Política

“Ninguém é suficientemente independente…”

São Tomé e Príncipe e Angola são países interdependentes. É a constatação feita pelos Presidentes Carlos Vila Nova e João Lourenço, durante a visita que o Presidente de São Tomé e Príncipe está a realizar à Angola.

«Por qualquer motivo necessitamos sempre um do outro. Ninguém é suficientemente independente…nem as grandes potências», referiu o Presidente de Angola João Lourenço após reunião com o Presidente Carlos Vila Nova no palácio presidencial de Angola.

São Tomé e Príncipe é hiper-dependente do combustível fornecido por Angola. Simples atraso dos navios petroleiros angolanos, o arquipélago fica paralisado e sem energia eléctrica.

Ao longo dos anos e até o ano 2021, São Tomé e Príncipe acumulou dívida com Angola, na ordem de 200 milhões de dólares. Dados divulgados pelo ministério das finanças no ano 2021, indicam que o fornecimento de combustíveis para alimentar a central térmica da empresa EMAE, a única fonte de energia do país, é a principal causa da dívida acumulada.

Ao longo dos anos Angola forneceu combustíveis à São Tomé e Príncipe em crédito, ou seja, fiado. Por isso segundo as autoridades nacionais a dívida tornou-se insustentável.

«Temos coisas que podemos trazer em aporte uns dos outros. Ninguém em toda a sua vida está preparada apenas para receber. Recebe e também dá…», declarou o Presidente de São Tomé e Príncipe na entrevista conjunta com o seu homólogo angolano.

Carlos Vila Nova pretende com a sua primeira visita oficial a Angola, incutir uma nova dinâmica na já considerada excelente relação bilateral.

Carlos Vila Nova e João Lourenço no Palácio Presidencial em Luanda

A relação entre os dois países tem laços de consanguinidade, tem história, fez cultura, criou cumplicidade, e forjou muita amizade entre os dois povos. Agora, Vila Nova quer acrescentar reciprocidade no DAR e RECEBER .

«Temos a certeza que depois desta visita, e da sessão de trabalho que tivemos, temos uma caminhada a fazer para que as condições já existentes sejam melhores…. Portanto trazer melhorias onde São Tomé e Príncipe puder contribuir para Angola, e não tenho dúvidas que o mesmo acontecerá com Angola que sempre nos acompanhou», afirmou o Presidente Carlos Vila Nova.

As portas para a redinamização da cooperação bilateral foram reabertas durante a visita de 3 dias de Carlos Vila Nova à Angola.

Os dois chefes de Estado decidiram marcar para 29 e 30 de Maio a realização da reunião da Comissão Mista São Tomé e Príncipe – Angola.

A reunião que terá lugar em São Tomé vai revisitar a cooperação nos domínios da defesa, pescas, economia azul, e outras áreas de cooperação.

Abel Veiga

5 Comments

5 Comments

  1. Andorinha

    10 de Maio de 2022 at 23:22

    Nosso Presidente esta a brilhar um verdadeiro estadista as viagens oficiais estão a correr bem uma coisa bonita o Presidente de Angola voltou a reativar os encontros que estava congelados a 15 anos deus abençoe nosso Presidente Carlos Vila Nova contra olho gordo da nova maioria.

    • Antonio Nilson

      13 de Maio de 2022 at 10:50

      Angola poderá ser um parceiro estratégico mais seguro para São Tomé e Príncipe. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre a importância da cooperação bilateral entre Angola e a República Democrática de São Tomé e Príncipe. A corrupção está a nos atrasar bastante e de forma muito negativa ao progresso.
      Alguém tirou 30 milhões de Taiwan e gastou em Portugal, na Europa? Devemos esclarecer onde estão localizados os empréstimos adquiridos durante 40 anos depois da independência do povo de São Tomé e Príncipe!

      Em termos de relacionamento bilateral com Angola, apoio a 100% um esforço de boa fé para pagar as dívidas contraídas com o recebimento de petróleo de Angola para fornecer energia às ilhas. Devemos ser sinceros e assumir a responsabilidade pelo nosso compromisso com Angola. Angola, independentemente dos problemas que temos nesse relacionamento, é justo sentar-se com a autoridade angolana para descobrir maneiras de reparar esse relacionamento disfuncional. Nós precisamos um do outro. Sou a favor de reparar a relação com Angola. Deve começar por contemplar o nosso interesse e interesse por Angola, e descobrir uma estratégia de respeito mútuo para reconstruir a confiança com Angola.

      O governo de São Tomé e Príncipe não deve pagar nenhum dinheiro a Portugal até que Portugal pague à nossa nação uma séria reputação de escravidão (500 anos, Pedro Escobar e João de S. R.). Sem falar no PIDE. O governo português matou muitos são-tomenses; Portugal nos escravizou. Não estamos a abordar este assunto de forma adequada, para que possamos reconciliar-nos com os portugueses, curar-nos e seguir em frente. Eu sou todo pela reparação; ou seja, Portugal deve pagar a São Tomé e Príncipe muitos milhões de euros mais de mil milhões pelas atrocidades da escravatura e pela violência e as mortes dos nossos antepassados. Só assim, acredito que devemos abraçar Portugal e ser verdadeiros amigos dos portugueses. É possível. Portugal deve assumir o seu papel e responsabilidades com as suas ex-colónias e restabelecer a cooperação baseada no respeito mútuo.

      Com Angola, nós são-tomenses devemos ver a nossa relação com outra lente. Significado; se Angola nos ajudou a fornecer electricidade, devemos agradecer e negociar alternativas que STP possa razoavelmente pagar para reparar a dívida. Se tiver de vir com a cooperação com o sector da Defesa e segurança regional, nós, o governo do STO, devemos ser razoáveis ​​e flexíveis na negociação do que Angola quer e informar o povo de STP sobre isso abertamente para permitir transparência. Tínhamos contingente de base militar angolana em STP. Podemos ir em frente e estabelecer regras agradáveis ​​com Angola sobre como satisfazer os seus interesses de defesa nas ilhas especificamente no que diz respeito à cooperação segura de Angola e STP em termos de defesa. Alguém tem alguma objeção ao interesse de Angola na área da defesa em STP? Declare sua afirmação e explique o porquê sem ser irracional ou parcial. Digo isto porque a nossa vizinha Nigéria não é um parceiro fiável de STP. Reputação dos nigerianos nos Estados Unidos da América e assim por diante, os nigerianos não são confiáveis ​​e não são vistos de forma positiva na maioria das vezes. Podemos confiar plenamente na Nigéria ou Guiné Equatorial, Gabão, etc, países vizinhos? Na minha visão empírica, a resposta é não. Em STP, a língua oficial é o português. Temos isso em comum com Angola e a nossa cultura incluindo a música A dança Kizomba é mais para Angola e Cabo Verde do que quaisquer outras nações que fazem fronteira com o nosso território soberano.
      Digo-vos honestamente que se a Rússia se safar de invadir a Ucrânia e tomar com sucesso aquele país, não haverá nada que impeça os nigerianos ou o governo da Guiné Equatorial de se aventurar em invadir STP e tomá-la na disputa do petróleo. Não confio na Nigéria. Não confio na Guiné Equatorial nem no Gabão.

      Precisamos abraçar Angola a 100% apesar das nossas reservas com as arestas dos angolanos que nos são hostis. Angola é como nosso irmão e irmã. Vamos fechar o negócio com Angola que é benéfico para ambas as nações. Entendo que alguns angolanos estejam chateados conosco. Podemos corrigir essa insatisfação mostrando boa fé. Nenhuma nação deve usar ou abusar de outra nação. Em vez disso, eles devem trabalhar coletivamente para encontrar uma maneira de conciliar suas diferenças para que possam coexistir de maneira saudável e mutuamente benéfica. Se isso significa permitir que o governo angolano explore nossos oceanos e mares para encontrar peixes para alimentar o povo angolano enquanto compartilha alguns produtos de pesca capturados conosco, que assim seja. Se significa trabalhar com Angola na Economia Azul, vamos traçar um contacto sério que beneficie tanto Angola como São Tomé e Príncipe.

      Sou um entusiasta entusiasta da participação nas negociações ou cooperação diplomática para encontrar uma solução razoável para
      melhorar a nossa relação com Angola. Amo Angola e o povo angolano, vivi em Angola e nasci e cresci em São Tomé. Eu sei e entendo o que é preciso para reparar e reconstruir a confiança com Angola. Não existe país perfeito, não existe povo perfeito. No entanto, existem mecanismos e meios diplomáticos para fazer com que as relações entre as nações funcionem. Confio no nosso governo para se envolver bilateralmente com Angola como se fôssemos irmãos e irmãs e procurarmos a cura dos equívocos que possamos ter sobre as nossas diferenças e a percepção pública errada. Angola e São Tomé e Príncipe, Cabo Verde são os melhores parceiros geopoliticamente estrategicamente na resolução dos nossos problemas. Guiné Bissau e Moçambique também são nossos irmãos, pelo que não os devemos excluir neste diálogo e, preventivamente, convidá-los a engajar-se na solidariedade e na partilha de ideias e no comércio entre si, ao mesmo tempo que pressiona Portugal a prestar contas à história passada da escravatura e a resolver a dívida situação. Na minha opinião, Portugal deve dinheiro aos PALOPS, e não o contrário. Eu não tenho nenhum preconceito contra os Europeus ou Portugueses. Eu gosto de falar verdade sem receio e sem medo de ninguém. Portugal é um país abençoado porque não existe guerra ou criminalidade como acontece nos Estados Unidos de América. Eu valorizo Portugal neste sentido de paz e estabilidade social, independente da minha antipatia contra o racismo e discriminação racial e política de classe que a sociedade Portuguesa não conseguiu ultrapassar. Nenhum país é perfeito. A minha intenção é encontrar uma forma amena de conviver com Portugal quando os Portugueses tomarem a responsabilidade dos danos causados durante a escravatura e perdoar a dívida e deixar de controlar os países do PALOP e Brasil nesta relação de mediocridade que não funciona. Portugal terá de deixar os países do PALOP obterem independência total e completa sem intervenção de atraso ou outros truques de opressão de os por abaixo. Vivemos num mundo diferente, temos que ajudar uns aos outros e compartilhar as nossas áreas de fortaleza e nos ajudar a superar as nossas áreas de fraqueza. Temos que mudar do ritmo do passado e conviver com igualdade e respeito mútuo. Nós todos temos características fortes e aspectos negativos. Essa coisa de por outro abaixo, desprezar, chamei preto macaco, exploração e ameaças já não dá. A cooperação genuína e de boa fé para toda gente ganhar é vai dar.
      Angola, sim. Sou totalmente por Angola.
      O que diz você?

      Obs. Desculpa-me pelos os erros de ortografia ou gramático ou seja; se eu fazer ferir alguém se intenção malícia ou com algo mal entendido. Faça-me perguntas que os poderei eventualmente esclarecer o meu parecer. Venho por este meio contribuir a minha opinião e peço desculpas com antecedência se não fiz comunicar a minha mensagem de uma forma responsável e respeitosa independentemente da minha ineficiência na língua Portuguesa nesta narrativa.
      Estamos juntos e até breve
      Paz e amor e solidariedade

      Nini

  2. Fuba cu bixo

    10 de Maio de 2022 at 23:38

    Ja temos um excelente Presidente que esta a limpar a imagem de S.Tomé e Príncipe só falta Patrice Trovoada para toda coisa fica bom.

  3. WXYZ

    11 de Maio de 2022 at 0:48

    Carlos Vila Nova. Vida Nova. E novo paradigma. Nova dinamica.

  4. Edson Neves

    11 de Maio de 2022 at 2:02

    O chefe de Estado está se referir de relação pessoal com o presidente de Angola ou relação de dois Estados? Parece haver ambiguidade nas suas palavras, espero estar equivocado. São Tomé e Príncipe depende muito mais de Angola do que inverso. O que temos a oferecer o Estado angolano? Nada! Só geramos despesas ao povo angolano, os empréstimos , as doações sem contrapartida. Não sei até quando vamos continuar com essa péssima política internacional.
    Discurso repetido desde o tempo de Pinto da Costa, passando pelo Miguel Trovoada, Fradique de Menezes, o antecessor do Vila e agora o próprio Vila. Até quando?

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