No final da tarde de terça feira, a população da Praia Cruz, arredores do aeroporto internacional de São Tomé, ergueu barricadas na única via de acesso que liga várias comunidades piscatórias a cidade de São Tomé.
As palaiês, (Vendedoras de Peixe), foram as promotoras do corte de estrada na tarde de terça feira. Exigem que o Governo controle o preço dos transportes. Consequência do aumento do preço dos combustíveis, os taxistas que ligam as Praias Cruz, Gamboa e Loxinga à cidade de São Tomé, decidiram actualizar o preço do transporte.
«Subiram o preço do táxi para 20 dobras da cidade para aqui. Já daqui para a cidade mantiveram o preço antigo de 10 dobras», explicou para o Téla Nón, Deolinda Quaresma.
Ailton Ramos Afonso, outro morador da Praia Cruz, disse ao Téla Nón que a subida do preço de transporte para as três localidades vizinhas do aeroporto internacional, foi abusiva. «Eles(taxistas) cobram 20 dobras da cidade para aqui. E se tiveres alguma carga, como um saco de cimento, tens que pagar mais 10 dobras. Total são 30 ou 40 dobras só para viajar da cidade para aqui, cerca de 3 quilómetros. Já para ida à cidade cobram apenas 10 dobras», pontuou.
Desde o ultimo fim de semana que a população das três comunidades piscatórias, tem manifestado contra o aumento do preço dos transportes. O corte da estrada tem sido a arma de luta. Na tarde de terça feira, as vendedoras de peixe, decidiram retomar o protesto, após terem sido impedidas de transportar o pescado até a cidade de São Tomé, através das canoas.
Os pescadores decidiram transportar as vendedoras de peixe, até a Praia de São João na cidade de São Tomé. Mas segundo as vendodoras de peixe, «os taxistas foram queixar na guarda costeira, que por sua vez proibiu os pescadores de fazerem o transporte do pescado para vender nas praias da capital», explicou Deolinda Quaresma.
A actividade comercial, nas três praias, nomeadamente Cruz, Gamboa e Loxinga, está comprometida. «As palaiês não conseguiram ir vender o peixe. Eu tinha um documento para tratar hoje na cidade e não consegui ir tratar disso. Há muito peixe a estragar aqui. Os pescadores trazem peixe, mas as vendedoras já não estão a comprar, porque não conseguem levar o peixe para o mercado», reforçou Deolinda Quaresma.
Confira as declarações de Deolinda Quaresma :
A polícia de ordem pública, tem intervido para retirar as barricadas. Mas, assim que saem da comunidade, os moradores voltam a fechar a estrada. Os táxis, sobretudo os mini autocarros de marca Hiace, ficam bloqueados na estrada. Ninguém sai, ninguém entra das praias Cruz, Gamboa e Loxinga.
Abel Veiga