São Tomé e Príncipe avança com projecto contra efeitos de aquecimento do mar
Previstas Plataformas de Pesca, Piscicultura e Plantio de Árvores entre medidas de Combate ao Impacto das Mudanças Climáticas sobre Oceanos.
O aquecimento global que está a afectar os Oceanos, com consequências muito gravosas para países costeiros, sobretudos os ilhéus como é o caso S.Tomé e Príncipe. Os exemplos mais evidentes são as inundações das praias de Santa Catarina e da Ribeira Peixe, com prejuízos muito avultados para os habitantes locais.
Além disso, há ainda a registar a redução global da quantidade de pescado como consequência do aquecimento global. Ainda por causa do aquecimento dos oceanos, os corais estão a morrer. Sendo os corais locais de desova dos peixes é previsível a diminuição do peixe disponível para alimentação dos humanos, explicou a nossa reportagem o engenheiro Olavo Aníbal(na foto), Coordenador do Projectos das Mudanças Climáticas, de S.Tomé e Príncipe.
O nosso país está situado na zona tropical húmida, que por natureza é quente, com aumento, os cardumes de peixe fogem para zonas em que a temperatura lhe pode garantir melhor temperatura, lembrou como exemplo o nosso entrevistado. Explicou que é por causa disso que os pescadores nacionais precisam de ir cada vez mais distante a procura de cardumes para pescarem.
As consequências dessa situação se alastra a sociedade, porque da pesca dependem o o emprego e subsistência milhares de cidadão e a alimentação de toda população. Lembrou, o nosso interlocutor que em S.Tomé e Príncipe “consumo de peixes por habitantes é cerca de 30 quilos por anos, o que só por si ainda é baixo”. Adiantou que “se não houver a mais pescado disponível para o consumo da população, a dieta torna-se ainda mais desfavorecida e a situação económica também se deteriora muito mais”.
O Eng. Olavo Aníbal explicou que o país pode optar, no quadro da ajuda para mitigar as consequências das mudanças climáticas, pelo aumento da produção de peixe através da cultura de espécies de água doce na terra. Disse crer que “S.Tomé e Príncipe poderá obter ajuda internacional disponível para projectos desta natureza”. Adiantou que é previsível “o cultivo de peixes nas zonas costeiras, nos lagos ou nos rios”, como alternativa.
“Com a água do mar mais quente, o fito plâncton e o zooplâncton, que servem de alimento para os peixes e demais animais marinhos, fica comprometida a cadeia alimentar nos oceanos” – disse a propósito Eng. Olavo Aníbal. Além destes prejuízos, “há menos oxigénio disponível, isto porque é o fitoplancton responsável pela produção do oxigénio de os seres vivos precisam para respirar”.
Em causa está a emissão pelo homem de gazes com efeito de estufa para atmosfera, nomeadamente o dióxido de carbono, o CO2, através da queima de combustíveis fósseis, designadamente derivados de petróleo, carvão e combustíveis lenhosos, afirmou o Coordenador do Projectos das Mudanças Climáticas, adiantando que o nosso país não escapa dos seus impactos negativos para o ambiente e para seus habitantes.
A medida que o aquecimento dos oceanos aumenta, a água do mar torna-se mais ácida, por isso nociva aos seres marinhos. Como se não bastasse, as consequências do aquecimento se estendem aos glaciares, que uma vez derretidas as camadas de gelo acabam por provocar inundações das zonas costeiras e diminuição da dimensão das ilhas, com risco elevado para o desaparecimento de muitas ilhas no mundo inteiro.
Para a prevenção e mitigação das consequências do aumento da temperatura global, o Coordenador do Projectos das Mudanças Climáticas explicou que através da Direcção das Florestas têm como programa o plantio de árvores, o sombreamento das zonas costeiras e urbanas. Com a Direcção das Pescas, disse que “o país tem vindo a trabalhar no projecto para plataforma perto da costa para melhor facilitar a captura de peixe”.
Para enfrentar a erosão costeira, o Eng. Olavo Aníbal informou a nossa reportagem que além de construção de barreiras físicas nas zonas mais ameaçadas, está prevista a proibição de construção em zonas mais afastadas da beira do mar. Deu exemplo, as zonas como Malanza, Ribeira Afonso e Santa Catarina, as mais ameaçadas pela invasão do e das cheias dos rios que ali desaguam.
Da redacção com Octávio Soares
STP Terra linda e gente boa
22 de Maio de 2019 at 6:45
Até certo ponto não afecta a todos porque acredito que muita gente já está a mudar o seu regime alimentar. Isto quero dizer que há outras soluções. Agora, vendo num contexto geral, não é benéfico para a maioria nem para o país. Ainda se não bastasse, o país tem acordos com a China, o Japão e há poucos dias este governo acabou por fazer um acordo danoso com a união europeia para pescar no mar de S. Tomé. Vocês têm muita ganância em dinheiro e não veem pelas consequências. Agora vão colher o fruto. O que o homem semear, isso ceifará. Depois vem outra história na entrada desses milhões para alimentar a vossa corrupção.
Deus tenha a misericórdia desse povo.
Um bem haja a todos.
Que Deus abençoe STP.
José
22 de Maio de 2019 at 7:08
Temos só uma coisa a fazer não utilizaremos os materiais que são fabricados ou utilizados para o nosso bem estar mas para isso teríamos que ser uma equipa Mundial ..e acabar os interesses e ganância que a pelo mundo todo fazer uma limpeza a esses gulosos ..era um esforço e as pessoas se acomodam enfim o fim vai ser triste porque as pessoas não imaginam mas aos poucos vai acabar etc
Ralph
23 de Maio de 2019 at 6:56
A minha previsão é o que o mundo como um tudo vai unir-se para agir contra os efeitos das mudanças climáticas, mas não antes que seja demasiado tarde. Ter-se-á de haver catástrofes de grande escala para que as grandes potências concordem na necessidade de agir juntas. Até então, haverá sempre uma desculpa após outra para adiar qualquer ação significativa porque os custos, económicos e sociais, dos países desenvolvidos sejam elevados demais. Estmos a testemunhar uma situação triste.
Princesa
22 de Maio de 2019 at 22:19
Nome dessa alteração climática é acordo que fizeram com a China e também recentemente com a União Europeia, sinceramente eu não sei que tipo de mentes é que fazem esses negócios. Um País que vive praticamente da pesca vsi fazer esses tipos de acordos?
Ralph
23 de Maio de 2019 at 6:48
Isto mostra bem os desafios enfrentados por países pequenos em relação às mudanças climáticas. Alguma gente reivindica que as pessoas naqueles países tenham de mudar as suas atividades económicas e os seus comportamentos sociais para se adaptar. Isso é difícil o suficiente para os países grandes que têm o benefício de muitos recursos e opções diversos. Mas não é tão simples para as nações pequenas com recursos limitados. Para esses países, frequentemente não há mais nada que se pode fazer além de continuar a explorar a terra e o mar para se sustentar. Precisam de alguma ajuda a partir do resto do mundo para lhes facilitar a transição.