Uma bomba no setor energético de São Tomé e Príncipe: a Tesla STP vai desligar os motores à meia-noite do dia 19 de junho, numa medida drástica motivada por uma dívida milionária do Estado que já ultrapassa os 7,5 milhões de euros. O anúncio, feito através de um comunicado oficial, deixa claro: 14 meses de contas por pagar e promessas adiadas colocam o país à beira de um novo apagão.
Instalada em 2023 com promessas de transformação do setor energético e sustentabilidade ambiental, a Tesla STP assinou um ambicioso acordo com o Governo para implementar um projeto em três fases: uma central a diesel (já em funcionamento), uma central multicombustível e, finalmente, uma central solar de 15 MW.
Tudo parecia caminhar para o futuro — até que a realidade financeira bateu à porta. A empresa reclama silêncio do Estado, falta de ação do Ministério das Infraestruturas e uma série de encontros e cartas ignoradas desde 2024. Nem mesmo o ultimato dado até março deste ano surtiu efeito. A resposta só veio a 9 de junho, e com ela, um banho de água fria: o Governo quer renegociar todo o contrato, sem qualquer garantia de avanço.
Diante disso, a Tesla STP, que afirma ter suportado todo o investimento até aqui sem qualquer garantia do Estado, decidiu proteger os seus interesses: vai parar. A decisão coloca em risco o fornecimento de energia elétrica em São Tomé, que ainda depende fortemente da fase inicial do projeto.
A empresa garante que tentou de tudo para evitar esse cenário, mas que “a ambiguidade e o atraso prolongado” levaram à suspensão iminente. “Continuamos abertos ao diálogo”, afirma a Tesla, mas o tempo está a esgotar-se.
A população e os setores essenciais do país, como saúde, comunicações e comércio, observam com apreensão o desfecho deste conflito que ameaça mergulhar o arquipélago na escuridão — literalmente.
O Governo prometeu reagir a qualquer momento ao comunicado da empresa Tesla sobre a interrupção do fornecimento de energia a partir das 00:00 do dia 19 de junho.
Waley Quaresma

Lucas
17 de Junho de 2025 at 8:49
Estava a ser bom de mais eu já desconfiava que ía acabar assim
Santo
17 de Junho de 2025 at 11:59
Se estão a imaginar que esse governo está a ir subir bandidagem do Pinta Cabra, estão enganados. O contrato está cheio de vícios e corrupção. Há aspectos que são nocivos para o país. Admira-me como um alguém, muito querido pelo povo, pode fazer contratos para prejudicar esse povo. Só com Cristo e aqui se deve, aqui se paga.
Madiba
17 de Junho de 2025 at 15:15
É o que dá. Nós somos pobres, incumpridores, corruptos e mal agradecidos.
Santo António
17 de Junho de 2025 at 15:25
Triste. O mandante disto tudo devia ser processado na justiça.
Não se pode lesar desta forma um Estado. A onde é que se viu STP ter a capacidade de pagar €10.000( dinheiro que não é teu-Divisas) por semana a um fornecedor que nem disponibiliza a energia acordada? Ainda mais o Governo é que dá combustivel de borla.
Muita brincadeira. Isto era previsível. Por isso é que esconderam o Contrato por muito tempo, e só ficou público com a saida do Imperador.
Jorge Semeado
17 de Junho de 2025 at 21:34
Feitas as contas, 7.5 milhões de Ruros em 14 meses, correspondem a pouco mais de 535 mil Euros mensal de sangria da economia do país e “regabofe” da Tesla STP.
Há uma solução pacífica para imbróglio:
Nenhum projecto envolvendo parceiros internacionais tem pernas para andar, sem que o problema da energia esteja cabalmente resolvido de forma sustentável. Para que servem os milhões da FAO sem energia para implementar cabalmente os projetos dos tais milhões?
Dito isto, a minha proposta é: Negociar com a FAO para encaminhar 7.5 milhões dos seus milhões para seus projetos no próximo triênio para o setor da energia. 3,250,000.00 Euros seriam para amortizar 50% da divida da Tesla e os restantes 3,250,000.00 seriam para instalar 3 Megawatts de energia solar nos próximos 12 meses, sendo que a ls poupanças advindas da eliminação da importação dos combustiveis com estes 3 megawatts adicionais, seriam canalizados para amortizar a divida dos 7,5 milhoes de euros contraida ao
FAO para que ela possa cumprir os projetos do seu plano trienal. Tao simples quanto isso. E STP teria aplicado um segundo “Biiá Cabá”. Desta forma todos sairiam a ganhar: STP, as populações, a Tesla e a FAO. E acima de tudo, STP evitaria ser enxovalhado internacionalmente como caloteiro: assina acordos e não cumpre. R as consequências seriam mais desastrosas do que se pagasse a Tesla, mesmo sabendo que se trata de um grande calote “blu blu blu, na sá luta fa’. Vamos com calma e sabedoria, até atingirmos 20 megawatts de energias limpas. É não é tão difícil. Basta serem proativos e seguirem as melhores praticas de governação..
Madiba
18 de Junho de 2025 at 10:51
A ideia até não é má. Só que a FAO não financia outra coisa a não ser alimentação e agricultura. É certo que o resultado é sempre zero. Mas é só isto que financiam.