Sociedade

Operação do exército desmantelou a rede de vândalos que destrói o património cultural de Monte Café

Três militares desenfiados do quartel fazem parte da rede de vândalos que nos últimos meses tem destruído o património cultural da roça Monte Café.

Em exclusivo, o Téla Nón relatou a acção dos vândalos que destruíram o secador colonial de café, para venderem as tábuas de boa qualidade, e mais recentemente o roubo a luz do dia das louças de pavimentação da lavandaria e de outras infraestruturas da roça.

No artigo publicado pelo Téla Nón no dia 20 de novembro, Francisco Dua, um jovem membro da Associação dos Moradores de Monte Café, pediu ajuda do Estado.

«Muitos deles fumam cannabis. Precisamos de ajuda do Estado e muito rápido», declaração feita no artigo de 20 de novembro.

As autoridades agiram. O exército realizou de 4 a 7 de dezembro uma operação de larga escala em Monte Café e arredores. Segundo a Associação dos Moradores, a operação do exército tinha como alvo principal os 3 militares desenfiados que integram a rede de vândalos. Todos foram detidos assim como os outros elementos civis.

Para além dos vândalos, o exército em parceria com a polícia judiciária apreendeu cerca de 100 quilos de liamba(Cannabis) tanto nas residências dos vândalos, como nos vários campos de produção da droga.

Segundo a Associação dos Moradores que trabalhou em parceria com as forças militares e policiais, a operação do exército limpou tanto a Roça Monte Café, como as outras comunidades agrícolas, do interior designadas dependências de Monte Café.

O desmantelamento da rede de vândalos permitiu a Associação dos Moradores recuperar grande parte dos materiais do património cultural da roça que foi roubado e vendido pelos vândalos.

«Já conseguimos recuperar os ferros de carris, e 130 pedras louças que eles retiraram das infraestruturas de Monte Café…e a operação ainda não terminou», revelou para o Téla Nón Filipe Samba, Presidente da Associação dos Moradores.

 semelhança de Monte Café todas as outras roças de São Tomé e Príncipe tinham caminhos de ferro para o transpoirte da produção agrícola. Os ferros foram roubados e vendidos para atender a interesses de grupos ou de pessoas de poder económico e financeiro, que utilizam taos ferros de caris como postes de iluminação das suas quintas e residências, ou para outros ornamentos.

Acossados pelo exército e pela PJ, os vândalos identificaram as empresas e pessoas individuais para as quais venderam os materiais roubados em Monte Café.

O Téla Nón apurou que todas as empresas e pessoas individuais que compraram o roubo devolveram os materiais. Um empresário que comprou os ferros de carris de Monte Café devolveu e decidiu patrocinar ajuda alimentar para os idosos da roça.

Finalmente depois de vários apelos feitos no Téla Nón os moradores de Monte Café constatam que a autoridade do Estado chegou a roça.

«A população continua a parabenizar as forças armadas pela intervenção que fizeram aqui em Monte Café. Sentimos agora mais seguros», frisou o Presidente da Associação dos moradores.

 A operação antivandalismo prossegue e ao mesmo tempo as autoridades promovem acções de sensibilização das populações da região de Monte Café sobre as consequências do plantio e consumo da Liamba-Cannabis.

Região montanhosa e de intensidade pluviométrica Monte Café tem sido terreno fértil para a produção da Liamba. Uma planta cujas folhas estão a ser muito consumidas pela juventude santomense.

Nesta quinta-feira, os moradores de Monte Café em parceria com as forças de defesa e de segurança vão repor as pedras louças de pavimentação no chafariz e lavandaria e noutras infraestruturas que foram vandalizadas.

Abel Veiga

5 Comments

5 Comments

  1. Manuela Pedroso

    11 de Dezembro de 2023 at 12:04

    Parabens as Forças de Segurança
    Agora têm que ir fazer a mesma coisa na roça Agostinho Neto
    Vandalizaram a central electrica e venderam peças e materiais para pessoas. Quem compra estas coisas deveriam ser muito bem multadas para cobrir as despesas de recolocação destes materiais nos respetivos locais. Aqueles que destruiram também o hospital de Agostinho Neto e roubaram vigas e azulejos e mosaicos para venderem devem ser apanhados agora e dado uma sura forte nos mesmos para servir de lição aos outros. Não pode ser prender só e por na cadeia para o povo sustentar. Devem levar surrra para aprenderem a nunca mais voltar a fazer isso.
    Vamos terminar com impunidade.
    Bem haja STP

    • Historiador

      11 de Dezembro de 2023 at 13:23

      As Forças Armadas têm que ser mais proativa, não esperar que o governo dê orientação neste sentido. Assim como a Roça de Monte Café, existem outras comunidades em situações semelhantes.
      Outro caso a ter em conta pelas Forças Armadas é a lixeira, ao céu aberto, que está a ser instalada, gradualmente na estrada que dá acesso a central de Santo Amaro, ao lado da pista de aviação.
      A escassos metro do local está uma unidade militar, o Centro de Instrução Militar. Lixeira ao céu aberto, ao lado do aeroporto, na maior porta de entrada do país.
      As Forças Armadas deveriam também agir contra estes prevaricadores.
      Viva as Forças Armadas de São Tomé e Príncipe

  2. Anjo do Céu

    11 de Dezembro de 2023 at 15:42

    Nestes casos concretos de buscas de roubos, desvios de bens do Estado, apropriação de coisas dos outros sem autorização para bem do nosso País é melhor dar essas responsabilidades a FARSTP devido a dinâmica de agir e prontidão e não por via da PSP nem mesmo PJ porque estão carregados até as costas de corrupção, amiguismo e paternalismo.Para uma busca séria de investigar eles já estão ultrapassados.Melhor entregar a FARSTP para ver o que dará.Reflexão

    • Jorge Semddo

      12 de Dezembro de 2023 at 9:38

      Meu povo, meus dirigentes, meus amigos! De nada valerá por gatunos comprovados na cadeia ou dá-los boa surra ou “sova”. Também não valerá a pena tirá-los as vidas. A minha sugestão e: quando apanhados e comprovados pela primeira vez, corta-se-lhes a mão direita com direito a televisao. Pela segunda vez, corta-lhes as mãos esquerdas. Mas atenção: apos os cortes, os mesmos receberao tratamentos médicos gratuitos e de qualidade no hospital central até a total cicatrização. Para tal torna-se urgente legislar sobre o assunto. Mas considerando que todos nós, de topo a base (principalmente os do topo) somos ou fomos gatunos de uma forma ou de outra, tenho sérias dúvidas que uma lei do gênero venha a ser legislada.
      Vamos cortar o mal pela raiz. Chega de medidas paliativas. 48 anos do mesmo? Façamos algo diferente e original (só nosso)

  3. WXYZ

    11 de Dezembro de 2023 at 18:55

    As areias das praias, o abate indiscriminado das arvores seculares, caça das nossas lagaias, macacos e papagaios (no Principe), os nossos rios e riachos são tambem patrimonios que devem ser resguardados por todos Santomenses com capital ajuda dos militares.

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