A celebração do 200º aniversário da independência do Brasil, no dia 7 de Setembro, revelou a profunda ligação histórica e cultural, entre os dois países.
Pedro Luiz Dalcero, o novo diplomata nomeado pelo Brasil para ser embaixador em São Tomé e Príncipe, detalhou os factos históricos que misturaram a cultura são-tomense e brasileira.
«Estima-se que cerca de 25% dos brasileiros, mais de 50 milhões de pessoas, tem pelo menos 1 antepassado que transitou de São Tomé e Príncipe», revelou o diplomata.
Na celebração que decorreu na residência oficial do embaixador do Brasil no arquipélago, Pedro Luiz Dalcero, explicou que o transito em São Tomé, de milhares de pessoas rumo ao Brasil, aconteceu durante o período escravocrata.
«Pessoas escravizadas e comercializadas no tráfico infame que constitui o maior pecado dos tempos modernos. História cultura e laços de sangue são pilares fundamentais no relacionamento entre os dois países», acrescentou o diplomara brasileiro, que ainda não entregou as suas cartas credenciais ao Presidente de São Tomé e Príncipe.
O atlântico sul é há vários séculos o caminho de ligação directa entre São Tomé e Príncipe e o Brasil. Entreposto de escravos, São Tomé e Príncipe foi uma das pontes de ligação cultural com o Brasil.
Os 200 anos da independência do Brasil revelaram também a união forjada pela língua portuguesa.
«Na comunidade dos países de língua portuguesa, definimos nosso idioma como uma língua pluricêntrica em que todos contribuímos, enriquecendo a beleza sonora do nosso idioma comum. Ele nos une, e nos permite perceber as diferentes visões do mundo e dos nossos povos», afirmou Pedro Luiz Dalcero.
Saúde, educação e formação profissional são áreas que marcam a cooperação do Brasil com São Tomé e Príncipe. Brasil construiu e instalou o laboratório nacional de referência para a Tuberculose.
No sector da educação a intervenção brasileira data da década de 70 do século passado. Através do programa de alfabetização solidária, Brasil ajudou São Tomé e Príncipe a eliminar o analfabetismo herdado do colonialismo.
No entanto a segurança e defesa do atlântico sul, tornou-se na maior prioridade da cooperação bilateral nos últimos anos.
«O destacamento de militares brasileiros apoia e continuará a apoiar São Tomé e Príncipe nesta importante questão de segurança para os nossos dois países», pontuou o representante do Brasil em São Tomé.
Cooperação militar que permitiu ao Brasil criar a unidade de fuzileiros navais de São Tomé e Príncipe. Uma força especial que tem a missão de combater a pirataria marítima e outros crimes no golfo da guiné.
Abel Veiga