Sociedade

Dia Mundial dos Mosquitos

Assinala-se no dia 20 de agosto o Dia Mundial do Mosquito. A data é celebrada desde o 1897, ano em que o bacteriologista e médico Ronald Ross Prémio Nobel da medicina descobriu que as fêmeas de mosquitos são responsáveis pela transmissão do paludismo aos humanos.

A data foi estatuída para aumentar a conscientização das pessoas sobre as doenças transmitidas pelos mosquitos que continuam a matar milhões de pessoas todos os anos.

Em São Tomé e Príncipe o paludismo é uma das doenças transmitidas pelos mosquitos com maior impacto económico e social no país. Atualmente a doença vem sendo combatida pela combinação de vários métodos de controle, porém, alguns desafios inerentes a estes métodos fizeram com que a meta de eliminação fosse estendida no novo plano Estratégico do PNEP:

  • O desenvolvimento de resistência dos vetores aos inseticidas;
  • Resistência de certa franja da população as medidas de prevenção (utilização de mosquiteiros e na aceitação de pulverização intradomiciliar);
  • Dificuldade cada vez mais acentuada para atrair financiamento para programa de combate ao paludismo.

Face a situação mundial do paludismo que continua a ser uma das principais causa de morte infantil na África Subsaariana e cujo desafio para sua eliminação é transversal aos países onde a malária é endémica, a OMS (Organização Mundial da Saúde) vem alertando sobre a necessidade de dar um salto tecnológico nos programas de combate ao paludismo.

Deste modo, em 2022 o tema escolhido para o dia Mundial de Luta contra a Malária foi: “Aproveitar a inovação para reduzir a carga da malária e salvar vidas”. Em 2023 o tema foi:Hora de acabar com o paludismo: investir, inovar, implementar”. Neste âmbito, a UCMI – Iniciativa Contra a Malária da Universidade de Califórnia vem trabalhando numa estratégia inovadora e complementar às que já existem para contribuir para a eliminação do paludismo de uma forma sustentável. A UCMI está a propor a utilização de Mosquitos Geneticamente Modificados para contribuir para a eliminação do paludismo.

O Mosquito Geneticamente Modificado que a UCMI propõe para o combate ao paludismo, trata-se de mosquitos Anopheles coluzzii modificados unicamente pela adição de dois genes benéficos, que irão destruir todos os parasitas de paludismo caso os mosquitos se alimentem de sangue infetado com o parasita e um gene drive que garantirá a herança dos genes benéficos a todos os descendentes de um mosquito modificado, de modo a permitir uma rápida substituição da população dos mosquitos transmissores do paludismo pelos indivíduos da mesma espécies, porém, imunes ao parasita. Por consequência, Isto impedirá a transmissão do parasita para os seres humanos, tornando as ilhas de São Tomé e Príncipe imunes ao paludismo.  

Neste Dia Mundial dos Mosquitos, a UCMI se lançou ao desafio de saber de algumas pessoas que colaboram com o projeto, ou com o programa de luta contra o paludismo.

Qual é a importância da eliminação do paludismo para São Tomé e Príncipe?

Acompanhe a seguir as opiniões de algumas pessoas sobre o assunto:

Ediley Nazaré

Bolsista de Mestrado do Projeto UCMI

“Com a eliminação do paludismo no país, toda a sociedade, os pais das crianças com a idade compreendida entre zero e cinco anos e as mulheres grávidas já não teriam de se preocupar com a doença. Deste modo, teríamos uma sociedade mais desenvolvida onde o governo dedicaria seus esforços na eliminação de outras doenças tropicais que existem no país, tornando assim o país mais aberto ao turismo”.

Janete Lopes

Técnica do laboratório da UCMI

” A eliminação do paludismo irá contribuir o aumento de número de visitantes ao país fazendo crescer o sector turístico, visando assim uma comunidade mais produtiva e economicamente mais forte.

Dr. Arlindo de Carvalho

Centro Nacional de Endemias

“Desde os tempos mais remotos até o dia de hoje, o paludismo foi e continua sendo um flagelo para São Tomé e Príncipe. Flagelo económico, flagelo social, flagelo sanitário. Consumiu recursos enormes que poderiam ser investidos na economia para o desenvolvimento; sacrificou milhares de vidas ao longo dos tempos; deixou sequelas na vida e nas famílias das pessoas afetadas com impacto deveras negativo na vida dos seus descendentes. Contribuiu para reduzir os índices de desenvolvimento humano. Gera incerteza nos investidores, condiciona o turismo enquanto um pilar da economia. inibe a vinda de visitantes. Enfim, a eliminação desse flagelo constituiria uma retumbante vitória para o povo e para a nação santomense e para a ciência com lições aprendidas que poderiam ser utilizadas em outras latitudes”.

Jarizete de Barros

Agente Comunitário da UCMI

“A eliminação do paludismo melhoraria o problema da saúde pública de São Tomé e Príncipe. Além disso, resolver a problemática do paludismo no país contribuirá também para a melhoria da saúde da população santomense, dará uma outra imagem ao país e fará com que outros se sintam interessados a financiar e investir no país.  Uma vez que, eliminado o paludismo mostrará que soubemos aproveitar o financiamento conseguidos para o efeito. Isto se configurará num passo gigantesco na busca pela resolução das necessidades primárias da população de São Tomé e Príncipe”.

Fonte : Universidade da Califórnia

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