Cravos sobre a mesa e uma plateia repleta para uma palestra sobre o pós 25 de Abril em São Tomé e Príncipe.
«Ganhou-se a liberdade que era fundamental como consequência da independência, mas por outro lado, não soubemos tirar partido dessa liberdade, quiçá, libertação» – disse Camélia Barros, palestrante.
Foi uma sessão de interação entre alunos da escola portuguesa e o grupo de oradores convidados.
«Os mais novos têm que saber aquilo que se passou, têm que conhecer a sua própria história, porque para construírem a sua identidade precisam de conhecer a sua história» – destacou Camélia Barros.
Reconheceu, no entanto, que “temos uma parte da nossa história que não é contada por razões diversas. Essa parte da história tentaram apagá-la ingloriamente”.
Lorene Teixeira, aluna da escola portuguesa, disse que «muitas vezes, jovens não se interessam pela história do país, por tudo aquilo que o país já sofreu, por tudo aquilo que sangrou e lutou. Sinto que essa palestra fez-me perceber, parar e pensar: estou aqui, mas, teve gente que não pôde sequer estudar ou estar aqui onde estou hoje» -frisou.
Para a embaixadora de Portugal em São Tomé e Príncipe, Cristina Moniz, «temos o dever histórico de preservar a memória do passado e de aquilo que aconteceu para não repetir os mesmos erros no presente e, ao mesmo tempo, garantir o futuro da nova geração e também garantir que poderão viver numa sociedade mais inclusiva, participada e pluralista».
Algumas canções que marcaram o 25 de Abril de 1974 foram recordadas pelos alunos.
José Bouças