São Tomé e Príncipe e Cabo Verde avaliaram pela primeira vez o lançamento da cooperação militar entre os dois países.
A Ministra de Estado e da Defesa Nacional de Cabo Verde, Janine Santos Lélis, que se encontra no país no quadro da reunião dos ministros da Defesa da CPLP, foi recebida na terça-feira pelo homólogo santomense Horácio Sousa.
«Estivemos a abordar e a trocar ideias, em relação a programas que temos em Cabo Verde e que podem se ajustar à realidade santomense, como o programa Soldado Cidadão», afirmou a ministra de Estado e da Defesa Nacional de Cabo Verde.
A primeira troca de ideias para promover o intercâmbio entre as forças armadas dos dois arquipélagos visou a preparação dos soldados no combate para o desenvolvimento económico e social.
«”Soldado – Cidadão”, é um programa de capacitação dos jovens que prestam o serviço militar obrigatório, no sentido de lhes garantir uma ferramenta para o dia a dia. Para após a prestação do serviço militar obrigatório ficarem em situação mais favorável para a empregabilidade», explicou Janine Santos Lélis.
A possibilidade de lançamento pela primeira vez da cooperação militar entre os dois países, pode ser inspirada no programa cabo-verdiano Soldado Cidadão.
«Há cursos profissionais que são planeados a nível do sistema público do ensino técnico e profissional para a capacitação desses jovens militares, durante o tempo em que eles prestam o serviço militar obrigatório ou até dois anos após prestarem o serviço militar obrigatório», acrescentou.
Em São Tomé e Príncipe o futuro dos jovens que terminam o serviço militar tem sido uma grande preocupação para os pais e encarregados de educação. A frustração é normalmente a companheira dos jovens que cumprem o dever de defender a pátria, em último caso com o sacrifício da própria vida.
Cabo Verde criou uma estrutura de apoio social, que devolve aos jovens o investimento pessoal que fazem pela pátria, no cumprimento do serviço militar obrigatório. «A ideia é que o Estado devolve o investimento que esses jovens fazem quando se predispõem a trabalhar a favor da pátria», pontuou a ministra de Estado e da defesa nacional de Cabo Verde.
A proposta de parceria foi apresentada ao homólogo santomense, e com toda a disponibilidade de Cabo Verde em ajudar as forças armadas de São Tomé e Príncipe a dar o primeiro passo na promoção do Soldado-Cidadão.
«Trouxemos a ideia para a avaliação do senhor ministro, depois competirá a ele de acordo com a realidade do país, ver se se pode implementar o programa aqui. Obviamente que temos interesse em ajudar, e podemos ajudar naquilo que for exequível», concluiu Janine Santos Lélis.
Pela primeira vez São Tomé e Príncipe projectam cooperação no domínio da defesa.
O leitor tem acesso a mais detalhes sobre o programa Soldado-Cidadão apresentado pela ministra da defesa nacional de Cabo Verde ao seu homólogo santomense.
Abel Veiga
wilson veiga
28 de Maio de 2025 at 14:34
Claro, claro… finalmente Cabo Verde está a fazer o que realmente importa para o desenvolvimento: meter mais soldados na rua com cursos de serralharia e PowerPoint. Esqueçam essas mariquices de GovTech, de transformação digital, de reforma administrativa ou combate à corrupção — o que o país precisa mesmo é de militares com currículo técnico e farda engomada.
O “Soldado-Cidadão” é a cereja no topo do bolo pós-colonial: jovens pretos empacotados em disciplina castrense, enquanto os filhos da elite estudam ciências políticas em Lisboa. Afinal, para quê investir em escolas civis, em startups, em centros de inovação, se podemos “capacitar” a juventude com um martelo numa mão e uma ordem de marcha na outra?
Não falta muito para proporem a “Polícia-Cidadã”, a “Esquadra-Empreendedora” e, quem sabe, um “Comando Digital da Cidadania”, com militares a darem formação em Word e Excel entre duas patrulhas.
A verdade é esta: há uma obsessão colonial e mal resolvida em querer imitar os modelos europeus — mas só na estética da farda, no protocolo militar e na linguagem importada de conferência da CPLP. O resto, o que realmente empodera cidadãos livres, críticos, criativos e economicamente independentes… isso não interessa. Isso não dá foto bonita nem medalha de cooperação bilateral.
Estamos a ver um país onde os jovens fogem por falta de oportunidades, a apresentar como “exemplo de inclusão social” um programa que basicamente diz: “Já que não tens emprego, veste esta farda e vamos fingir que te estamos a capacitar.”
A elite sente-se mais confortável com jovens em formação militar do que em formação política ou tecnológica.
Porque um jovem soldado… obedece.
Mas um jovem cidadão… questiona.
E isso, meus caros, continua a ser o verdadeiro problema.
FERNANDA DAS NEVES BECA
28 de Maio de 2025 at 16:21
Estamos de mal a pior com tantas preocupaçoes que temos em stp so falta agora cuidar dos ex militares,aproveitem levam a senhora ministra de cabo verde a conhecer o estado do nosso hospital la assim tem que ter uma boa cooperaçào
Mamão
30 de Maio de 2025 at 2:26
Esta é uma excelente iniciativa, mais formação mais qualidade, e se for de complementar a actividades militar melhor , como as comunicações, a enfermagem, a engenharia militar, mexanica, electrónica, electricidade, assim devia deverá ser de extensão aos reclusos nacionais,…em complemento de cumprimento de penas com medidas de execução trabalhos comunitários para o crescimento e desenvolvimento sustentável do país
Necessidade de escola de formação superior militar, academia militar
Porquanto bo contexto actual dada importância do Atlântico quer norte quer Sul, necesidade de aprimorar as altas chefias militar de preparação/formação superior militar geo-estratégica, temos uma vasta região territórial que é disporto de mar de rios, … a que ter visão dada a nossa localização e desenvolvimento do contexto dos paises da região, bem como da evolução do panorama mundial, quer na economia do mar, economia azul, economia circular, a segurança marítimo, os recursos halieuticos, os recursos naturais, as guerras, os transportes marítimos, os crimes, transfronteiriços, bem como no mar,
Necessidade de escola de formação superior de policias, academia de policia,…formação e laboratórios de investigação forenses