Política

ROSEMA parece ser um poder acima dos demais

A Cervejeira Rosema continua envolvida em polémicas. Desta vez são os clientes que reivindicam o pagamento de mais de 100 mil euros.

Segundo uma comissão dos clientes da Rosema, o Tribunal Constitucional ordenou que o valor fosse devolvido aos clientes, mas a nova administração liderada por Domingos Monteiro recusa em cumprir a ordem judicial.

Os revendedores de cerveja dizem que depositaram o valor de mais de 100 mil euros na conta da cervejeira Rosema, assim como as grades.

Com base em extractos da transferência feita através de uma conta do BISTP, provam que a anterior administração da cervejeira, a empresa angolana RIDUX que perdeu a fábrica de cervejas em 2023 por decisão do Tribunal Constitucional transferiu o valor dos clientes para a conta da nova gestora, a empresa santomense SOLIVAN.

O extracto da transferência que teria sido ordenado e executado pelo próprio Tribunal Constitucional diz que numa primeira operação efectuada no dia 18 de Agosto de 2023, o Tribunal Constitucional depositou na conta da empresa SOLIVAN um total de 11.001.589.89 dobras.

Também no mesmo dia e por volta das 18 horas e 49 minutos o Tribunal Constitucional transferiu da conta da empresa RIDUX para a empresa SOLIVAN o valor de 3.130.622,27 dobras.

Já por volta das 18 horas e 52 minutos por ordem do Tribunal Constitucional a empresa SOLIVAN encaixou 35.272.95 dobras.

No mesmo dia, mais 198.035,14 dobras saíram da conta da empresa RIDUX para a empresa SOLIVAN.

A operação continuou com a transferência de 43.375.25 dobras. O extrato da transferência ordenada pelo Tribunal Constitucional mostra o depósito de 75.890.23 dobras como último montante que foi transferido da conta da empresa angolana que geria a ROSEMA para a conta da empresa santomense SOLIVAN.

No total o Tribunal Constitucional transferiu 591 mil 215 euros e 75 cêntimos da conta da RIDUX para a conta da SOLIVAN. 

«O gestor actual nega pagar-nos o valor que aplicamos na compra da cerveja, e nem devolve as grandes. Já fizemos muitas tentativas. Ainda esta manhã estivemos no local onde trabalha o representante da SOLIVAN e ele negou receber-nos. Somos cerca de 100 pessoas», denunciou Hélder Costa, porta-voz dos clientes.

Perante a recusa da nova administração em devolver o dinheiro e as grades, os clientes recorreram ao Tribunal Constitucional.  

Num despacho com data de 30 de agosto de 2023, o Juiz Presidente do Tribunal Constitucional Roberto Raposo, ordenou que a empresa SOLIVAN cumpra com o compromisso assumido com a empresa angolana RIDUX que transferiu para a SOLIVAN o valor dos clientes, e para que fosse feita a devolução aos mesmos. No despacho o Tribunal Constitucional garante que o montante despendido pelos clientes para compra de cerveja, equivalente a mais de 100 mil euros está na posse da empresa SOLIVAN.

«Estivemos no Tribunal Constitucional e fomos recebidos pelo Presidente do Tribunal. Ele disse-nos que fez tudo o que podia fazer, e que agora não pode fazer mais nada. Temos os documentos comprovativos da transferência que o Tribunal Constitucional mandou fazer para a conta da empresa SOLIVAN. A transferência do valor que depositamos na ROSEMA foi devidamente realizada, mas eles recusam devolver. Nós não entendemos o que está a acontecer», afirmou.

ROSEMA, é um produto (álcool) mais consumido em São Tomé e Príncipe. É nome de uma fábrica que movimenta muito dinheiro, e desde o ano 2009 domina e determina a justiça em São Tomé e Príncipe.

Novamente sob controlo da empresa santomense SOLIVAN, a ROSEMA parece ser um poder, acima de todos os outros. Nem a decisão do Tribunal que segundo a lei sobrepõe-se a todos os outros poderes, não é acatada e o Tribunal segundo os lesados não sabe mais o que fazer.

«Há quem tenha 500 mil dobras metido nisso. Temos todos os documentos. Quando deveria ser o Tribunal a saber o que fazer. Mas disse-nos que já fez tudo e já não sabe o que fazer», reforçou Hélder Costa.

Todas as diligências feitas pela imprensa para ouvir a actual administração da ROSEMA fracassaram. A Direcção Comercial da empresa entregou à imprensa o número de telefone do responsável máximo que segundo a direcção comercial é a pessoa autorizada para explicar o caso, o cidadão Domingos Monteiro.

As sucessivas chamadas não foram atendidas. No escritório da ROSEMA em São Gabriel, o segurança disse que o chefe Domingos Monteiro não estava nas instalações.

Abel Veiga 

14 Comments

14 Comments

  1. Sem assunto

    19 de Janeiro de 2024 at 17:45

    Como posso viver num país aonde o presidente da máxima instância judicial, insta uma empresa a cumprir uma ordem, a mesma ,assim, não faz, e o mesmo, vendo o desespero dos lesados limita se a dizer: “já fiz tudo quanto podia e não posso fazer mais nada”. É de loucos,só pode. São Tomé e Príncipe acabou!
    Tens medo Raposo? Se não tens tomates, a estaleca, o gabarito porque assumes tamanha responsabilidade homem?
    Já não basta o desastre que foste enquanto procurador geral da república, ministro da justiça e ainda assim contínuas somando nota negativa? Que vergonha!
    Também para quem não se sabes quando e como fez Direito tudo é possível!

    • O Problema É Este

      20 de Janeiro de 2024 at 8:04

      Temos de resolver este problema:
      “ROSEMA, é um produto (álcool) mais consumido em São Tomé e Príncipe. É nome de uma fábrica que movimenta muito dinheiro, e desde o ano 2009 domina e determina a justiça em São Tomé e Príncipe.”
      Assim não da!
      Corrupção, desordem, e falta de transparência.
      Como é possível uma empresa privada ficar acima da Constituição da República Democrática de São Tomé e Príncipe? E a mandar, dominar, e determinar o aparelho da justiça? Isto é um absurdo…

  2. Mezedo

    19 de Janeiro de 2024 at 18:30

    Os clientes devem recorrer a justiça internacional porque em são Tomé nao existe justiça. Se nao forem a justiça internacional nao vão conseguir porque governo esta metido nisso.

  3. André Racista Ventura da Direita

    19 de Janeiro de 2024 at 19:29

    Os Santomenses e o povo que se lixem
    O que nós, os Portugueses queremos é que os corruptos de São Tomé e Príncipe roubem mais o povo, e venham cá em Portugal depositar todo esse dinheiro, comprem casas caríssimas, comer beber cerveja Rosema aqui numa boa, e tudo.

  4. Pão Está Caro

    19 de Janeiro de 2024 at 19:47

    Devolve a empresa para Angola.

  5. Original

    20 de Janeiro de 2024 at 5:55

    Quando era para devolver justiça funcionou agora para pagar dívida não há justiça.Deus proverá.

  6. Bem de S.Tome e Príncipe

    20 de Janeiro de 2024 at 9:19

    Toda a gente em S.Tome e Príncipe sabe que PT é dono disto tudo.Tinha dito antes da eleição que não governaria se não fosse com a maioria absoluta. É com essa maioria que ele manda em tudo e todos.Pena é a minoria que não votou nele é que está sofrendo mais.Esse senhor está acabando com STP, ou seja, está sugando o país.
    Quem semeia o vento colhe tempestade.
    E muitos que lhe estão apoiando terão o mesmo fim. Já estão todos identificados.

  7. Mozumbi

    20 de Janeiro de 2024 at 9:57

    Quando a Fabrica estava com o verdadeiro dono, e que este corrupto Governo fez questão de entregar de volta aos mafiosos Monteiros, muitos dos São-Tomense principalmente a populacão de Neves acharam e comentaram que estavam certos e que a Fabrica deveria sim estar nas mão de Saotomense, uns porque quando estava a Gerencia do Melo Chavier não se podia isso e aquilo, nao se podia entrar nem para beber agua, ( como se a Fabrica tivesse um chafariz publico) agora estao a reclamar? A Fabrica não esta melhor nas mãos dos mafiosos Monteiros? Agora aguentem, o pior esta pra vir….

  8. WXYZ

    20 de Janeiro de 2024 at 11:13

    E com isso pouco a pouco iremos partir para um outro tipo de justiça. Sem medo da repetição daquilo que aconteceu em Outubro de 2018 e no dia 25 de Novembro de 2022. A chamada “Justiça com as nossas proprias mãos”

  9. AN

    20 de Janeiro de 2024 at 18:11

    Em brevfe vai sair uma lei interpretativa para resolver esta questão. Todos para casa

  10. Célio Afonso

    21 de Janeiro de 2024 at 10:21

    Na minha opinião o prejudicados devem entrar com ação executiva para pagamento de quatia certa, de modo a obter uma sentença que permita penhorar os saldos das contas da fabrica, para recuperarem os seus dinheiros porque esse país está uma bandalheira.

  11. Madiba

    22 de Janeiro de 2024 at 8:39

    Quando a política se mistura com negócio dá sempre nisto!

  12. Santo

    22 de Janeiro de 2024 at 10:11

    Fiquei perplexo ao ler tudo iss, quer dizer Solivan é um outro estado e não acata ordem do Tribunal Constitucional? Agora eu pergunto , onde estão os poderes do Tribunal Constitucional? Só pode ser brincadeira de mau gosto.

  13. Cleopter dos Santos

    22 de Janeiro de 2024 at 14:33

    Mas isto é competência do Tribunal Constitucional? A onde estamos.

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