“Jornada de Fevereiro” lançada pelo governo angolano para celebrar o início da luta armada para a independência de Angola percorreu as comunidades angolanas na ilha de São Tomé.
A 4 de Fevereiro de 1961, os angolanos pegaram em catanas e atacaram as instituições coloniais em Luanda.
António Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola e ex-líder do Movimento Popular para Libertação de Angola, é o patrono da antiga Roça Rio do Ouro em São Tomé. A roça que durante a era colonial albergou centenas de mão-de-obra angolana em regime de trabalho contrato gerou várias gerações de descendentes.
No espírito da Jornada Fevereiro, o embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe depositou uma coroa de flores no monumento erguido em memória do líder angolano no centro da Roça Agostinho Neto.
O embaixador angolano Fidelino de Jesus, não prestou qualquer declaração à imprensa. Preferiu a comunicação directa com os angolanos e descendentes. Os valores históricos, nomeadamente sobre início da luta armada para a independência de Angola foram transmitidos aos homens e mulheres de sangue angolano.
«Temos um projecto de requalificação deste jardim de forma a melhorar a imagem do Espaço. O próprio embaixador de Angola testemunhou turistas aqui a fazer fotografias neste memorial», afirmou o autarca do Distrito de Lobata.
Filipe Samba, descendente de Angolanos, é o coordenador dos descendentes em São Tomé e Príncipe. Falou à imprensa em representação do embaixador de Angola.
«Estamos a passar a mensagem aos mais jovens, de que devem continuar a respeitar as personalidades que tudo fizeram para a consolidação da nossa independência. Foi aquele que em 1975 proclamou a independência de Angola, Drº António Agostinho Neto», afirmou o mandatário do embaixador de Angola.
As acções de informação, sensibilização e promoção da história da luta pela libertação de Angola percorreram várias comunidades, nomeadamente Monte Café, Riboque-Santana, Vigoso, Água Arroz, no fundo roças e bairros dos arredores da cidade de São Tomé onde a comunidade angolana e os descendentes fixaram residência.
As dificuldades de sobrevivência sobretudo para os mais idosos preocupam a embaixada de Angola. O coordenador dos descendentes em nome do embaixador, anunciou que o governo angolano vai realizar o recenseamento de todos os descendentes.
«Há um programa muito direccionado para os idosos e descendentes de angolanos que estão aqui em São Tomé, e que recebem uma pensão muito magra, No quadro da política do governo angolano pensa-se fazer alguma coisa para toda essa gente», prometeu Filipe Samba.
A “Jornada Fevereiro” começou no dia 4, as celebrações em Agostinho Neto aconteceram no dia 17. A promoção e disseminação da história e cultura de Angola no seio da comunidade na ilha de São Tomé, terminou no último fim-de-semana, 25 de Fevereiro.
A Puita de Riboque – Santana animou o fecho das celebrações no distrito de Cantagalo. Puita é uma manifestação cultural de São Tomé e Príncipe, trazida ao arquipélago pelos escravos angolanos que trabalhavam nas plantações de cacau e café.
Abel Veiga
Amigos e Amigas dos Nossos Irmãos Angolanos
27 de Fevereiro de 2024 at 5:38
Viva Angola!