Economia

Nigéria através do BAD doa 7.5 milhões de dólares à São Tomé e Príncipe

Numa nota o gabinete do primeiro-ministro Américo Ramos, confirma o anúncio feito pelo director do Banco Africano para o Desenvolvimento Pietro Toigo em Fevereiro último. O vizinho Nigéria, país com o qual São Tomé e Príncipe partilha uma extensa fronteira marítima comum, aprovou um donativo financeiro de 7,5 milhões de dólares para ajuda directa ao orçamento geral do estado do arquipélago para o ano 2025.

«O Ministro nigeriano das finanças e da coordenação económica, Adebayo Olawale Edun aprovou um donativo de 7.5 milhões de Dólares Norte-Americanos de ajuda à São Tomé e Príncipe», refere a nota divulgada pelo governo.

A nota acrescenta que o governo da Nigéria já informou o Presidente do BAD sobre a disponibilização do donativo financeiro. «Numa comunicação com o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, datada de 11 de março, e cuja cópia foi partilhada com o Governo santomense, o ministro nigeriano aprovou e aumentou para 7.5 milhões de dólares de doação, um pedido de empréstimo inicialmente de 3 milhões de dólares de São Tomé e Príncipe, junto ao Fundo Fiduciário da Nigéria».

O banco pan-africano, BAD, conseguiu atrair o fundo da segunda maior economia de África subsaariana, para financiar São Tomé e Príncipe. «Tratou-se de uma acção despoletada pelo Banco Africano de Desenvolvimento que no quadro do apoio orçamental, tinha solicitado 3 milhões de dólares de empréstimo do Fundo de Desenvolvimento Africano da Nigerian Trust Fund (Fundo Fiduciário da Nigéria – NTF) a fim de financiar os projectos em curso no país».

A nota do BAD divulgada pelo governo de Américo Ramos realça a solidariedade da Nigéria para com São Tomé e Príncipe. «A análise do ministério nigeriano das finanças e da coordenação económica, à situação financeira de São Tomé e Príncipe tinha concluído que o país está a passar por uma crise financeira do sector público, e ficou com a preocupação de que qualquer dívida adicional poderia agravar as dificuldades do país».

Recentemente a Nigéria tornou-se membro dos BRICS, a organização económica que agrupa os países do sul global. O BAD como uma das principais instituições financeiras de África joga papel determinante na colaboração financeira entre países do continente.

A nota destaca que a atracção do donativo financeiro da Nigéria acontece numa altura em que os Estados Unidos da América decidiram suspender a ajuda financeira à São Tomé e Príncipe.

«A recente decisão do Governo dos Estados Unidos da América em suspender a ajuda financeira de cerca de um milhão e meio de dólares (USD1.500.000,00) à São Tomé e Príncipe, criou um buraco financeiro que era preciso cobrir. E foi assim que o vice-presidente para o Desenvolvimento e Integração Regional e da Prestação de Serviços às Empresas do Fundo Fiduciário da Nigéria pediu o aumento e conversão em doação do valor de 3 milhões de dólares para 7,5 milhões de dólares, tendo sido aceite pelo ministro das finanças e da coordenação económica da Nigéria, Adebayo Olawale Edun», conclui a nota distribuída aos órgãos de comunicação social.

Abel Veiga

3 Comments

3 Comments

  1. Edson Neves

    21 de Março de 2025 at 11:10

    Não há motivos para comemoração, se fosse um país em que a gestão da coisa pública (bens e valores) fosse levado a serio pelos governantes (Ministros de Estado, Secretários, Parlamentares e os demais agentes públicos) eu me se sentiria aliviado, mas infelizmente esse valor aparentemente expressivo não serve para sequer à mini- reforma da máquina pública sucateada há décadas, associado ao fato de que falta de transparência não permitirá que a população acompanhe o uso de cada centavo concernente à esse valor.
    O Tribunal de Faz de Contas simplesmente não vai conseguir rastrear o seu uso, meia dúzia de indivíduos vão se enriquecer, vão comprar imóveis em Portugal ou França, os Juízes de direito não vão conseguir julgar ninguém porque o Procurador Geral da República e os Promotores não oferecerão a denúncia, a Polícia Judiciária não terá autorização para dar entrevista sobre o assunto e tudo vai ficar por isso mesmo.
    Todo mundo vai reprisar o ‘Déjà vu”

    Alguém discorda?

  2. Jorge Semeado

    21 de Março de 2025 at 15:02

    Da Nigéria, STP não precisa de doações destes míseros 7,5 milhões de dólares. STP gasta anualmente aproximadamente 28 milhões de dólares com compra de combustível para gerar energia térmica a pronto pagamento. Esses 7,5 milhões servirão para alimentar a ENCO e seus ” Mutchatchos” (um grupinho restrito de gatos pingados escolhidos a dedo, como accionistas nacionais da ENCO e seus satélites (amigos, familiares, compadres e comadres).
    O melhor que a Nigéria deveria fazer, era com esses 7,5 milhões de dólares, oferecesse a STP, uma Central Fotovoltaica de 7 Megawatts de energia que após a sua conclusão, permitiria a STP economizar aproximadamente 10 milhões de dólares anualmente em compra de combustível para gerar energia térmica. Em vez de oferecerem peixe, ensinem STP a pescar.
    Por outro lado, a Nigéria, toda ela cínica e vigaristas, a maior produtora de petróleo da África Sub-Sariana, não ajuda STP a explorar petróleo (quer na zona conjunta, quer na ZEE) porquê? Porque a Nigéria, bem como outros parceiros internacionais de STP) querem manter STP na situação de pedinte para depois aparecem com esmolas esfarrapadas.
    Mas a culpa é dos nossos dirigentes que desviam essas esmolas para comprarem casas no estrangeiro (especialmente em Portugal) onde vão depois passar a velhice até que a morte lhes chamar.
    STP pode engajar empréstimo para instalação de centrais de energias limpas e instalação de contadores pré-pagos para todos e quaisquer clientes (incluindo clientes estatais) e um controlo administrativo e financeiro apertado as contas da EMAE, tenho a certeza que esse crédito será amortizado em menos de 3 anos, apenas com os resultados da cobrança de energia aos clientes.
    Este PM como economista que diz ser, se o é no verdadeiro sentido da palavra, deve compreender os meus raciocínio e sugestão. Ele deve focar na irradicação da energia térmica em STP, durante este seu curto mandato. Fazer de tripas o coração como se diz na giria, para deixar este valioso e inédito presente para o povo santomense. E isto não é uma tarefa impossível. Basta projetar (com apoio da China), solicitar empréstimo (não pedido de ajuda ou doação) á China, e determinar que o projeto deve ser implementado em 1 ano. Os Chineses serão capazes de instalar 30 Megawatts de energia em 1 ano. Pedir empréstimo para poupar dezenas de milhões de dólares só em compra de combustivel anualmente, para gerar energia térmica,não é pecado, nem e crime. Antes pelo contrário, as poupanças que advirão da erradicação de energia térmica, mais as cobranças da energia limpa e barata aos clientes servirão para amortizar o empréstimo em pouco espaço de tempo. Temos sol em abundância a custo zero. Temos rios, riachos e chuva em abundância a custo zero. Temos vento em abundância a custo zero. Há tecnologias para gerar energias limpas (solar, hídrica e eólica) disponíveis no mercado. O que nos impede de transitar para essa energia lima? O que está a nos manter amarrados a este sofrimento da energia térmica, com humilhações dos mangoloides a mistura? O quê?
    Ao menos que os Dirigentes, políticos e governantes tenham um pacto com os fornecedores de combustíveis.
    Dirigentes, políticos e governantes dos últimos 50 anos, (incluindo os que ainda estão no poder), todos cabeça água-água.
    Todos vigaristas, intriguistas, ladrões, cínicos, individualistas e só defendem interesses do grupo.

    • Madiba

      24 de Março de 2025 at 8:12

      Senhor Jorge Semedo pactuo com tudo quanto escreveu. Apenas um contraditório, S. Tomé e Príncipe já não tem chuvas em abundância. Infelizmente, chuvas em abundância são coisas do passado!

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