Sociedade

UCMI-Iniciativa contra a Malária da Universidade da Califórnia e estratégias inovadoras para o combate ao paludismo

A UCMI vem realizando pesquisas que fundamentam a eficácia dos mosquitos geneticamente modificados no controle do paludismo em São Tomé e Príncipe. Em 2023, o Projeto publicou dois artigos importantes que corroboram a eficácia dos mosquitos geneticamente modificados como um método inovador à tecnologia inovadora para contribuir para o combate contra o paludismo: 

O 1º artigo fala sobre a pesquisa inovadora no campo da genética conduzida pela Iniciativa contra a Malária da Universidade da Califórnia (UCMI) que está abrindo caminho para soluções inovadoras no combate ao Paludismo, o que até o momento consiste num persistente desafio para a saúde global que até então tem visto um aumento preocupante de incidência desde 2015 devido a ameaças emergentes: como resistência aos inseticidas e tratamento antimalárico. No nosso estudo recente publicado na “ Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)”, demonstramos o potencial do mosquito geneticamente modificado da UCMI para prevenir a transmissão do Paludismo. 

Neste estudo, realizamos uma liberação do mosquito geneticamente modificado em pequenas gaiolas no laboratório usando os mosquitos: Anopheles gâmbiase e Anopheles coluzzii. E foi possível demonstrar o potencial do mosquito modificado para reduzir a presença do Plasmodium falciparum (o parasita que causa o paludismo em humanos).Todavia,  num período de 3 a 6 meses após a libertação, o parasita foi incapaz de se desenvolver nas populações de mosquitos enjauladas. Os dados desses testes em gaiolas alimentaram a modelagem de taxas de transmissão para liberações conceituais desses mosquitos em um ambiente insular. Os nossos resultados indicaram que esta estratégia de genes benéficos duplos poderá levar a um declínio acentuado na prevalência de Plasmodium falciparum e reduzir a incidência da malária entre 50% e 90% em poucos meses. 

Portanto, a pesquisa em andamento ressalta o potencial transformador de novas intervenções genéticas na luta em curso contra o Paludismo, especialmente nas regiões de grande incidência na África Subsariana. Isto marca um avanço significativo no controle do paludismo e poderá potencialmente revelar-se um avanço notável além do aumento de uma panóplia de métodos de controle da doença disponíveis. O artigo completo desta pesquisa poderá ser acessado em:  https://www.scribd.com/document/686488108/Conceptual-risk-assessment-of-mosquito-population-modification-gene-drive-systems-to-control-malaria-transmission-preliminary-hazards-list-workshops 

O segundo artigo debruça-se sobre Avaliação conceitual de risco de sistemas de modificação genética de populações de mosquitos. O projeto UCMI participou numa série de workshops facilitados pela Organização de Investigação Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO-Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation) para a avaliação conceptual dos riscos associados a utilização de estratégias de modificação genética da população de mosquitos para controlar a transmissão do paludismo. Todos os riscos identificados foram avaliados como sem evidência de risco ou com probabilidade de risco muito baixa.

O relatório completo e os resultados estão disponíveis em nossa publicação recente em: https://www.scribd.com/document/686488108/Conceptual-risk-assessment-of-mosquito-population-modification-gene-drive-systems-to-control-malaria-transmission-preliminary-hazards-list-workshops.

FONTE : Universidade da Califórnia

Veja a publicação em língua inglesa :

3 Comments

3 Comments

  1. Hélio Lima

    30 de Novembro de 2023 at 8:49

    A Universidade Califórnia está a promover uma mensagem de relações públicas que simplifica excessivamente a complexa relação existente entre as múltiplas espécies de mosquitos, os vírus que estes portam e os humanos aos quais picam. Se algo sai mal, como será a vida das pessoas que vivem em São Tomé e Príncipe? No meu ponto de visto, estamos a ser “cobaia”.
    Biologia não é uma ciência exata. Genes não funcionam como 0 ou 1. A expressão de um gene depende de N fatores além de sua existência, em cada célula ele vai funcionar de forma diferente, e sua simples presença não é garantida em todas elas.
    O mosquito geneticamente modificado com baixa expressão do gene poderão ser um problema grave. Se os filhotes sobreviverem, e como a alteração atenuada, alguns sobreviverão. Outra geração, os sobreviventes se reproduzem, e o ciclo continua.
    “A Vida sempre acha um caminho, o imperativo reprodutivo é forte demais, o DNA, assim como a especiaria precisa fluir. Se houver a menor falha, ela vai ser explorada.” Por isso, informa-me, por favor, dos impactos negativos desta pesquisa.

  2. Manuela Pedroso

    30 de Novembro de 2023 at 12:31

    Pessoalmente penso ser uma boa iniciativa e muito inovadora.
    O país já leva décadas a utilizar luta química contra os mosquitos, tendo utilizado já desde DDT e Malatião que é extremamente mau para o ambiente e a propria população e atualmente estamos utilizar a pulverização intradomiciliar, mas com pouco êxito pela falta de colaboração da população. As pessoas não deixam os agentes entrarem nas suas casas. Neste caso estamos condenados ao fracasso.
    A nova tecnologia mencionada pela Universidade de California poderá vir ajudar a ultrapassar toda esta dificuldade de luta quimica. Isto porque não será necessário pedir a população para abrir as suas casas, não será utilizado nenhum produto quimico que ponha em causa o ambiente e a saúde da população e não será importado mosquito nenhum de outro país mas sim modificar os proprio mosquitos de S.Tomé.
    Penso que se tudo for concretizado, os efeitos positivos serão bons.
    No entanto, considero que enquanto esta tecnologia não seja implementada ainda, que o Governo e autoridades nacionais, sobretudo Assembleia Nacional aprove uma lei que obrigue as pessoas a abrirem as portas para os agentes pulverizadores. Se 70% da população abre as suas portas esta percentagem não deve continuar a ter prejuizo de paludismo devido aos 30% de ignorantes que não querem abrir as portas. Não esqueçamos que nesta luta estamos a utilizara dinheiro dos parceiros. Os parceiros também se cansam. Se as proprias autoridades não buscam um mecanismo para o sucesso dos projectos qualquer dia ficaremos só com o nosso paludismo e eles vão se embora.
    Espero aue esta iniciativa da Un. de California comece a ser implementado o mais urgente possivel no terreno com os novos mosquitos para o bem do povo de S.Tomé e Príncipe. Será uma grande vitória reduzirmos o máximo esta doença no país.
    Obrigado a Universidade de California, Obrigado a todos os parceiros que tem estado a ajudar o povo santomense nesta importante luta
    Bem Haja a todos

  3. Oscsr Matos

    30 de Novembro de 2023 at 21:46

    Estamos todos unidos com a UCMI no combate e eliminação do paludismo definivamente em STP. É Possível….

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