Política

Nigéria e STP preparam a assinatura de acordo no domínio da defesa marítima

O acordo que vai permitir a criação de uma Comissão Militar Conjunta, para fiscalizar a fronteira marítima entre os dois países, deverá ser assinado no dia 22 de maio na Nigéria.

O acordo no domínio da defesa marítima entre a Nigéria e São Tomé e Príncipe, é uma obrigação imposta pelo tratado que instituiu a fronteira marítima comum.

Assinado pelo então Presidente da República, Miguel Trovoada e o homólogo nigeriano Olusengo Obasanjo, em fevereiro do ano 2001, o tratado não delimitou a fronteira marítima entre os dois países, mas sim, criou uma zona de desenvolvimento conjunto.

O artigo 43º do tratado obriga que a zona marítima de desenvolvimento conjunto seja fiscalizada pelas forças armadas(marinha ou guarda costeira) dos dois países. Daí a necessidade de ser criada a Comissão Militar Conjunta.

Como para a prospecção de hidrocarbonetos na mesma zona marítima conjunta, as autoridades nigerianas e são-tomenses, criaram a Autoridade Conjunta para exploração de Hidrocarbonetos, o mesmo deve acontecer a nível militar, para patrulhamento e fiscalização da extensa fronteira marítima entre os dois Estados.

Coronel AO Kwentoh(na foto), vice adido militar da embaixada da Nigéria em São Tomé e Príncipe, disse à imprensa que « o que está a retardar a execução do acordo bilateral são alguns lapsos no tratado, mas que já foram corrigidos, e que a parte são-tomense já remeteu à Nigéria».

O coronel das forças armadas da Nigéria falou à imprensa após reunião de 1 hora com o ministro da defesa e ordem interna Jorge Amado.

«No próximo dia 22 deste mês irá haver um encontro com o governo da Nigéria. O nosso embaixador em São Tomé e Príncipe já está na Nigéria, para esse efeito. Vamos analisar o tratado, e o que lhe posso garantir é que o acordo vai ser assinado», garantiu o coronel nigeriano.

Ficam assim ultrapassados os percalços que impediram a execução do tratado de 2001, no domínio da defesa da zona marítima conjunta nigeriano-são-tomense. Uma zona marítima que é partilhada na proporção de 60% para a Nigéria e 40% para São Tomé e Príncipe.

No que concerne a cooperação bilateral no domínio da defesa, Nigéria manifestou disponibilidade para aumentar o número de bolsas para formação dos militares de São Tomé e Príncipe.

Segundo o Coronel AO Kwentoh, a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe solicitou ajuda da Nigéria para garantir a manutenção e reparação das lanchas rápidas usadas em operações de patrulhamento da costa são-tomense. «Esta é uma área que a Nigéria pode apoiar. Formação treino e apoio técnico», precisou o coronel AO Kwentoh.

Delegação militar da Nigéria reforça cooperação com a Guarda Costeira e anuncia a assinatura ainda este mês do acordo militar, para fiscalização e patrulhamento conjunto das águas contíguas entre os dois países.

Abel Veiga

3 Comments

3 Comments

  1. Semedo Guimarães.

    18 de Maio de 2023 at 17:50

    Fogo, os africanos são mesmo rápidos, dinâmicas e muito eficientes. Apenas 22 anos para emendar, concluir e assinar um acordo? Tão rápido? Provavelmente precisaremos de mais meio? Após a sua assinatura, provavelmente precisaremos de mais meio século para vê-lo em execução. Este leve-leve já amedronta. Cérebros de gafanhotos. Se fosse para vender terreno do estado e bazar com milhões de dólares, seria rapidíssimo. Não será que a conclusão deste acordo foi uma chantagem para desbloqueio de alguma ajuda/verba por parte da Nigéria. A ver vamos.

  2. Cleopter dos Santos

    19 de Maio de 2023 at 8:28

    Este tratado deve ser revisto ou melhor extinguido após os 40 anos. Não se justifica. Não se pode partilhar o que é nosso com o outro. Esperemos que a Nigéria tenha a Santa Paciência e seriedade para entender isto.
    E por outro lado, a ONU e a UA, devem trabalhar no sentido que os critérios de delimitação sejam transparentes e não ambíguo. E por ultimo, a prioridade devia sempre ser dada aos Estados insulares e não continental.
    Mas, como o mundo é dos expertos e as Nações Unidas, seus mecanismos e instrumentos utilizados é tudo uma farsa e depende dos interesses geopolíticos, geoeconômicos dos Grandes, o mundo vai assim.

    Depois falam da Justiça, transparência , inclusão e direitos dos povos. Tudo isto é uma Ova.

  3. luisó

    19 de Maio de 2023 at 16:45

    Nem os próprios nigerianos dão conta do recado no país deles, com terrorismo no norte ligado ao al-shabab, pirataria no delta do níger onde são desviados milhões de barris de crude por ano que depois é transformado em fábricas ilegais e vendido no mar alto, pirataria no alto mar com assalto, sequestro e desvio de navios para pedirem regaste em dinheiro vivo, uma sociedade altamente corrupta, viciada no suborno e localmente controlada por gangs nas cidades, etc, vêm ajudar a defender as águas e o território de stp ?
    Já só faltava esta……..

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