Política

STP não consegue suportar os custos da Democracia – Eleições em perigo

A Assembleia Nacional manifestou-se preocupada com a dificuldade cada vez maior do país em suportar os custos da democracia.

Na última sessão plenária o Presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves(na foto), avisou aos deputados de que o país não tem dinheiro. Segundo o Presidente do parlamento, a comunidade internacional que tradicionalmente financia a realização das eleições, já começou a recuar.

O exercício e manutenção da democracia tem custos. Para organizar e realizar cada acto eleitoral a Comissão Eleitoral Nacional (CEN) precisa de cerca de 2 milhões de euros. A mesma CEN está mergulhada em dívidas depois de ter realizado as eleições presidenciais de Julho ao Setembro de 2021.

A Assembleia Nacional anunciou que a Comissão Eleitoral Nacional tem dívidas de 400 mil euros, fruto dos bens e serviços que contratou para realizar as eleições presidenciais do ano passado.

Tudo numa altura em que a Comissão Eleitoral Nacional precisa com urgência de uma nova injecção de capital para activar o processo eleitoral com vista a realização das eleições legislativas, autárquicas e regional deste ano 2022.

«Minha gente o país não tem dinheiro. A comunidade internacional não financia o processo de recenseamento eleitoral, e actualização dos cadernos eleitorais», avisou o Presidente da Assembleia Nacional.

O líder do parlamento disse aos deputados que a comunidade internacional apenas apoia na realização efectiva dos actos eleitorais. No entanto nas últimas eleições presidenciais «o apoio da comunidade internacional esteve aquém das expectativas. Grande parte das despesas foi executada pelo tesouro público», afirmou Delfim Neves.

Para conseguir realizar as duas voltas das eleições presidenciais do ano passado, a Comissão Eleitoral Nacional contou com financiamentos directos do tesouro público e do governo do Japão através do fundo de contra-partida resultante da venda do arroz ofertado pelo reino nipónico.

A ajuda financeira do Japão para a realização das eleições presidenciais de 2021 foi de 760 mil euros.

Face a incapacidade do país de suportar os custos da democracia, o Presidente da Assembleia Nacional lançou um desafio aos deputados e ao país.

«Vamos pedir ao governo para dispensar 400 mil euros para pagar a dívida da Comissão Eleitoral com relação a eleição presidencial do ano passado…Arranjar 800 mil euros para por a disposição da nova comissão eleitoral nacional para este ano…. E não pagar os salários dos funcionários públicos, dos professores, dos médicos, dos próprios deputados…É uma opção que vamos ter que pensar e adoptar…», sublinhou.

Um grande desafio para o país, ou suporta os custos da democracia, ou paga os salários e outras despesas de funcionamento corrente do Estado.

O orçamento de Estado de São Tomé e Príncipe depende em mais de 98% da ajuda financeira internacional para realizar investimento público. Os custos com a democracia também estão dependentes da boa vontade da comunidade internacional.

Abel Veiga

24 Comments

24 Comments

  1. Bôbu

    3 de Fevereiro de 2022 at 23:27

    “O orçamento de Estado de São Tomé e Príncipe depende em mais de 98% da ajuda financeira internacional para realizar investimento público. Os custos com a democracia também estão dependentes da boa vontade da comunidade internacional”

    Devia-se declarar insolvência geral a este pseudo país e vendê-lo automaticamente.
    Içê trabalho?

  2. WXYZ

    4 de Fevereiro de 2022 at 1:44

    “Ê bilá káká di plôcô”. Se houvesse seriedade nos dirigentes politicos Santomenses em particular por parte dessa Nova Maioria juntado com os Srs. Pascoal Daio, Delfim Santiago das Neves, Amilton Vaz, Posser da Costa, etc; Teriamos poupado muito dinheiro aquando das presidenciais do ano passado. Bandidos, abusadores e falta de sentido de estado e falta de União. Não sabemos tirar proveito do dinheiro que nos dão.

  3. Idalecio

    4 de Fevereiro de 2022 at 3:11

    A declaração proferida pelo atual Presidente da Assembleia Nacional tem a ver com manobras dilatórias, no sentido de perpetuarem no poder.
    Sempre este País teve dificuldades financeiras, e mesmo assim sempre se realizou eleições presidenciais, legislativas e autárquicas.
    Conquistaram o poder, através de queimas de viatura e agora já não podem realizar eleições.
    Comeram tanto dinheiro de Covid19 e já não dispõem de dinheiro para realização da festa do povo?

  4. Anti corrupção

    4 de Fevereiro de 2022 at 3:26

    Apercebe-se que o senhor Delfim para alem de exercer o poder legislativo também exerce o poder executivo, quando que diz que o Estado tem duas hipóteses, se pagar custos com a democracia, deixará de pagar os salários de funcionários públicos.
    O senhor Delfim Neves ao invés de fiscalizar ação governativa, vem defender o seu governo.
    Abaixo chantagem feita pelo presidente da assembleia, que deveria defender a legalidade democrática.
    Fui…pobre destino do nosso país.

  5. Vexado

    4 de Fevereiro de 2022 at 6:42

    Acho esta notícia mais do mesmo porque a corrupção existente na CEN é altíssima. Os seus membros alugam carro a instituição como forma de ganhar algum, contratam pessoas que não sabem ler nem escrever e muito mais.

    Além disso, tem técnicos informáticos permanentes. Estes deviam ser responsáveis pela actualização dos cadernos durante os 3 anos sem eleições.

    Ou encerra aquilo e despedem as pessoas ou dão lhes trabalho.

  6. MÁRIO+MARTINS

    4 de Fevereiro de 2022 at 7:26

    Contesto vergonhoso!
    Ficamos independentes porque éramos explorados. Agora dependentes de ajuda externa. Retirar o salário à funcionário publico, estaríamos a retirar o pão de 30 dias aos filhos destes que dão o seu sangue para manter viva a intelectualidades.
    Era bom que os Deputados entregassem os seus salários, pois devem ter alternativas, pela foto estão bem nutridos, fatos finos, a pele limpa por não apanhar sol……
    Irmão, meu conselho!
    Inventem a formula para retirar essa linda e rica Pátria de todos nós nessa pobreza crónica.Não espera de ajudas externas porque cada Nação deve gerar o suficiente para os seus filhos.
    Somos uma Nação muito rica, a questão é acabar com imediatismo e reduzir o aparelho de estado em contrapartida de aumento de produtividade. Cada palmo dessa Terra deve gerar divisa como fazia os NOSSOS IRMÃOS DESDE A DESCOBERTA ATÉ 1975! TENHAMOS VERGONHA!

  7. Madiba

    4 de Fevereiro de 2022 at 8:02

    Pois é. Os funcionários públicos é que terão que pagar os custos da democracia? E, qual seria o destino dos políticos corruptos e incompetentes? A má gestão dos recursos públicos e, reforçada com má escolha das políticas económicas ao longo dos mandatos dos homens santomenses, aí sim são culpados pela penúria crónica, a todo nível de S. Tomé e Príncipe. Há mesmo a necessidade prioritária do país, com parcos recursos financeiros em ter os edifícios do Tribunal de Contas e do Banco Central? O valor despendido, na edificação dos dois imóveis, não resolveria em definitivo a situação energética e água deste pequeno país? E, a partir daí, a economia não ganharia outra dinâmica? E, os custos da democracia não estavam a ser suportados por nós?

  8. Pedro Costa 2

    4 de Fevereiro de 2022 at 9:34

    É o reflexo de muita roubalheira reinante no país.
    O país está a saque. Sem rumo e sem futuro risonho.
    “O orçamento de Estado de São Tomé e Príncipe depende em mais de 98% da ajuda financeira internacional para realizar investimento público”. Ataquem o enriquecimento ilícito. Daqueles que saem do país e com capacidade financeira de adquirir mobília acima de 5 mil euros à pronto pagamento e enviar para o país.
    Os mentores da independência total não pensaram neste pormenor.

  9. Sem assunto

    4 de Fevereiro de 2022 at 11:00

    Esperem aí, vamos com calma!
    Em primeiro lugar a comunidade internacional faz bem e muito bem em não financiar eleições para legitimar o poder figuras desonestas e sinistras, em prejuízo do país.
    Em segundo lugar 400 mil euros, 800 mil euros, 2 milhões de euros, não é dinheiro par pôr uma nação em estado de alerta, isto é dos loucos, afinal quanto custa os pajeros e jeeps de alta cilindrada que o Estado adquire para transportar os assumidos dirigentes, e as regalias que os mesmos têm, o que faz um deputado de relevante para ganhar o que ganha, e a classe de força castrense, polícias, militares e para militares, recebem pipa de dinheiro sem executarem tarefas de peso e impacto. Revendo estas e outras depesas aliviava se a sobrecarga no tesouro público.
    Em terceiro lugar se o Estado não dispõe destas verbas, aonde certos indivíduos vêm o dinheiro para a compra dos apartamentos na europa, realizar casamento na europa e ultimamemte tem se falado de fazendas na america latina, a verba para todo este expediente não vira do Estado? Não temos dinheiro ou ele é desviado por uns gulas?
    Em quarto lugar tirem os coitados dos funcionarios públicos deste plano, pois na hora dos privilégios são os últimos a serem lembrados e porquê de serem os primeiros agora na hora do sacrifício, não brinquem e nem abusem do povo, tu mesmo Delfim gastaste um mar de dinheiro nas eleições podes no explicar a sua origem? Boa parte dele é do Estado, com certeza!
    Povo não deixem de estar vigilantes, eles querem fazer de vocês carne para o canhão.

  10. Chicão da Mina

    4 de Fevereiro de 2022 at 12:36

    Face a incapacidade do país de suportar os custos da democracia, e não pagar os salários dos funcionários públicos, dos professores, dos médicos, dos próprios deputados, deixa a brincadeira que tem sido parar. País sem futuro como independente. Já não é independente quando depende em mais de 98% da ajuda financeira internacional para realizar investimento público. Os custos com a democracia também estão dependentes da boa vontade da comunidade internacional. Volto a dizer: sermos uma região autonoma de Portugal como a Madeira ou Açores ainda será o melhor para nós.

  11. luisó

    4 de Fevereiro de 2022 at 14:08

    Se o OGE depende 98% dos doadores intenacionais como é que o ultimo OGE dizia que 48% do mesmo era de recursos internos?
    Voçês brincam muito com o dinheiro dos outros….
    Criança que veste calça do pai quer ser gente grande?
    País sem futuro desde há muitos anos só que agora com o corte das ajudas externas, que já abriram os olhos para o que os senhores fazem há muitos anos, e com o covid no mundo acabou-se a farinha e já não se faz pão e o País bateu no fundo fundo.

  12. Jorge de Menezes

    4 de Fevereiro de 2022 at 14:18

    Onde estão os nossos ricos…!!!?

    • Guiducha

      4 de Fevereiro de 2022 at 19:05

      Jorge de Menezes, estão na Malóia vivendo á grande e á francêsa, tranquilamente…depois de terem esvaziado os cofres do Estado são-tomense. Até mesmo os estrangeiros estão bénéficiando das LARGUEZAS financeiras do pobre STP, mais do que os nacionais,é o casa da Nana a maliana TROVOADAcasada com o TROVOADA
      gabonês…toda esta situação devemos aos nacionais que votam à toa por apenas um banho miserável de 50 dobras.
      Bem haja!

  13. Zé de Neves

    4 de Fevereiro de 2022 at 14:27

    Não dá para sustentar a Democracia, arranje-se uma Ditadura que fica mais barata…
    A crueza destas palavras são o reconhecimento da falência tout court da aventura iniciada em 1975.
    Quem saír por último que apague a luz por favor.

  14. Tiberio

    4 de Fevereiro de 2022 at 14:38

    Mas quem faz auditoria da CNE para se apurar que essas despesas são reais e necessárias?
    Há muita coisa ai mal explicada.

  15. SEMPRE AMIGO

    4 de Fevereiro de 2022 at 15:19

    Acabei de ler com muita atenção o artigo “STP NÃO CONSEGUE SUPORTAR OS CUSTOS DA DEMOCRACIA-ELEIÇÕES EM PERIGO. Imaginem!…Há dias havia lido desportivamente no TÉLA NÓN um artigo, “AS TRÊS CAMISAS DE FORÇA. Vi-me na obrigação de voltar a ler hoje esse mesmo artigo, com maior concentração.Resultado? Só me resta render-me ás evidências. DEMOCRACIA? SIM! mas temos mesmo que adaptá-la “ás realidades objectivas prevalecentes em cada um dos países destinatários”Se não, “non cá buiá!”

  16. Joao Sequeira

    4 de Fevereiro de 2022 at 17:18

    O recenceamento em portugal em 1975 foi feito veluntariamente por cidadãos após o fim do dia de trabalho (19h – 23h ) nas juntas de freguesias.
    Em 30 dias ficou o recenceamento obrigatorio feito. A partir dai e durante 180 dias as pessoas se quisecem alguma coisa do estado tinham de apresentar o cartao de recenciamento, pois doutra forma nao tinham acesso ao serviço.
    Em democracia o voluntariado é super importante.
    O custo final ficou unicamente no papel para preencher os dados pessoais e no cartao de recenciamento/eleitor.
    Os funcionarios do ministério da administracao publica inseriram os dados no computador e fizeram os cadernos eleitorais. Assim como na altura em portugal tambem pouco dinheiro havia os custos foram muito baixos. Na altura até os elementos das mesas eram velutarios dos partidos e a unica benesse que tinham era nao trabalhar no dia a seguir às eleicoes.

  17. Silvio alexandre

    5 de Fevereiro de 2022 at 6:03

    Se vocês não pagarem o salário das pessoas aí é que tenho certeza que vão perder feio as próximas eleições.
    Vosso bolso já está cheio por isso não precisam de salário. Basta ver quanto gastaram na campanha do ano passado.

  18. Toni

    5 de Fevereiro de 2022 at 14:01

    Nem quero acreditar nesta notícia…… não consigo perceber e entender como em pleno século XXI alguém com responsabilidade no estado consegue dizer uma coisa destas!!

    Além de fazer o país perder a sua dignidade como estado independente põe em causa a sua integridade nas organizações internacionais, enfim só possível em Stp.

    Agora tenho que reactivar a minha ideia de que Stp jamais deveria ser independente, devia ter sido sempre uma região autónoma, tanto pelo tamanho como por o número de habitantes. Também pela apetência dos seus governantes em desgovernar, isto desde a Independência!!!

    É muito triste que assim seja, mas é o que é, e não vai mudar, até alguém tomar Stp como uma região autónoma!!!!

    País sem qualquer viabilidade

    • Chicão da Mina

      7 de Fevereiro de 2022 at 14:52

      Toni, haja quem me compreende. A bem de STP e da população é preciso levarmos esta mensagem a todos.

  19. Célio+Afonso

    6 de Fevereiro de 2022 at 9:08

    Está td dito e entendido. O PR ja disse o que tinha a dizer; o PM também, e agora o PA.
    Portanto, a verdade só veio a tona porque a comunidade internacional fortou-se da incompetência e desvios de recursos publicos praticados pelos políticos no país.
    O país em si é viável; mas os políticos o tornaram inviável.
    E agora? A solução é reduzir o n de deputados, membros de governo, reforçar o sector de justiça com quadros competentes para processar e julgar todos aqueles que andaram a delapidar o erário público e verão se a situação muda ou não.

  20. Luis gordo

    6 de Fevereiro de 2022 at 9:50

    Nesse caso melhor ficarem no poder por mais 4 anos ou até conseguirem dinheiro. Ou podem ficar de forma vitalícia. Funcionou bastante bem em todos os países Africanos.
    MPLA tá no poder há alguns anos e basicamente todos os custos que tiveram nas eleições foram queima de dinheiro, ou se seja nem valia a pena terem sido feitas.
    O Nova Maioria pode ficar mais 40 ou 50 anos para desenvolverem o país.

  21. Chinho+de+água+lama

    6 de Fevereiro de 2022 at 20:27

    Na Ustp permitem Peregrino Costa sair por mês com 205 mil dobras de salário fabricado. Lucio Pinto 95 a 100 mil dobras mensais, e os outros vice restores com 125 mil dobras por mês.

    Outros professores, 8.600 dobras até máximo 25 mil dobras mensais.

    Peregrine Costa já suspeito de crime anterior de má gestapo dos recursos da Universidade, foi escolhido para roubaram com sua mão salário mensal de 205 mil dobras deixado fosso no plafond designado aos salário dos professores.

    Ladrão com dente aberto e todos sabem disso.

  22. SEMPRE AMIGO

    7 de Fevereiro de 2022 at 12:34

    Chinho-de água-lama! Li o que você escreveu.Apressadamente poder-se-ia até dizer que o que escreveu não vem á propósito.Mas,não é bem assim.Porque, enquanto a tão proclamada e ansiosamente esperada reforma salarial não for feita com justiça,e enquanto o PODER não for exercido como deve,o país estará sujeito á LEI DA SELVA.

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