22 de Setembro de 2017 at 15:19
..com 42 aos de vida-Cabo Verde deveria ser um país de desenvolvimento médio de facto; com 42 anos de vida- Cabo Verde beneficiou duma enorme ajuda pública ao desenvolvimento…se fosse bem distribuído, não haveria desigualdades social e económica; graças a “amigocracia” reinante em Cabo Verde, haja caboverdianos de 1ª e de 2ª classes; se houvesse responsabilização para os detentores de cargos políticos e dirigentes, Cabo Verde teria uma justiça para todos! afinal, que líder é esse!!!!
Um abraço de Cabo Verde!
CL
22 de Setembro de 2017 at 22:09
Caro Ex,
penso que o Dr. José Maria Neves não está à procura de emprego.
Quanto ao nosso PM, Patrice Trovoada, nunca teria ou terá como assessor alguém com a bagagem e a personalidade de José Maria Neves. O PM de STP gosta, demasiado, para sua e nossa infelicidade, de estar rodeado de subalternos. Não de pares, entre os quais seja primus. Ddeveria ter dito lambe-botas, em vez de subalternos.
Fernando Simão
23 de Setembro de 2017 at 21:36
Foi oportuno a chamada de atenção do representante da Guiné Bissau no Debate Africano pelo facto do comentador de São Tomé e Príncipe, Abílio Neto, ter omitido ou esquecido de abordar a importante palestra dada pelo ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves em São Tomé, tendo em conta a sua relevância, preferindo assuntos menos importantes. Como ouvinte assíduo desse programa, estive a espera do agendamento dessa tema, já que infelizmente não pude estar presente na palestra nem ouvir em nenhum órgão de comunicação social esse assunto, a não ser este pequeno resume do Tela Non. Espero que o faça no próximo programa.