PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Relatório da ONU alerta para grave situação de fome provocada por conflitos, choques climáticos, pandemia, enormes encargos da dívida pública e a guerra da Ucrânia.
A guerra na Ucrânia agravou o aumento constante dos preços globais de alimentos e energia, minando a estabilidade econômica em todo o mundo, alerta um relatório da ONU.
O estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA, aponta que o conflito levou a aumentos de preços, particularmente em áreas caracterizadas pela marginalização rural e sistemas agroalimentares frágeis.
Corrida contra o tempo
As duas agências pediram uma ação humanitária urgente para salvar vidas e meios de subsistência e prevenir a fome em 20 áreas onde a necessidade deve aumentar até setembro. Três países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde e Moçambique estão na lista de nações sob risco de insegurança alimentar.
Em meio a várias crises alimentares provocadas por conflitos, choques climáticos, consequências da Covid-19, enormes encargos da dívida pública e a guerra da Ucrânia, as condições devem ser particularmente graves onde a instabilidade econômica e o aumento dos preços se juntam a queda na produção de alimentos induzida pelo clima.
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, afirmou que está “profundamente preocupado com os impactos de crises sobrepostas que comprometem a capacidade das pessoas de produzir e acessar alimentos, levando milhões a níveis extremos de insegurança alimentar aguda”.
Ele adiciona que a FAO está numa “corrida contra o tempo” para ajudar os agricultores nos países mais afetados, aumentando rapidamente a produção potencial de alimentos e aumentando sua resiliência diante dos desafios.
Desastres climáticos
Além dos conflitos, o relatório conclui que choques climáticos frequentes continuam a causar fome aguda e mostra que entramos em um “novo normal”, no qual secas, inundações, furacões e ciclones dizimam repetidamente a agricultura e a pecuária, impulsionam o deslocamento da população e empurram milhões à miséria em países de todo o mundo.
O diretor executivo do PMA, David Beasley, reforçou que a situação é uma terrível combinação e além de prejudicar os mais vulneráveis, também vai sobrecarregar milhões de famílias que até agora conseguiram encontrar formas de sobrevivência.
Ação rápida necessária
De acordo com o relatório, Etiópia, Nigéria, Sudão do Sul e Iêmen permanecem em “alerta máximo” como lugares com condições catastróficas. Afeganistão e Somália estão perto desta categoria preocupante desde o último relatório, divulgado em janeiro.
Todos esses seis países têm partes da população enfrentando níveis de “catástrofe”, em risco de deterioração para condições catastróficas, com até 750 mil pessoas enfrentando fome e morte.
De acordo com o estudo, 400 mil estão na região de Tigray, na Etiópia, arrasada pela guerra – o número mais alto já registrado em um único país, desde a fome na Somália em 2011.
Primavera Árabe
A República Democrática do Congo, Haiti, Sahel, Sudão e Síria estão em situação de “alta preocupação”, como na edição anterior deste relatório, com o Quênia agora adicionado à lista.
Angola, Líbano, Madagascar e Moçambique também continuam sendo foco de fome. Sri Lanka, Benin, Cabo Verde, Zimbábue, Guiné e Ucrânia entraram na classificação na publicação atual.
O chefe do PMA alerta que as condições agora são muito piores do que durante a Primavera Árabe, em 2011, e a crise dos preços dos alimentos de 2007 a 2008, quando 48 países foram abalados por distúrbios políticos, tumultos e protestos.
Mario Costa Andrade
8 de Junho de 2022 at 10:45
Noticia triste para os nossos irmaos de Angola Moçambique e Cabo Verde.
Ao menos a este nivel o nosso S.Tome e Principe esta fora desse risco de fome e de crise alimentar.
No entanto torna-se necessario os sectores competentes de STP ligados a agricultura, pecas e Segurança alimentar redobrarem seus esforços porque na sequencia da guerra russia/ucrania e face aos reflexos da covid-19, o pior aina esta por vir.
Permitam-me felicitar os santomenses por nao entrar para esta lista de paises de risco de fome