NOTA PRÉVIA : O presente artigo de opinião, vem na sequência do tema que foi debatido no programa “ Encontro de Gerações” da Rádio Nacional, no passado domingo, dia 28 de Agosto.
Caras e caros jovens;
A nossa Constituição da República no seu art. 57• refere que, “ Todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos “.
Apesar da Constituição fazer referência à “ Todos os cidadãos” a Lei n• 6/2021, Lei Eleitoral, vem especificar, nos seus artigos 6° e 7°, todos a partir de que idade e em que condições? Pelo que , passo a citar : “ Gozam de capacidade eleitoral activa, todos os cidadãos santomenses maiores de 18 anos…” desde que estejam inscritos nos cadernos eleitorais e que não estejam incapacitados, quer por interdição de uma sentença condenatória com trânsito em julgado ou quer por demência.
E é precisamente sobre a juventude que me dirijo, dada a conjuntura do período eleitoral que estamos a atravessar e porque também faço parte desta faixa etária;
Como é sabido, a juventude partidária desempenha um papel de extrema importância, no que tange a mobilização das massas, quer na fase de pré ou pós eleitoral. E a propósito disto, sou de opinião que os diferentes partidos que compõem o panorama político nacional devem criar as condições que facilitem a criação, bem como a promoção de escolas de formação política para a juventude, para que, aqueles que pretendem seguir a carreira política estejam de facto mais e melhor preparados.
Muitos concordarão comigo que, os votos daqueles que fazem parte das estruturas locais, distritais, regional e nacional dos diferentes partidos políticos, tão somente, não determinam as suas vitórias, mas sim, as acções que são desencadeadas pelos seus militantes e simpatizantes, na dura missão de convencerem os indecisos nas caças ao voto é que poderão influenciar na suas vitórias ou derrotas.
Eu me refiro aos comportamentos e posturas que são adoptadas por alguns jovens partidários e não só é que muitas vezes chegam a espantar os eleitores.
Um jovem convidado ou não, para participar numa reunião de campanha ou comício, deve participar com respeito, fazer perguntas sobre os programas das candidaturas, sem insultar, nem criar distúrbios.
Por outro lado, os diferentes partidos devem ter uma postura preventiva, isto é, devem chamar a atenção aos seus apoiantes, para evitarem discursos incendiários, quer no terreno, quer nas redes sociais, como acontece com os filhos que vivem em casa dos pais, quando adoptam comportamentos que põem em causa o bom nome dos pais, devem ser advertidos, censurados e não encorajados…
Ainda nesta fase de campanha, a promoção de debates radiofónicos, televisivos e não só, entre os líderes das J partidárias será de extrema importância no processo de fortalecimento da nossa democracia, para que cada um possa esgrimir os seus argumentos com elevação, observando sempre os valores do nacionalismo, da unidade, da disciplina, da liberdade e acima de tudo, do patriotismo.
Devemos continuar a trabalhar todos juntos e de forma permanente, apesar das nossas diferenças, junto aos sucessivos governos, com vista a atingirmos o objectivo comum, no que toca a defesa e a garantia dos nossos direitos elementares, que possam efectivamente garantir a nossa dignidade, enquanto pessoas cheias de sonhos e esperanças num país melhor, em relação a formação, o emprego, a saúde, a habitação, a igualdade, enfim, por uma maior justiça social.
Ao adoptarmos esta postura, estaremos sim, a participar de forma activa na vida política em S.Tomé e Príncipe, deixando assim, o nosso legado, a nossa contribuição nos livros do registo.
Assinado :
Durrute Soares
Jurista e Professor