António Lopes, Presidente da Câmara Distrital de Água Grande, que envolve a capital São Tomé, reconheceu que «nesses últimos dias a população tem visto lixo em todos os cantos. Realmente está muito feito…», afirmou o presidente da autarquia de Água Grande.
Há muito lixo nas ruas da cidade e a única lixeira do país, na localidade de Penha, está congestionada. Tudo por causa de dívidas acumuladas pela Câmara Distrital. A autarquia não pagou a dívida para com as empresas que apoiam a limpeza da cidade.
«Após a nossa entrada na câmara vimos muitas dívidas com as empresas que cooperam com a Câmara. Devido a dívida as empresas recuaram um pouco o que fez com que tivéssemos a lixeira completamente cheia. Enquanto a lixeira estiver cheia não há espaço para deitar o lixo», explicou António Lopes.
Dois meses após a investidura como Presidente da Câmara Distrital de Água Grande, António Lopes, acusa a população de comportamento incorrecto, o que contribui para a disseminação do lixo na cidade. «A população faz de tudo para que a gente possa ter mais trabalho», denunciou.
Prometeu lançar uma campanha de sensibilização, para incentivar a população a colaborar com a autarquia na limpeza e higiene da cidade. Se a sensibilização não resultar, a partir do mês de Fevereiro a câmara distrital começa a tomar medidas punitivas.
«Temos leis que nos conferem poderes para poder agir. Vamos começar a agir em termos de algumas multas», assegurou.
Através do projecto de reforço holístico para o desenvolvimento sustentável, financiado pela União Europeia, a Câmara de Água Grande recebeu centenas de contentores e cerca de uma dezena de viaturas para a recolha do lixo.
«Na nossa investidura, deparamos com 5 viaturas avariadas. Se avariam naturalmente não sabemos. Se foi mão metida não sabemos. Estamos a fazer uma investigação para clarificar», pontuou o Presidente da autarquia.
Segundo António Lopes, as viaturas que chegaram ao país para recolha de lixo são todas de segunda mão. «Fizemos um levantamento de 6 carrinhas do Projecto RHEDES, todas são de segunda mão. Estamos a tentar requalificar essas carrinhas, porque têm cabine muito baixa», acrescentou.
O Presidente da Câmara Distrital de Água Grande, disse que a direcção do projecto RHEDES, deve chegar ao país antes do final do mês de Janeiro. «Os espanhóis, para discutirmos com eles algumas acções que pretendemos implementar. Estamos a precisar de equipamentos e o projecto tem dinheiro para tais equipamentos. Vamos tentar ter mais equipamentos para podermos trabalhar com dignidade», concluiu.
Lixo continua a ameaçar a saúde pública na cidade de São Tomé.
Abel Veiga
Ralph
11 de Janeiro de 2023 at 5:53
Seguramente, a solução tem de ser uma combinação das duas coisas. As pessoas devem respeitar a lei ao depositar o lixo como deve ser, e a câmara deve pagar as suas dívidas para que as operações da lixeira possam recomeçar. Não deveria ser difícil resolver. Simples.
Madiba
11 de Janeiro de 2023 at 12:18
Caríssimo Presidente
Bom ano para si e para todos habitantes de S. Tomé, cidade.
Eu, trabalho e vivo em Água Grande. Ando a pé por todo lado da pequena e pacata cidade. Estamos a falar de lixo pelo facto de a primeira vista ser o que mais desperta atenção. Mas tudo nas Câmaras Distritais de S. Tomé vai mal. Do tempo que vivo em S. Tomé e Príncipe, fico com a sensação que as Câmaras não têm poderes suficientes para agir. Como atrás frisei, os problemas da cidade de S. Tomé compreendem lixos, capim nas ruas da cidade que cresce como que um matagal se tratasse, maus cheiros, sarjetas entupidas, valas enfim estradas e passeios partidos, etc.
Tudo aos olhos das autoridades. As pessoas empanturram as bexigas com bebidas alcoólicas e esvaziam-se em qualquer parte, aos olhos de todos os transeuntes incluindo os turistas. Crianças de tenra idade acompanhadas das mães defecam sem a menor preocupação. A Câmara se tivesse poder, todo o bar e tascas da cidade onde vendem bebidas deveriam ter no mínimo uma casa de banho.
A própria Câmara não tem estratégia de combate a nada muito menos o lixo. É uma absoluta mentira achar culpada a população, é uma farsa questão. A maior parte dos contentores ficam cheios. Quando acontece dois a três dias depois, a população faz o quê? Ela deita lixo aonde?
Os cerca de 200 funcionários da Câmara de Água Grande trabalham quantas horas por dia? E dessas horas trabalhadas o quê que realmente fazem? Com tantas ruas cheias de capim, sarjetas e valas cheias de entulho? Mas a população tem alguma culpa? Ou, os nossos políticos não estão a altura de nos dirigir? Apenas um exemplo, alguém pode entender assar a sua fruta-pão em pleno jardim pensamento, mas onde existe autoridade, alguém terá qua o confrontar! Mas na nossa cidade é perfeitamente normal.
Ralph
12 de Janeiro de 2023 at 2:34
O que o Madiba descreve brilha uma luz nítida na situação. Parece que o problema do lixo é, com se diz em inglês, meramente a ponta do icebergue, sendo a boa gestão e administração da câmara o problema real para ser resolvido antes que se possa esperar uma melhoria significativa.
Leonild Cassandre
11 de Janeiro de 2023 at 15:13
Por um lado, eu penso que parte desse problema está nas pessoas. Temos uma sociedade em que a maioria é eticamente pobre,ainda mais os potenciais criadores de lixos. Boa parte da nossa gente ainda se comporta como crianção perante esta matéria, para não dizer que temos pessoas opositoras de coisa limpa e de má fé nessa terra. Criaturas atiram lixos para chão, dizendo que há gente que ganha para limpar, demonstrando crueldade aos que têm a responsabilidade de manter o sítio limpo, com um ordenado de miséria. Até parece que se tem ódio da terra que pisa, por sima do peso do lixo e um ambiente desagradável que ela já suporta, ainda tem de carregar falta de moral dos seus utentes.É destino. Eu até dou ao ex Presidente da República razão quando disse que acha que não somos tão primos assim, embora num contexto diferente.
Outro lado do problema está na falta de vontade de fazer, do espirito de sacrifício. Defende-se com a pobreza de não haver meios rolantes, por vezes até mesmo falta de combustível. Agora pergunto, algum Presidente de Câmara já abriu a mão de sua viagem ao exterior, compras de carros de luxos ou pensou em desistir da corrupção porque não tem combustível para abastecer os carros de limpeza? Se já aconteceu, eu não sei. Alguém que me diga, por favor.
Leonild Cassandre
11 de Janeiro de 2023 at 15:46
Por um lado, eu penso que parte desse problema está nas pessoas. Temos uma sociedade em que a maioria é eticamente pobre, ainda mais os potenciais criadores de lixos. Boa parte da nossa gente ainda se comporta como criança perante esta matéria, para não dizer que temos pessoas opositoras de coisa limpa e de má fé nessa terra. Criaturas atiram lixos para chão, dizendo que há gente que ganha para limpar, demonstrando crueldade aos que têm a responsabilidade de manter o sítio limpo, com um ordenado de miséria. Até parece que se tem ódio da terra que pisa, por sima do peso do lixo e um ambiente desagradável que ela já suporta, ainda tem de carregar falta de moral dos seus utentes.É destino. Eu até dou ao ex Presidente da República razão quando disse que acha que não somos tão primos assim, embora num contexto diferente.
Outro lado do problema está na falta de vontade de fazer, do espirito de sacrifício. Defende-se com a pobreza de não haver meios rolantes, por vezes até mesmo falta de combustível. Agora pergunto, algum Presidente de Câmara já abriu a mão de sua viagem ao exterior, compras de carros de luxos ou pensou em desistir da corrupção porque não tem combustível para abastecer os carros de limpeza? Se já aconteceu, eu não sei. Alguém que me diga, por favor. Caso haja um que foi capaz de demonstrar valores, eu quero dizer que a segunda parte deste comentário não o aplica. Está de parabéns. O POVO agradece pelo carácter.
PTBKBN
11 de Janeiro de 2023 at 19:00
Qual é a solução? Não estão prontos?
É por estas razões que têm aparecido muitas doenças esquisitas. Com todo este lixo que anda por cá nenhum dirigente deveria andar de fato e gravata. Só de facilita e calções