Política

Exercício das FASTP contra contrabando fez recordar o crime de 2020

As forças armadas realizaram na quarta-feira, o último exercício no quadro das manobras militares internacionais Obangame Express 2023.

Operações de combate ao contrabando de mercadorias no mar de Fernão Dias marcaram o encerramento dos exercícios.

Palco das operações dos militares da guarda costeira e do exército, no combate ao contrabando de mercadorias, a Praia de Fernão Dias, foi o cenário de um simulacro, em que o navio Zaire projectou cerca de 40 fuzileiros navais no teatro das operações.

A embarcação suspeita de contrabando de mercadorias no mar foi interceptada, os contrabandistas foram detidos e as mercadorias apreendidas.

Em simultâneo a base logística dos contrabandistas em terra, foi assaltada pelos militares do exército.

«Nós estamos a prepararmos para que caso essa situação venha a acontecer no futuro, tanto a guarda costeira como o exército estejam prontos para dar resposta a este tipo de crime», declarou o segundo-tenente Maiquel Madre de Deus, na bqualidade de coordenador do exercício Obangame Express.

No entanto, o cenário simulado de combate ao contrabando, já foi realidade na Praia de Fernão Dias em agosto do ano 2020.

Na altura, os pescadores denunciaram que um navio estava a fazer transbordo de mercadorias no alto mar. Mercadorias que foram transportadas para a terra, por uma embarcação menor. Várias viaturas receberam as mercadorias na Praia de Fernão Dias, e seguiram viagem para a capital-São Tomé.

Fotografia de apreensão de mercadorias contrabandeadas no mar de Fernão Dias em agoto de 2020
Fotografia de apreensão de mercadorias contrabandeadas no mar de Fernão Dias em agoto de 2020

A população de Micoló, nos arredores da Praia de Fernão Dias, ergueu barricadas na estrada impedindo a passagem das viaturas que transportavam as mercadorias contrabandeadas no mar. A polícia Nacional juntou-se a população revoltada e prendeu os contrabandistas, as viaturas, e as mercadorias. A polícia nacional entregou tudo ao Ministério Público.

«Sim sim, ocorreu aqui em Fernão Dias. O caso está na justiça e ainda não foi julgado», revelou Maiquel Madre de Deus, segundo tenente da guarda costeira.

A justiça são-tomense ainda não conseguiu esclarecer o caso que ocorreu no ano 2020. O contrabando de mercadorias continua a ser uma ameaça real, nas praias de São Tomé.

A guarda costeira aproveitou os exercícios Obangame Express para intensificar o treino de operações combinadas entre as forças armadas e as demais autoridades civis e paramilitares que devem participar nas acções de luta contra o contrabando e outros crimes.

«No caso do contrabando, quando há um caso real, convidamos a polícia judiciária prque a Polícia Judiciária é um braço do Ministério Público, para fazer a investigação e a recolha de provas», precisou o segundo-tenente Maiquel Madre de Deus.

Já no caso de combate a pesca ilegal, a legislação revista em 2022, dá maior liberdade de intervenção a Guarda Costeira.

«No caso da pesca ilegal o normativo que foi recentemente aprovado pela direcção das pescas atribui a guarda costeira poderes para fazer a inspecção de pesca, em caso de ausência dos inspectores de pesca. No entanto numa operação coordenada devemos ter os inspectores de pesca nas embarcações de patrulha», explicou.

Durante 5 dias de exercício Obangame 2023, as forças armadas de São Tomé e Príncipe, estiveram envolvidas em manobras de combate a pirataria, a poluição marítima, e também em operações de busca e salvamento no mar.

Abel Veiga

4 Comments

4 Comments

  1. ANCA

    2 de Fevereiro de 2023 at 11:31

    Relativamente a inspecção maritima, esta deve ser efectuada as embarcações terceiras e nacionais, sobretudo as canoas, quem usufrui e beneficia de recursos que pertencem a todos cidadãos São-tomense deve pagar uma taxa de utilização ao estado, assim como ter a sua embarcação legalizada, pagar imposto pela venda e beneficios usufruidos.

    Por outro lado a extração de inertes nas prais igualmente devem ser fiscalizada, cortes e abates de árvores indiscriminadamente, pescas de arrastos, o tamanho do pescado a sua fiscalização e monitorização de forma a garantir a conservação e renovação das espécies.

    Protecção ambiental maritima, a poluição marítima, a conservação das espécies e aves marinhas, etc, etc…

    Assim como todos recursos nacionais

    Se és de São Tomé e Príncipe ama o teu país

    Ajuda o teu irmão a evoluir

    Juntos somos capazes

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica nos bem

    Deus abençoe

    São Tome e Principe

    • ANCA

      2 de Fevereiro de 2023 at 12:12

      De recordar que as acções de fiscalização deve ou deveriam ser estendida a Região Autónoma do Príncipe

      Os métodos de pesca deve também ser fiscalizados

  2. Anjo do Céu

    2 de Fevereiro de 2023 at 12:33

    É uma perda de tempo na formação destes militares, gastando dinheiro e recrutar formadores no estrangeiro para melhor engrandecumento ao serviço público e de tomar posições rigorosos e que a lei permite para os efeitos , mas infelizmente são eles que andam a proteger essas ações de corupção recebendo dinheiro em baixo da mesa e dar possibilidades aos coruptos levar a cabo essas manobras que lesa o País em todos os quadrantes.
    Graças a população de Micoló que tem tomado medidas drásticas contra esse esquema em que o actual Governador do Banco Américo Ramos era cabecilha dos mestres de mafiosos.Triste para S.TP

  3. ANCA

    2 de Fevereiro de 2023 at 12:50

    Na segurança como em qualquer outra área ou sector o poder a cooperação é fundamental, seja entre forças internas ou com nossos vizinhos e parceiros de cooperação…da qual a utilização no futuro das tecnologias de informação e comunicação aliadas a segurança ciberespaço, certamente valerá pela rapidez na resolução dos problemas e criminalidade.

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