Os dias passam-se e enquanto investigações com apoio internacional, seguem percurso forense, sigiloso, as informações envolvendo os acontecimentos de sexta-feira arrepiante, religiosamente, num outro mês cristão, a ser Sexta-Feira Sagrada, pouco-a-pouco, trazem azeite podre a flutuar-se na água. Tudo misturado e difícil de juntar peça por peça, a compreensão do xadrez político turvo que de, trapalhada por trapalhada, propositada, retira Unidade, Disciplina e Trabalho à esperança de prosperidade aos são-tomenses.
Enquanto as emoções, vão baixando e narrando as provas dos factos, começa a tomar forma, três préstimos essenciais: Primeiro-ministro, ministro da Defesa e vice-Chefe do Estado Maior, para desmistificação do ocorrido, na madrugada de 25 de Novembro, em São Tomé e Príncipe. Escutado o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Olinto Paquete, enganado e indisponível para brigada desumana, assumir “mea-culpa” e, consequente demissão, torna mais estranho a qualquer análise, o Presidente da República, de óculos, manter o cheque em branco e consolo ao governo, persistindo na grosseira da tentativa do golpe de Estado.
Na consciencialização de um bom filho são-tomense, louvável, criado e instruído sob princípios religiosos e de respeito à vida humana, assumidos, jovem militar recrutado nos anos oitenta, para compromisso com São Tomé Príncipe, acima de tudo, não lhe permitia conviver com traição à Pátria. “Um por todos, todos por um”, toda chefia militar, a partir da atitude e do testemunho, pelo uniforme e lógica, dispunha da porta de rua escancarada.
O Primeiro-ministro na triagem e ainda bem, que vai fazendo na imprensa estrangeira, na quarta-feira, última, repôs fé de que, jamais um governo empossado, onze dias, iria dar golpe de Estado, à si mesmo. As chefias militares, para aparência, eram as mesmas nomeadas pelo anterior executivo. Pura verdade, mas prova dos factos, não são, tão, lineares à versão do 1o ministro.
Afinal, não é de hoje, a relação de proximidade, entre o Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e o oficial das Forças Armadas que deu cara ao meio da tarde, na praça do Quartel General, aonde cheirava sangue fresco humano, escorrido do despertar hediondo? Fica mais acessível dar volta à página de que o ato de dar corpo às notícias e imagens horrorosas de seres humanos torturados e assassinados pelos militares, com esforço nítido de imaginação do narrador ao filme de ficção e terror, alinha-se na tática de trincheira militar para enquadramento político ao anúncio do chefe do Governo que garantia, de manhã, comando e controlo da situação e, o mais digno, a salvaguarda de vida dos “mercenários e, tristes, ex-Búfalos” da África do Sul.
O vice-Chefe do Estado Maior, foi apadrinhado pelo ministro da Defesa para nomeação pelo anterior governo de Jorge Bom Jesus. Mais. O ministro, fez braço de ferro no Conselho Superior da Defesa Nacional, até esgotar todos argumentos, para que fosse o militar, na altura, o Chefe Maior e não, segunda pessoa na hierarquia Castrense.
O esforço, na época, serviria de moeda de troca ou “cortina de fumo” de demonstração da confiança perfeita para regresso, do líder da Ação Democrática Independente à vida política, nas ilhas, sem maçada de recurso ao frete de deputados e jornalistas portugueses que, em 2014, lhe fizeram cobertura judicial e eleitoral.
Ainda assim e de caminho para cimeira EUA-África, em Washington, de lideres africanos, o Primeiro-ministro, veio em boa hora, na comunicação social portuguesa, levianamente, naquela quarta-feira, última, persistir na prosa e tentativa do golpe de Estado. O Presidente da República que na promoção e posse de João Pedro Cravid, o militar, também recrutado nos anos oitenta e de confiança presidencial que se segue na chefia das Forças Armadas, manteve em linha com o chefe do Governo, na narrativa, manipulada, de tentativa de sublevação constitucional, por quatro civis desarmados, viajou no mesmo dia, à Guiné Equatorial para assistir mais uma investidura do presidente Teodoro Obiang. O país mais normal que as ilhas, do meio do mundo, antigamente dizia-se “só na China!”
Quais dúvidas, restam ao Comandante em Chefe das Forças Armadas, de que a “inventona”, modelo, manipulada para apagar opositores e aniquilar a liberdade de expressão e pensamento, não deve continuar a ser assumida por ele, quem constitucional e moralmente, é presidente de todos são-tomenses e não de grupos, como tentativa do golpe de Estado?
Qual a morosidade dos magistrados do Ministério Público, em atender o clamor de cidadãos de competência e domínio constitucional e jurídico, reconhecidos, em escrutinar e numa justiça com ligeireza e de olhos vedados, enviar ao calabouço, criminosos apanhados nas provas dos factos, incluído mães, enfermeira e militares que incendiavam fúria aos assassinos, em torturar e matar pessoas indefesas?
Estão a investigar o quê? Apagar todas provas dos factos hediondos? Ganhar tempo de consciencializar os 12 soldados, prisioneiros, sob pressão e custódia militar, a trair à Bandeira e Pátria e, fundamental, incriminar os mortos e sobreviventes, tendencialmente, Delfim Neves e demais políticos? O ator da partilha das gravações, está preso? Como assim!? Não existe investigação criteriosa, séria e independente, sob comando dos implicados diretos e indiretos na “inventona”.
No mesmo dia político, quarta-feira, passada, o ministro da Defesa, transitado de anterior governo com reforço do pelouro da Administração Interna, quem desde o pretenso assalto ao quartel ou de antecipada caridade de rebuçados envenenados de Natal, aos miúdos, aguarda-se rolar própria cabeça, ou seja, assumir consequências políticas pela “inventona”, finalmente, quebrou silêncio. No empenho público, garantiu de que tem pilares bem assentes no chão governativo e não vai se oferecer, bode expiatório, colocando tacho ao prazer do 1o ministro. Sabe lá da agenda patriótica e do “timing” de absolutismo e cegueira, em marcha, para preventivamente, de punho musculado e forças das armas, remover obstáculos inconvenientes.
Já o Primeiro-ministro, atento ao afastamento voluntário do chefe militar, apanhou boleia de “mea-culpa”. Surge aqui o simbólico, mas enérgico e de confiança no Estado de Direito, aquilo que os especialistas no decorrer de tempo, entenderam denominar de Quarto Poder. Infelizmente, nos nossos países, traídos para quarto do poder, derivado de carência material e financeira, se sujeita à pobreza mental, e parto imediato, é de mau jornalismo, graxa ou ausência de investigação jornalística.
O chefe do Governo, no banco de pendura, já veio advogar alguma falha na comunicação com chefias militares, durante aquela manhã do dia horroroso e sangrento. O cansaço noturno, completo, depois de horas prolongadas de reunião, na noite anterior, com a Presidente do Parlamento, Celmira Sacramento e testemunhas da elite partidária, na residência privada do chefe do executivo, seguiu-se, até ao amanhecer, de olhos claros, na troca de informações de balas cruzadas no céu das ilhas. Estranhas coincidências.
“Masantes”. A Presidente da Assembleia Nacional, a mostrar serviço, para pôr ordens no país, através do despacho sancionatório, decretou falta injustificada aos deputados da oposição que pela recusa de ADI, em agendar a explicação, urgente e detalhada do “golpe de Estado”, na sede parlamentar, deram de costas, uns minutos, ao 1o ministro no dia da apresentação do Plano orientador do XVIII Governo constitucional.
Na manhã de há dois meses atrás, dia histórico de mais um teste e alternância democrática, nas ilhas, 25 de Setembro, o candidato de ADI, apressou-se a avançar, cedo, com provas dos factos, vitória eleitoral absoluta com 30 deputados dos 55, em disputa, dias depois validada pelo Tribunal Constitucional. Ele e equipa partidária, passaram noite, sem piscar olhos, a resgatar pelo país inteiro e conferir, minuciosamente, os dados de editais das mesas do escrutínio eleitoral.
Em dois meses, a fadiga de uma semana executiva, após anos de férias e vídeos românticos, à militância e, em especial, juventude, sem bússola, cronometrados por Gualter Vera Cruz, mão-lava-mão, foi galardoado diretor do gabinete do 1o ministro, sono já troca-tintas nas provas dos factos do governante?
Depois de rebuçados e chupetas, sem ler cara, na composição executiva de onze ministros, o governo para distrair mentes do massacre na parada militar, já começou, acelerado, a encaixar os militantes do partido, “meninos bonitos”, nos tachos pelo que tanto lutaram e dariam a própria vida.
Na entrevista de ontem, sexta-feira, o chefe do Governo são-tomense que foi recebido, dois dias antes, alternadamente, por presidente Marcelo, de forma gloriosa e ingloriamente, por Primeiro ministro, António Costa, não garantiu sono tranquilo e familiar de Arlécio Costa e Delfim Neves, na noite sangrenta, mas que, eventualmente, andaram por aí “zanzando” na coordenação da “inventona” golpista.
Apesar da cólera social e melancolia, os são-tomenses por maior reivindicação, não dão caras, pior descer, em multidão, torta-direita à cidade. Para atestar, apenas dezenas de familiares e populares, com cartazes “papa chegou, morte chegou”, exigindo libertação de todos filhos, inocentes, concentraram-se defronte à polícia judiciária, aquando, primeiras horas, alguns dos prisioneiros, deveriam estar a prestar declarações.
Nenhuma consciência quer imaginar, com provas dos factos narrados, ao seu tempo, por Levy Nazaré, de que em 2018, o presidente de ADI, sentado no sofá europeu e, quem, o Secretário-Geral do partido, defendia de garras e unhas de leão, ordenou-lhe a encher povo na rua para oferecer peito, na época, à tensão eleitoral. Quantos milhares de cidadãos, pagos por tostões e transportados em camiões, viaturas e moto-táxis, com Ação Democrática, na oposição, nesta altura, estariam a invadir cidade para condenar a rede militar, pedir justiça célere e exigir cabeça do líder espiritual da chacina atroz e violadora dos Direitos Humanos?
É de enquadrar o silêncio, comprometedor, de certo ângulo da sociedade civil, da cúpula e deputados de ADI e a rejeição de audição do Primeiro-ministro na casa da Democracia, na Vila Maria, para “explicar sem complicar” e, sobretudo, livrar-se de mãos sanguinárias e execução sumária perpetrada pelos militares. A abstenção dos deputados do Movimento de Cidadãos Independentes-Partido Socialista/PUN, talvez por iliteracia democrática, alinha-se na cumplicidade com o crime aos olhos de todos e nada, sentimental à Nação enlutada.
Perante novas provas dos factos, a tentativa de menosprezar a inteligência dos são-tomenses, não tem limite. Ainda assim, porque não gozar o ministro da Defesa das honras de benefício de dúvidas, no seu apoio militar e proteção ao líder de ADI, aquando do regresso à campanha política, em Setembro? O veterinário que respeita e trata de vidas dos animais, antigo presidente partidário e líder parlamentar, ex-ministro da Agricultura e para preencher o currículo, antigo embaixador em Taipé, não teria arquitetado o plano, pessoal, devidamente refletido e ambicioso de dar passos prudentes para a tão reclamada e necessária, reconciliação da Família são-tomense?
As intimidações, intimações e os envelopes com valor monetário aos familiares de homens assassinados, fazem parte de diligências que deixam o Estado são-tomense numa foto comprometedora e desalinhada à teoria da tentativa do golpe de Estado e mais distante, a compreensão de certos ministros, ontem cidadãos com microfones de imparcialidade, utilidade pública e liberdade de expressão, prefiram hoje, engravatados e sorridentes, uma senhora com bandeira de Justiça e Direitos Humanos, permanecer no cortejo, virando costas à razão.
A presidente do Sindicato são-tomense de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, Lyolanda Graça, quadro da Televisão Pública, alegou “motivos profissionais e pessoais”, para no final do mês, ter demitido do cargo, após ser eleita e coroada, em Maio passado, pelos colegas para imprimir dinâmica e imparcialidade à classe. Embora o momento conturbado, condicionar o exercício livre da imprensa, é bom que seja para dar saltos mais promissores.
Solidariedade e preocupação contínua, à Graça Costa, esposa de Arlécio Costa, que teme pela vida e do filho, porque “tropas puseram bala na câmara e disseram para ele não se mexer. Ele não se mexeu e eu também não…” aquando da detenção na residência, do ex-Búfalo, levado a torturar e assassinar de forma covarde no Quartel militar. Não só! Os militares, naquela manhã, horrorosa, conquistaram e levaram o telemóvel da cidadã angolana, sem que até então, num Estado de Direito Democrático, as instituições públicas, assumam a proteção da estrangeira.
Os são-tomenses não devem conformar com sangue escorrido na parada militar, comungar faz-de-contas dos onze ministros, aceitar a estratégia do governo, de ter realizado os funerais, em completo sigilo, sem conhecimento familiar. A multidão que na despedida eterna, iria em solidariedade, comovente, verter enxurrada às dores de familiares e famílias de cidadãos, assassinados de forma barbara por uma agenda nojenta, óbvio, trocaria passos à ideologia e mancharia a ilustre venda de imagem do executivo.
Ninguém arrisca de que o Primeiro-ministro, em propaganda triunfante, a dar voltas ao mundo, quem prometeu fim das investigações com o apoio internacional, eventualmente, para antes do fim do ano, vai aguardar, no estrangeiro, o tempo necessário para que poeiras caiam à terra e regresse com povo, em glorificação, no aeroporto, cartazes de “vivô” pela cidade e inocência militar nas mortes de quatro civis, premeditadamente, queimados arquivos humanos da verdade.
Santos de casa, não fazem milagres. As Nações Unidas e o Alto Comissário dos Direitos Humanos, já se desdobram à busca da verdade, tudo para manter diferença às ilhas e ao seu povo, acolhedor e modesto, na sub-região, mas também, é imperativo e hora, as várias embaixadas, sediadas em São Tomé, Lisboa e demais capitais pelo mundo, receberem dos são-tomenses e por escrito, o alinhamento do massacre militar de 25 de Novembro à indignação da Nação enlutada.
José Maria Cardoso
10.12.2022
VAI TU
11 de Dezembro de 2022 at 19:28
AS INSINUAÇÕES, são agradáveis de seguir. MAS, até prova em contrário são o que são.
Eu gostaria que as Investigações, escrevessem uma página definitiva, neste
estranho caso que mancha S.Tomé e Príncipe
Abel Oatanha
14 de Dezembro de 2022 at 9:54
Cliente quer – cliente manda.
Se o cliente quer e paga uma instituição nacional ou estrangeira para vir investigar evidencias relacionadas ao cliente, mesmo na cara de todos. Essa instituição nunca faria um relatório que viesse a comprometer o gosto e querer do seu cliente. Ainda que para isso tivesse que forjar provas.
Exemplos:
1 – (Matar assaltantes que acusaram individualidades). Porquê mataram para depois investigar?
2 – Arlécio saltou da carrinha que o levava). Mas vídeos mostram torturas a pessoas imobilizadas?
INVESTIGAÇÃO DE SUZU.
santomé cu plinxipe
12 de Dezembro de 2022 at 7:22
Pura Verdade