Uma farsa que acabou em tragédia? O MLSTP lança duras acusações ao governo do ADI após a divulgação do relatório da CEEAC sobre os acontecimentos sangrentos de 25 de novembro de 2022. A oposição afirma que nunca houve tentativa de golpe, mas sim um espetáculo de poder que terminou com quatro mortos, medo generalizado e uma justiça em silêncio.
Era madrugada de 25 de novembro. A notícia de uma tentativa de golpe de Estado abalava o país. Dias depois, quatro civis apareciam mortos no quartel das Forças Armadas. A versão oficial falava em defesa da democracia. O novo relatório da CEEAC, no entanto, trouxe uma reviravolta: não houve golpe. Houve encenação.
É essa a conclusão também assumida agora pelo MLSTP, que rompe o silêncio com um comunicado duro, exigindo justiça e responsabilização política.
Para o maior partido da oposição, o que se passou foi uma montagem encenada para reprimir, intimidar e eliminar politicamente adversários, e o resultado foi trágico. O MLSTP fala em “musculação do poder”, manipulação da justiça e uso do medo como arma de governação.
“Esses objetivos foram em parte alcançados: vidas humanas foram ceifadas, e o medo generalizou-se”, diz o presidente do partido, Américo Barros, aos órgãos de comunicação social.
O partido critica ainda os contratos públicos firmados pelo governo do ADI, que, segundo o comunicado, causarão “danos financeiros graves ao país” e beneficiam apenas interesses privados.
A declaração da comissão política destaca ainda o apelo do MLSTP à justiça, para que seja célere, imparcial e que puna os responsáveis, não permitindo que esses crimes fiquem impunes.
Waley Quaresma
