Política

Deputado confrontou o parlamento com factos crescentes da violência e do abuso sexual de menores

A violência doméstica e o abuso sexual de menores dominam a actualidade social e política no país. Depois do Presidente da República Carlos Vila Nova ter debatido o fenómeno com as populações da região sul do país, o deputado Messias Pereira da bancada parlamentar do partido ADI, confrontou a Assembleia Nacional com a dimensão do problema.

O deputado que é membro da quinta comissão especializada da Assembleia Nacional detalhou os dados oficiais concedidos pelas instituições do Estado que acompanham os casos de violência doméstica e de abuso sexual de menores.

Os dados divulgados pelo Hospital Central Ayres de Menezes num fórum sobre a problemática da violência e abuso sexual de menores indicam os sítios e pessoas que mais abusam sexualmente de crianças no país.

«O abuso sexual de menores é muito frequente e praticado na grande maioria nas escolas pelos professores e alunos mais velhos, é praticado pelas forças de segurança e militares, e também no seio da família», revelou.  

O deputado que é membro da 5ª Comissão Especializada da Assembleia Nacional acrescentou a posição dos advogados sobre o assunto.

«Chegamos ao cúmulo de a vítima ter que pagar combustível para o agente da polícia intimar o agressor, e há casos em que a própria vítima tem que levar a intimação para o agressor», frisou.

Dados e informações recolhidos pelo deputado no quadro de um fórum nacional, onde agentes da polícia nacional e juízes também se pronunciaram.

A Polícia Nacional, considera que «não há condições para agir com o agressor ou violador por falta de meios humanos».

Segundo o deputado o Ministério Público explicou que na maioria dos casos o processo não avança «porque a vítima faz um acordo financeiro com o violador, e no caso de abuso de menores fazem acordo directamente com os pais da vítima».

Já os juízes avisaram que não é preciso rever as leis nem a constituição política. «Já existem e não conseguimos aplicar as leis. Imagina então se for mudada», alertam os juízes.

Após a exposição dos factos no púlpito da Assembleia Nacional, na sessão plenária de sexta-feira 3 de Novembro, o deputado da ADI no poder chegou a conclusão de que as autoridades políticas não estão a cumprir com a sua missão.

«Ninguém tem responsabilidade de nada, ninguém quer saber de nada. Nós só queremos saber do nosso umbigo. Nós não pensamos no colectivo. Nós não pensamos no nosso vizinho, ou nas outras pessoas. Não podemos continuar assim», concluiu o deputado Messias Pereira.

Silêncio pesado dominou o plenário da Assembleia Nacional, durante a intervenção do deputado.

Abel Veiga

4 Comments

4 Comments

  1. Célio Afonso

    6 de Novembro de 2023 at 8:49

    Muito bem sr. deputado.
    Todos têm consciência de que nada vai bem naquela terra. Se não protegermos os nossos menores, se eles crescem com traumas e frustrações, como será o futuro do país já em coma profunda????
    O país está entregue a bicharada.
    Uma pena!

  2. Tomé Neto

    6 de Novembro de 2023 at 14:23

    Que iniciativa louvável.

    O silêncio não pode prevalecer quando está em causa qualquer tipo de crime, ainda mais tratando de um crime público.

    “A família, como elemento fundamental da sociedade, tem direito à proteção da sociedade e do Estado..”

    Questiono, qual o papel da sociedade e do estado?

    Este tema não pode ser esquecido, trata-se de um flagelo nacional que a anos vem sendo esquecido e enterrado.

  3. Pensador africano

    6 de Novembro de 2023 at 16:17

    Estamos a colher os frutos daquilo que nós próprios plantamos. STP tem falta de líder para governar aquele país, só querem saber do seu próprio umbigo, assim vão as coisas nas ilhas maravilhosas. STP não possui condições para ser autônomo deve ser gerido pelo continente.

  4. Miguel das Neves

    6 de Novembro de 2023 at 19:11

    Pedófilo, violador sexual, violência doméstica sempre existiram, faz parte da vida são-tomense desde sempre.
    Uma são-tomense contou-me que na vizinhança dela,nos anos 80, havia uma família que tinha em casa uma criancinha de 8 a 9 anos que lhe foi confiada e o senhor/ marido da casa abusava abertamente daquela menininha dia e noite…e todos sabiam, tanto os da casa em questão assim como os vizinhos. A mãe da pessoa que me contou foi pessoalmente denunciar o marido em frente da espôsa…mas nada mudou. Muitos casos do género me foram contados.
    Em STP, estes casos fazem parte da vida são-tomense, onde todos estão ao corrente mas cada um ocupa-se da sua vida, que é pròprio da mentalidade tacanha existente…em tudo é assim” cada um sabe é da sua vida ” a partir do momento que não toca diretamente a pessoa, eís porque o governo faz e desfaz sem se atormentar com uma eventual rebelião coletiva, que levaria ao ditador e a sua máfia a refletirem antes de impôrem o PODER ABUSIVO e violento.
    Devem pensar sériamente sobre a vossa atitude, sobre a vossa mentalidade retrógada etc.

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