17 escolas do ensino básico em São Tomé e Príncipe fazem parte do projecto piloto de digitalização do ensino.
Na ilha do Príncipe todas as escolas básicas evoluíram para a digitalização num total de 10. Noutras 7 da ilha de São Tomé a digitalização já começou a ter impactos positivos. O absentismo reduziu drasticamente.
«Nesta escola que acabei de visitar havia grande absentismo escolar, e graças ao programa de digitalização as crianças foram motivadas a vir à escola e a aprender de forma diferente. Nesta escola o número de alunos por classe dobrou», declarou Marie Reine Fabry, a representante da UNICEF para São Tomé e Príncipe e o Gabão.
Foi durante a visita à escola básica do bairro de Riboque na cidade de Santana, distrito de Cantagalo.
Na primeira visita às escolas do país, realizada no mês de abril, a chefe da UNICEF para São Tomé e Príncipe testou com os alunos da escola de Santana a operacionalidade dos computadores.
A digitalização do sistema de ensino, motiva as crianças que através de um clique acedem às matérias de todas as disciplinas.
«Na plataforma digital têm acesso a todas as matérias, ao contrário dos manuais escolares que nem sempre estão disponíveis», acrescentou.
O projecto piloto nas 7 escolas da ilha de São Tomé promove a inclusão digital e social. «É um projecto de inclusão e nesta escola pude ver que há uma inclusão para além do digital, há crianças em dificuldades que foram integradas, e isto é magnífico», frisou a representante da UNICEF.
O projeto do governo com apoio da UNICEF, permitiu criar um laboratório digital e forneceu cerca de duas dezenas de computadores para as crianças da ilha de São Tomé.
A UNICEF prometeu incentivar os parceiros internacionais a financiar a expansão da digitalização do ensino a toda a ilha de São Tomé. Mas segundo a representante da UNICEF, o governo deve dar o primeiro passo, alocando fundos para a digitalização.
«O governo deve alocar seus próprios recursos para priorizar a digitalização, e nós vamos junto aos parceiros internacionais encontrar outras pistas de financiamento», pontuou.
As crianças da escola básica de Riboque – Santana mostraram à representante da UNICEF que sabem ligar e desligar o computador, mais importante ainda que sabem pesquisar as matérias de todas as disciplinas.
«Que cada criança desde os jardins de infância, passando pelo ensino básico até o secundário possa ter acesso a digitalização, e assim os preparar para o futuro», concluiu, a Marie Reine Fabry.
Com 17 escolas básicas digitalizadas, a UNICEF estima que cerca de 20% das crianças santomenses têm acesso ao ensino por via digital.
Abel Veiga