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Roubo se transformou numa afronta nacional

A criminalidade cresce de forma espantosa em São Tomé e Príncipe. Leonel Oliveira, agricultor na zona de Filipina, é um dos maiores produtores nacionais de hortaliças. Na madrugada de quarta-feira conseguiu prender um jovem por sinal funcionário público, a roubar pimentão no seu terreno.

Leonel Oliveira(na foto em baixo) investiu cerca de 36 mil euros na instalação de estufas para garantir a produção de hortaliças durante todo o ano e sem influência da mudança das estações. Em plena época das chuvas, consegue produzir dezenas de quilos de pimentão e tomate.

O jovem assaltante, escolheu a estufa de pimentão para realizar o seu acto. É que um quilo de pimentão está nesta altura a ser vendido por cerca de 120 mil dobras, o mesmo que 4 euros. Foi detido, mas a população exigia que fosse severamente castigado. No entanto, o agricultor rejeitou a violência e entregou o funcionário público, que vira ladrão durante a madrugada a polícia do distrito de Mé-Zochi.

leonel oliveiraLeonel Oliveira, pensou que tinha resolvido o problema de roubo na sua parcela após ter sofrido mais de 10 assaltos só neste amo. Enganou-se. É que  na noite da mesma quarta – feira, outro jovem foi roubar o que tinha restado na estufa. O agricultor conseguiu capturar o segundo ladrão do dia. Este último reside na localidade de Quifinda, relativamente próxima da área de cultivo de Leonel Oliveira.

O árduo trabalho agrícola realizado a sol e chuva, é um dos principais alvos dos jovens que não gostam deste tipo de trabalho, mas que não desperdiçam a oportunidade de colher os frutos resultantes do trabalho dos outros. «Sofro roubo constantemente e isso é mau. Mas, é o país que temos, em que não se consegue por termo a certas coisas. O Estado não quer assumir a sua responsabilidade. És alvo de roubo hoje, e no dia seguinte o assaltante está em liberdade», reclamou o agricultor Leonel Oliveira.

Na mesma localidade existem outros agricultores que se dedicam a produção do cacau biológico. Teodoro Carvalho é um deles. «Constantemente temos roubo de cacau. Encontramos pessoas a vender o cacau na via pública todos os dias. E não podemos actuar porque a estrada é pública. Temos o compromisso de produzir o cacau biológico, e neste quadro vendemos o cacau quinzenalmente. Mas quem rouba vende diariamente. São jovens que residem perto daqui», declarou o agricultor produtor de cacau..

Teodoro Carvalho,  disse para o Téla Nón, que a comunidade produtora de cacau biológico, já perdeu confiança na polícia. «Já prendemos ladrão com cacau, e levamos para a polícia. Passadas algumas horas o ladrão estava em liberdade, e a passear cá na zona. Já não justifica chamar a polícia. A nossa justiça não funciona com os ladrões», denunciou.

O que o Téla Nón registou na comunidade de Filipina, é apenas uma ponta do iceberg em relação a onda de roubo no meio rural e urbano são-tomense.

Recentemente a Polícia de Investigação Criminal, anunciou que os ladrões não dão paz aos são-tomenses honestos, nem mesmo depois da morte. A polícia fez tal anúncio quando desmantelou um grupo de assaltantes que operava nos cemitérios, retirando cadáveres das sepulturas, para roubarem os bens que levaram para o descanso eterno.

Abel Veiga

 

9 Comments

9 Comments

  1. Xico

    13 de Maio de 2016 at 10:26

    Fuzilamento!!!

  2. Salmarçar 2

    13 de Maio de 2016 at 13:10

    Caros,compatriotas.

    Este caso de furto e roubo,chama-nos atenção da mudança que está a ocorrer em São Tomé.Infelizmente, é isto.
    O resultado deste facto está ligado a má governação,a fraca capacidade de educação e da cultura.

    O governo não cria condição para criar emprego para os jovens,nem cria condição para um salário compatível com o custo de vida. Mas,além disso, a educação/ formação é fraca. A educação é fraca, porque não forma homens capazes de criar sua própria riqueza(criar próprio emprego, inovar, investir).
    Por outro lado,temos a cultura, que acha normal,quem rouba ou furta coisa de outrem,exemplo, o povo acha que é normal que os governantes roubem e furtem,os familiares acham que é normal os seus filhos mexam em coisas alheias.

    Por tudo isto,devemos olhar para o País que estamos a criar.Temos que mudar, e essa mudança deve ser totalmente diferente para melhor.

    Bem haja a todos.
    Salmarçal 2

    • rapaz de riboque

      17 de Maio de 2016 at 23:11

      meu caro isto não é ma governação a gatunagem já vem da era colonial e dos antigos governos e vai continuar infelizmente: se até no meio politico há gatunos é e admirar que haja na sociedade veja que um gatuno até é funcionarío público publico

  3. Lupuyé

    13 de Maio de 2016 at 13:10

    Enquanto este povo não for educado, enquanto as pessoas não se consciencializarem que o bem do outro é do outro, enquanto não houver trabalho para a massa jovem (ou para qualquer outro grupo populacional), esse problema persistirá. Tudo isso começou com os meninos da rua que hoje já são homens e que têm que comer, têm que vestir…, têm que viver.
    O outro aspecto do problema está nos pais que têm que começar a se responsabilizarem pelos seus rebentos. Aquele que sabe que não tem condições de criar deve evitar ter filhos e isso traz-nos novamente a educação. Ter filho é uma grande responsabilidade que muitos evitam ver.
    Portanto, a educação é o trabalho resolveriam grande parte desse problema.

  4. Kingphixe

    13 de Maio de 2016 at 15:17

    Como fuzilamento?
    Roubaram as balas todas.
    Têm mesmo que soltar o gajo pá, pois na cadeia roubaram a comida e as chaves.

  5. Angelino Louro

    16 de Maio de 2016 at 8:01

    É bom lembrar o passado para compreender o presente. Uma boa parte dos santomenses nos anos que já foram, andaram a vender parcelas aos colonos e depois formaram em várias zonas grupos de sete ladrões que roubavam na calada da noite. Como a história é cíclica, esse comportamento tende repetir com ajuda da ausência da justiça no nosso país.

  6. Mirone

    16 de Maio de 2016 at 12:06

    Este tipo de crime reflete a baixa condição social de STP. Foi-se o colono branco mas ficaram as castas do poder. A mudança dá-se mas demasiado devagar…e não se sabe se no bom sentido.

  7. Boca Pito

    17 de Maio de 2016 at 8:38

    O Roubo realmente tornou-se numa afronta nacional.
    Para explicar melhor, os pequenos roubam os pequenos, os grandes roubam os pequenos, os chefes roubam os subordinados, os ministros roubam os funcionários, o marido rouba a mulher e ladrão rouba o ladrão. Rouba-se dinheiro, bens materiais, bens imateriais e afetivos, bens amorosos, bens morais e de consciência, de inteligência, tudo é roubado. Uns roubam à noite, ouros à tarde, outros até de dia, em pé frente a frente dás vítimas como faziam os Sofistas: Com muito blá blá blá, como sendo santos e os mais honestos da face da terra, mas apenas para roubar o direito, a inteligência e a moral dos subordinados. UMA PENA NASCER E PERTENCER ESTA ROSA QUE INFELIZMENTE ESTÁ CHEIA DE ESPINHOS.

  8. rapaz de riboque

    24 de Maio de 2016 at 11:35

    que saibam distinguir o roubo e do furto o que infelizmente muita boa gente não sabe distinguir mais não digo

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