Política

Caso está a ficar MADURO em São Tomé e Príncipe

«Ê bô bô êêê», é o termo em crioulo fôrro, que caracteriza os momentos quentes e de decisão. Significa estar no ponto decisivo, estar MADURO prestes a estragar. É o retracto do clima de crispação política que começou a tomar conta das relações entre o Presidente da República Carlos Vila Nova e o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, ambos membros da mesma cor política, o partido ADI no poder.

Desde novembro de 2023 que o Téla Nón publicou pela primeira vez, um artigo dando conta que o clima de crispação era evidente e com tendência para aumentar entre o Presidente da ADI e primeiro-ministro Patrice Trovoada e o Presidente da República e Chefe de Estado Carlos Vila Nova, por sinal ex-militante, ministro das infraestruturas, e deputado da ADI.

Ficou evidente quando o Chefe de Estado denunciou o êxodo massivo de cidadãos, sobretudo a mão de obra qualificada para a emigração, e que o Chefe do Governo pôs em causa as declarações de Carlos Vila Nova.

Detentor de todo o poder político em São Tomé e Príncipe, e com forte domínio sobre o poder judicial, a ADI que venceu as eleições presidenciais de 2021 e as legislativas, autárquicas e regionais de 2022 tinha, teoricamente , todas as condições para governar São Tomé e Príncipe em plena estabilidade.

Mas, qualquer santomense lúcido, conhecedor da realidade nacional, e do espírito(alma) do homem santomense, tinha motivos para duvidar. Dúvidas que ficaram dissipadas com o andar da carruagem.

Com a oposição partidária moribunda, a própria família da ADI que conquistou e domina todos os poderes em São Tomé e Príncipe, põe a “coisa ficar MADURO” em São Tomé e Príncipe.

O discurso do Presidente da República Carlos Vila Nova por ocasião da passagem do ano pôs a nu, a crise político-institucional, que se agudizou depois do primeiro-ministro Patrice Trovoada ter driblado o veto presidencial ao decreto que pretendia aumentar as taxas para o desenvolvimento aeroportuário.

O Chefe de Estado e a maioria dos santomenses, não entendem como é que se pode pagar mais caro para viajar, quando o aeroporto internacional foi entregue pelo governo, a uma empresa privada da Turquia por 49 anos, num projecto de milhões de euros.

Depois de mais de uma semana de férias dada pelo governo aos santomenses, para festejar o Natal e o novo ano, esta segunda-feira, 6 de Janeiro, tudo se precipitou, ou então como diz o cidadão comum, “ficou MADURO”.

O Presidente da República que prometeu anular as taxas aeroportuárias implementadas pelo governo, através de uma resolução do conselho de ministros convocou o conselho de Estado. A decisão da reunião deverá ser conhecida ainda hoje.

O Téla Nón apurou que antes do conselho de Estado, o primeiro-ministro Patrice Trovoada, que se ausentou do país desde 2024, muito antes do Natal, só regressou a São Tomé na madrugada de segunda-feira 6 de Janeiro de 2025, num jato privado, e reuniu um conselho de ministros de urgência.

O Téla Nón apurou que a ADI, o maior partido do país, também marcou reunião com o seu aliado parlamentar, a coligação MCI/PS/PUN. As duas forças políticas dominam 35 assentos no parlamento de 55 deputados.

Face à precipitação dos acontecimentos nesta segunda-feira, o santomense comum, diz «ê bô bô ê ê ê» – «Coisa ficou maduro(a)».

Abel Veiga  

1 Comment

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  1. Sabino Gumão

    7 de Janeiro de 2025 at 14:42

    Bom dia a todos Santomenses.
    O Presidente Carlos Vila Nova tomou boa decisão sobre a exoneração do PT.
    Digo que o PR demorou tanto tempo a fazer isso. Após a intentona inventada do dia 25 de Novembro de 2022 o Patrice Trovoada deveria ser demitido. Agora o País e o seu povo estão bem. O DIABO já foi.

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