Sociedade

Novo ciclone em Moçambique “vai causar estragos”, destaca ONU

Parceria – Téla Nón / Rádio ONU

Agência alerta para riscos de ciclone Kenneth que deve atingir províncias de Cabo Delgado e de Nampula nesta quinta-feira; chefe do escritório sobre o quadro Global para os Serviços Climáticos da OMM disse à ONU News que evento é “motivo de preocupação”.

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, acredita que o ciclone Kenneth, que esta quinta-feira deve atingir províncias do norte de Moçambique, é “motivo de preocupação.”

A partir de Genebra, o diretor do escritório sobre o quadro Global para os Serviços Climáticos da OMM, Filipe Lúcio, afirmou que a agência está a acompanhar a evolução do ciclone.

Acompanhamento

“Nós estamos a acompanhar este fenômeno, que já é um ciclone tropical, chamado Kenneth, com muita atenção porque evoluiu de uma tempestade tropical severa para ciclone tropical, categoria com a qual vai eventualmente afetar a província de Cabo Delgado. Isto é motivo de preocupação e esperamos que, ao nível local, estejam a ser tomadas medidas para evitar os impactos que sejam negativos ou catastróficos.”

O especialista afirmou que este evento “não se compara ao ciclone Idai”, mas vai trazer ventos fortes.

Neste momento, são previstos ventos de cerca de 130 quilômetros por hora, podendo chegar a 185 quilômetros, mais rajadas. Espera-se que, quando atingir a província de Cabo Delgado, gere ondas entre 2 a 4 metros de altura. Também são esperadas fortes chuvas.

Precauções

Filipe Lúcio explicou que, por isso, “é preciso que se tomem as precauções necessárias, os cuidados necessários para evitar que haja, não só perdas materiais, mas também perdas humanas.”

“É preciso que as pessoas sejam sensibilizadas a não estar na costa, no mar. Por exemplo, os pescadores e outros têm de sair do mar. E, por outro lado, as pessoas e comunidades com casas precárias tem de tomar precaução e, na medida do possível, procurar abrigos, porque um ciclone tropical desta magnitude vai causar estragos principalmente em construções precárias, com tetos não muito sólidos, e também causar impactos na vegetação, árvores e outros, que podem tombar sobre objetos como viaturas e outros.”

Lúcio destacou ainda outras precauções, como não deixar bens importantes debaixo de árvores e procurar refúgio durante a tempestade.

Frequência

O especialista afirmou que, para Moçambique, dois ciclones por época é algo comum. Para o especialista, “o importante é o fato de ter existido um fenômeno como o Idai, com intensidades que não tinham sido antes observadas.”

“Uma grande preocupação é começarmos a ter ciclones tropicais de grande intensidade. Ciclones de categoria 4 é algo, sim, devastador. Moçambique não tinha uma história de ter vivido ciclones desta categoria. E vamos ter eventualmente ciclones de categoria 4, esperamos que não tenhamos no futuro próximo um ciclone de categoria 5, que seria, muito mais devastador que o ciclone Idai.”
Por causa disso, Filipe Lúcio diz que o país precisa, durante o processo de reconstrução, tomar medidas que melhorem a gestão de riscos e eventos catastróficos.

O ciclone Idai atingiu Moçambique, Maláui e Zimbábue a 14 de março.  No país lusófono, matou mais de 600 pessoas, e feriu mais de 1,6 mil. Quase 240 mil casas foram danificadas e mais de 111 mil ficaram destruídas.

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