Nos últimos dias, a tensão entre a empresa Tesla STP, Lda. e o Estado são-tomense atingiu o ponto de escândalo público. Uma empresa estrangeira (embora de direito santomense), de rosto “desconhecido”, sem assinatura e sem pudor institucional, intimou a República de São Tomé e Príncipe a pagar ou apagar-se. Literalmente.
A chantagem foi feita por escrito, com prazos, com ameaças, com linguagem que, noutro país (incluindo a soberana e respeitável Turquia), valeria um processo-crime imediato. E fê-lo sobre um sector estratégico: a energia eléctrica, sob um contrato já classificado pelo Tribunal de Contas como lesivo ao interesse público, com indícios de fraude jurídica e violação do interesse nacional.
O governo reagiu — tarde, mas com assertividade —, confirmando os pagamentos feitos sob pressão!! e informando a população dos bastidores da chantagem. A EMAE também falou, anunciando cortes programados e o início do processo de denúncia formal do contrato. E o MLSTP — oposição — exigiu acção urgente do Ministério Público.
Mas onde está o Presidente da República?
Onde estão os Ministros que aprovaram este contrato em Conselho?
Onde está o Procurador-Geral da República?
Onde está o Estado soberano?
Fatos relevantes:
● A Tesla notificou o Governo exigindo 1,5 milhões de euros até 1 de abril.
Pagou-se.
● Nova exigência em maio. O Governo hesitou, aguardando a auditoria do Tribunal de Contas.
● Após o relatório, tentou-se renegociar. A empresa respondeu subindo a fasquia para 2 milhões e ameaçando com corte a partir de 19 de Junho.
● Tesla rejeita negociar com base nas conclusões do Tribunal de Contas — como se esse Tribunal fosse um capricho inventado à pressa e não um órgão soberano.
● Tudo isto num contrato que permite à empresa receber mesmo sem cumprir, e sem respeito pelo ordenamento jurídico são-tomense. Uma fuba com bicho.
Nota final do editor:
Não deixa de ser caricato — e triste! — ver que todos aqueles que estiveram, bem ou “pobremente” intencionados, no nascimento deste contrato com a Tesla, querem agora “tirar o seu corpo fora”. Como se a nossa memória de pobreza energética se tivesse apagado junto com as luzes.
Alguém se lembra da pomba da inauguração e do fulgor das cerimónias? Do secretismo, da pressa, dos aplausos sem cautela? O problema de energia parecia ter sido definitivamente resolvido. Era afinal o começo de um novo problema: jurídico e de soberania.
Pois bem: se foram alguns deles que abriram a porta à Tesla, que sejam eles agora a resolver. Porque a Tesla, neste momento, fala directamente com o Estado são-tomense — não com um ministro, não com um técnico — mas com os representantes máximos da nossa soberania.
E nós, a poucos dias de celebrar 50 anos de independência, corremos o risco de fazê-lo às escuras, enquanto uma empresa privada estrangeira nos grita, no nosso próprio solo, quem manda em nós.Puxa vida!
Santomé plodoso valê nón…
Su Presidente cu sum Plimê Ministlo, cú tudu iném representante de telá nón, cúa cé, nancê só golê, nancê só cá buli cuê… Tesla-STP, kidaleooooo!!!!
Flá Vón Vón – O País em Voz Alta
Edição Especial – Quente Quente – Saiu do Forno!
Crónica de Luíselio S. Pinto
Contacto: flavonvon@gmail.com
https://flavonvon.substack.com
Búzio do mar
19 de Junho de 2025 at 0:13
Esta é altura de solidariedade internacional para com São Tomé e Príncipe, o país tem se esforçado, para cumprir, preceitos de governação padrão internacional, no concerto das nações sendo um peid, pequeno estado insular em desenvolvimento, com este problema, de acesso a energia renováveis, infraestruturas, que podera condicionar toda a evolução social económica política administrativa, é tempo da comunidade internacional, pelo multilateralismo, quer parceiros bilaterais, pelo concertos das nações, ajudem a este povo, a este país, que tem sido espelho para muitos países da sub-região em termos de preceitos democraticos, não obstante alguns atropelos e pedras no caminho.
Ajudem