Sociedade

PAM apela a acção para evitar mais um ano histórico de fome

São Tomé – O mundo está em risco de mais um ano de fome sem precedentes à medida que a crise alimentar global continua a levar ainda mais pessoas à deterioração dos níveis de insegurança alimentar aguda, adverte o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) no apelo a uma ação urgente para enfrentar as causas profundas da crise atual em vésperas do Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a 16 de outubro.

“Estamos perante uma crise alimentar mundial sem precedentes e todos os sinais sugerem que ainda não assistimos ao pior. Nos últimos três anos, os números da fome têm atingido repetidamente novos picos. Deixem-me ser claro: as coisas podem e vão piorar a menos que haja um esforço em grande escala e coordenado para enfrentar as causas profundas desta crise. Não podemos ter mais um ano de fome sem precedentes”, disse o Diretor Executivo do PAM, David Beasley.

A crise alimentar global é uma conjunção de crises concorrentes – causadas por choques climáticos, conflitos e pressões económicas – que têm continuado a aumentar o número de pessoas gravemente inseguras em todo o mundo, incluindo em São Tomé e Príncipe. Mais de 1.500 novas famílias são-tomenses estão em situação de insegurança alimentar e necessitam de assistência alimentar imediata, particularmente nas regiões pesqueiras e agrícolas que foram fortemente afetadas pelas cheias de dezembro e Março, últimos. 

Com base no tema deste ano para o Dia Mundial da Alimentação – “Não deixar ninguém para trás” – o PAM apela a um esforço coordenado entre governos, instituições financeiras (IFI), sociedade civil, sector privado, e outros parceiros para mitigar uma crise alimentar ainda mais grave em 2023. Isto inclui o reforço das economias nacionais, sistemas de proteção social, e sistemas alimentares regionais e domésticos – à velocidade e à escala.

Em São Tomé e Príncipe, o acordo de financiamento assinado com o Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, permite assistência de emergência aos sinistrados (agricultores, pescadores e criadores) afetados pelas recentes cheias registadas em São Tomé e Príncipe (STP). “Assim que ocorreram as cheias, o governo fez um apelo a todos os seus parceiros de cooperação e nós, tendo em conta que somos uma agência humanitária, ou seja, damos apoio as populações afetadas em situação de emergência, imediatamente tomamos ação para mobilizar alguns recursos financeiros para apoiar as populações afetadas pelas cheias em São Tomé e Príncipe. Assim que obtivemos confirmação do financiamento disponível, colocamos este financiamento a disposição do governo para que pudesse ajudar os mais afetados”, afirmou a Encarregada do Escritório do PAM em São Tomé e Príncipe, Edna Peres.

Entre outras atividades desenvolvidas em São Tomé, o PAM está a reforçar a capacidade do governo através do Ministério da Agricultura e da Educação, na intensificação da produção e consumo de produtos locais de modo a diminuir a dependência de produtos importados para mitigar os impactos da crise económica internacional.  No campo da nutrição, o PAM está a apoiar o Programa Nacional de Saúde e Alimentação Escolar (PNASE) na produção de proteínas animais a cerca de 50.000 crianças dos níveis de ensino pré-escolar e básico com a inclusão da carne no menu escolar para melhor nutrição. 

Embora estes esforços garantam o acesso a alimentos aos mais vulneráveis, o cenário global é mais desafiante tendo em conta que o número de pessoas com fome aguda continua a aumentar, exigindo uma ação global concertada para a paz, estabilidade económica e apoio humanitário contínuo para garantir a segurança alimentar em todo o mundo.

FONTE _ PAM

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