O auditório J.J. Laginha no edifício I do ISCTE, junto às instalações da Biblioteca, desta instituição, em Lisboa, foi o palco escolhido para se falar das roças de S. Tomé e Príncipe, sobre os mais diversos aspetos: desde o seu passado histórico ao presente, nos domínios do seu património arquitetónico, paisagístico, potencial agrícola, cultural e turístico, bem como das comunidades sociais, que nelas residem e vão resistindo, com vista a fornecer contributos e soluções para um melhor aproveitamento dos seus recursos
A interessantíssima exposição documental e fotográfica, intitulada “As Roças de São Tomé e Príncipe, o Lido e o Fotográfico”, é organizada pela Biblioteca, a Escola de Tecnologias e Arquitetura (ISTA) e o Centro de Investigação em Ciências da Informação, Tecnologias e Arquitetura (ISTAR) do ISCTE. Instituto Universitário de Lisboa, vai decorrer de 2 a 31 de março de 2022 na Biblioteca do ISCTE.
Teve como mote trazer “à luz complexas dinâmicas sociais, culturais e económicas”, baseadas na partilha de experiências, recolhidas em visitas a várias dessas antigas propriedades da colonização portuguesa, que ocorreram em Novembro de 2021, por um conjunto de alunos do Laboratório Cidade Justa e inclusiva do 5ºano, debruçou-se sobre este património partilhado , visitá-lo e analisá-lo com vários intervenientes, no âmbito do mestrado em arquitetura do ISCTE, que de lá trouxeram “imagens evocativas de uma natureza exuberante, de gentes afáveis, e de edifícios imponentes, construídos ao estilo português, consumidos pela floresta tropical e pelo tempo” -. Refere o catálogo, aliás, bem patente nos vários testemunhos ali evocados, complementados através de fotografias e de escritos
A sua apresentação, foi presidida por Sara Eloy, Professora Auxiliar Departamento de Arquitetura e Urbanismo (ISTA), contou com participação do fotógrafo Dário Paraíso e do antropólogo Emiliano Dantas, responsáveis pela curadoria da exposição fotográfica .
Mereceu viva atenção, quer por parte de alunos e professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, quer pelo restante auditório, no qual se encontravam conhecidas figuras da comunidade santomense e até o antropólogo Gerhard Seibert, o prestigiado académico e investigador, autor de varridíssimos trabalhos sobre as Ilhas Verdes do Equador.
No catálogo é ainda recordado que “as roças de São Tomé e Príncipe são assentamentos agrícola-industriais, em número aproximado de 200, que se estendem pelo território destas duas ilhas do Atlântico no Golfo da Guiné. Para além de uma arquitetura de matriz portuguesa as roças albergavam as populações que desde o séc. XV foram sendo trazidas para estes territórios e sujeitas ao trabalho árduo e iníquo. São também locais onde eficientes máquinas de produção foram construídas e colocaram São Tomé e Príncipe como um dos maiores produtores de cacau do mundo no início do séc. XX.
Fonte : JORGE TRABULO MARQUES – JORNALISTA – POSTADO EM https://canoasdomar.blogspot.com/2022/03/exposicao-no-iscte-as-rocas-em-sao-tome.html